terça-feira, 3 de maio de 2011

Embora “JÁ” é Páscoa, infelizmente “TODAVIA NÃO” venceu o SENHOR.

 Publico com carinho esse artigo enviado por Frei Jesus Maria, nosso pároco até pouco tempo, aliás, dia 02 de maio, completaria sete anos de pároco se ainda estivesse aqui. Mas, nos deixou cheio de saudades e partiu para terras distantes, sendo instrumento de Deus para pessoas mais necessitadas que nossa querida Franca. Frei,  obrigada por sua colaboração e por suas sábias palavras. Com certeza, nos farão refletir sobre essa morte em destaque, que não só como catequistas, mas como cristãos  não podemos nos alegrar pela morte de quem quer que seja.

Gracias, muchas gracias!
Imaculada

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A morte – assassinato de Osama Bin Laden
Quem venceu?
Imaculada, vendo no teu blog um instrumento de fácil atualização e que fica aberto ao ‘dia a dia’, pensei nos catequistas que podem ler-te a diário e mandar um pequeno comentário sobre este tema de atualidade.
O domingo de contradições!
De manhã, enquanto se preparavam para a celebração da Beatificação de João Paulo II, lá no Vaticano, falecia de repente, de infarto parece, o bispo emérito da diocese de Valência (Espanha) Dom Mons. Agostinho García-Gasco, grande conhecedor e devoto do já Beato.
Participei, o que me foi permitido, da solene celebração da Beatificação do Papa João Paulo II, a quem conheci pessoalmente em Sevilla (Espanha) em 1982 e depois em Santo Domingo, para a canonização de Santo Ezequiel Moreno, em outubro de 1992, primeiro salto que dei para o continente americano.
Mais de um Milhão de devotos rendiam homenagem ao Papa que abriu o Vaticano ao mundo inteiro, alem de fronteiras, culturas e religiões, e apresentou Jesus Cristo como único Salvador sem medo. E isto no mesmo II domingo  de Páscoa, por ele salientado como Domingo da Misericórdia: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoeis os pecados lhes são perdoados”.
Presidi a seguir a santa missa na Catedral de Lábrea, as 7hs, que depois tem como costume celebrar os batizados do interior (das famílias e tribos ribeirinhas), os primeiros que fazia neste templo, o que não pude fazer de todos: dois irmãos ficaram sem batizar por que no dia anterior seu pai fora assassinado.
Além de outras dificuldades na tarde deste dia, que não vêem ao caso, já no final do dia, ouvi ao vivo o comunicado triunfal do Sr. Presidente dos EUA anunciando como grande noticia a morte do autor-ideólogo dos atentados contra as torres de Nova York, o terrorista Osama Bin Laden.
Suponho que todos tiveram esse dia primeiro de maio, com estas e outras circunstâncias... Como esquecer no dia dos trabalhadores os que não têm trabalho, nem trabalho digno, e os que são explorados  ou mal retribuídos?
Em todo caso, não quero deixar passar em branco todas essas notícias de primeira página na imprensa e manchetes de abertura nos noticiários no mundo inteiro: a morte de um terrorista! A vitória dos EUA contra tudo o que se oponha a eles! A imagem da cabeça de Bin Laden pendurada da estátua da Liberdade, no coração de NY! As numerosas conversas paralelas de segurança no mundo inteiro por medo às vinganças.
Vocês, assíduos desta página, que leitura estão fazendo deste fato para seus catequizandos? O que estão pensando e sentindo no seu coração de cristãos, redimidos, salvos, perdoados desde a vitória da cruz num morto que mata a violência entregando sua vida desde o amor? Quais são os sentimentos espontâneos de vosso coração? Os espontâneos, os que são verdadeiros, por que dizem o que tem dentro do coração, além da reflexão?
Os governos democráticos parabenizaram o Presidente dos EUA. A União Européia celebrou nesta segunda passada a morte do líder de Al Qaeda por isso “faz que o mundo seja um lugar mais seguro”, mostrando também que os atrozes ataques terroristas “não ficam sem castigo”. Será que agora o mundo é mais seguro que no sábado passado? Tenho certeza que as posições de milhares de católicos sobre este tema não deixam de ser bem diferentes e tal vez até contraditórias. Ninguém vai defender o terrorismo, nem a guerra nem a violência, como Cristo não disse que a adúltera estava no certo. Mas se nós queremos anunciar a grande noticia da Páscoa e a presença do Reino de Deus em nosso meio, não podemos celebrar como Vitória e com prazer a morte de uma pessoa, nem que seja a do maior criminoso do mundo. Alegrar-nos pela morte de um ser humano?
Os comunicados celebram a construção de um mundo de paz, segurança e prosperidade para todos. Bin Laden representa o extremismo de uma religião voltada como instrumento para a violência terrorista, até por motivos religiosos, tal vez a maior das contradições, mas, será que esta morte vai fazer crescer mais a paz e não o ódio? Como estão vivendo as comunidades católicas do Paquistão, acuadas em meio de uma possível e provável vingança?
Mais uma vez temos que denunciar a lei de Lamec e a lei do Talião desde o discurso da montanha (Mt 5-7) e rezar com a oração eucarística: “que a busca da paz vença os conflitos, que o perdão supere o ódio e a vingança dê lugar à reconciliação”.
 Embora “JÁ” é Páscoa, infelizmente “TODAVIA NÃO” venceu o SENHOR.
Fr. Jesus Maria, OAR
Lábrea, 03 05 2011

2 comentários:

  1. Oi, Imaculada
    Estou um pouco sumida, na semana passada não passei nehuma vez por aqui. Mas estou novamente aqui.
    Que saudades dos comentários e das homilias do frei Jesus sobre os acontecimentos atuais, fico feliz de que está enviando seus comentários no seu blog.
    Beijos
    Renata Daniel

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  2. querida Imaculada
    quase todos os dias antes de começar meu dia dou uma espiadinha no seu blog que é o meu cantinho favorito de leitura e aprendizado diários.
    Li post A morte – assassinato de Osama Bin Laden - Quem venceu?
    Ontem no encontro de catequese começamos falando das novidades do fim de semana e dois catequizandos dizerem alegremente que o terrorista Bin Laden tinha sido morto e acharam isso o máximo. Neste momentooutro catequizando comentou que não se alegrava com isto porque o terrorista tbém é filho de Deus, que somente Deus poderia tirar sua vida e que ele tinha uma família tbém...a polêmica estava na pauta...Resumindo o debate, percebi ao final que eles chegaram a seguinte conclusão, a morte foi uma vingança, isto não esta no coração de Deus, Ele é o juiz. Que a morte de nenhum ser humano, por pior que sejam seus atos é motivo de alegria. Fiquei satisfeita porque a maioria tem esta noção e vão além...um deles me falou:tia, e os que fazem as crianças morrerem de fome tbém não são terroristas? O tema dava para suscitar mil questionamentos...
    abç
    samya
    Fortaleza

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