quarta-feira, 30 de setembro de 2015

A união com meus colegas catequistas me faz ser mais criativa!

Existe um provérbio chinês que diz o seguinte: 

"Se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um com um pão, e, ao se encontrarem, trocarem os pães, cada um vai embora com um. 

Se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um com uma ideia, e, ao se encontrarem, trocarem as idéias, cada um vai embora com duas."


Quando posto minhas experiências catequéticas, sempre recebo comentários positivos sobre minha criatividade. Quero ter um dedinho de prosa sobre isso. De fato, eu durmo e acordo pensando meus encontros, de modo que se torne mais atrativo, mistagógicos, menos cansativos. Tenho o desejo que meus catequizandos sejam sempre surpreendidos. Tudo é pensando. A ambientação que fala por si só, as cores litúrgicas, a disposição das cadeiras, parábolas, músicas, imagens, dinâmicas... Uso o espaço que tenho de maneiras diferentes, um dia uso o centro, outro dia um canto da sala, enfim, uso todos os cantos. Dependendo do encontro, sentamos no chão, até deitamos. Nos reunimos em grupos. Quem tem seus encontros durante o dia, pode usar a sombra de uma árvore, uma praça. Enfim, o Espírito Santo é bem dinâmico e só espera a oportunidade de encontrar corações dóceis para atuar.

A gente vai aprimorando nosso fazer catequético com o passar do tempo. Tenho 20 anos de catequese. Já fiz coisas que até Deus duvida, mas sei que tudo serviu para meu amadurecimento.

Agora, quero chegar no ponto "X" dessa minha postagem. As ideias, sugestões que compartilho são respostas de um trabalho em equipe. Já tem algum tempo que em minha paróquia (na matriz), os catequistas que trabalham com a iniciação eucarística tem tido o zelo de se reunir toda segunda-feira para preparar o encontro semanal. Nesse encontro, trocamos experiências,  ideias. Isso não quer dizer que fazemos os encontros idênticos, pois isso é impossível devido à diversidade das turmas, mas procuramos seguir uma linha de ação. Se algum catequista em seu preparo particular tiver uma inspiração que não foi partilhada no grupo, isso não impede que ele a coloque em prática.

Por isso me veio à mente esse ditado chinês, pois a  maior fonte de formação de um catequista está nessa união com outros catequistas, sem falar que isso orienta os que estão chegando. Como é bom, rimos, brincamos, falamos mais que um bando de maritacas. Saímos desses encontros  animados, motivados, sonhando como será o encontro da semana.

Temos tido uma adesão de quase todos os catequistas e isso conseguimos com o tempo. Além desse encontro, temos um grupo no whatsapp para complementar, partilhar alguma ideia que vá surgindo, acertar alguns detalhes, dividir a alegria vividas nos encontros.

É isso aí!! Catequista que se prepara unido, permanece unido e nossa catequese fica mais fortalecida. Se me preparo sozinha tenho só a minha ideia, se me preparo em grupo, tenho várias!

Beijo grande!
E você, como acontece em sua paróquia?
Partilhe conosco!
Imaculada Cintra!

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Dramatização na catequese

Temos uma infinidade de recursos para desenvolver nossos encontros, uma delas é dramatizar o texto bíblico que ilumina o tema do encontro. Iniciei em agosto um turma, essa foi nossa primeira dramatização. Trabalhamos a cura do paralítico narrado por João 5,1-15
Orientei que levassem a sério, sem brincadeiras, risos, que deveriam ter expressão e tentar viver o personagem. Fiquei bem feliz com o resultado e percebi que posso confiar coisas maiores ao grupo.

Queria envolver todos, teríamos 05 personagens: Jesus, o anjo, o cego, o coxo e o paralítico, os demais formariam a piscina de Betesda.


É interessante, pois  à medida que passamos os papeis, as falas, os gestos,  o evangelho vai sendo trabalhado e pode ter certeza que será algo que ficará gravado na mente e no coração.
Vejam que lindos!
como não se apaixonar a cada dia por esse missão!


* Música: Betesda - Regis Danese

terça-feira, 22 de setembro de 2015

É possível fazer Igreja sem sacramentos?

Sigo esse site, de portugal... www.eupadre.blogspot.com.br
Gosto das reflexões, achei essa bem interessante...

Estávamos à mesa de um café vários padres, pouco conhecidos na verdade, mas unidos pelo mesmo ideal, o sacerdócio. As diferentes idades e experiências eram patentes na conversa. Uma deles era missionário. Estivera vários anos na Amazônia, no Brasil, no meio de uma população indígena. Totalmente indígena, referia, no sentido de que estavam afastados do mundo civilizado, nômadas, índios que viviam da terra, da pesca e da caça como já só se vê em filmes. 

Um outro colega de uma geração mais velha que a minha perguntou-lhe como faziam, que faziam, como evangelizavam. E o padre missionário respondeu que apenas estavam com eles, que os ajudavam a procurar, por exemplo, deixar de se guerrear. O padre mais velho voltou com nova pergunta sobre como eram os batismos, e o padre missionário informou que não tinham feito nenhum. Que a vida e cultura deles era muito diferente da nossa. E que Deus estava e manifestava-se por lá de outra forma. Que alguns dos índios se questionavam do que faziam lá três homens que se chamavam padres, e chamava-lhes a atenção do que faziam de diferente. 

Mas em termos daquilo que é a fé que nós conhecemos aqui na Europa, talvez tivessem dado poucos passos. O padre mais velho, evitando demonstrar o seu escândalo, repetiu a pergunta. Ou melhor, fez a mesma pergunta de outro modo. Mas a resposta foi a mesma.

Eu, pessoalmente, fiquei encantado por perceber como a nossa missão sacerdotal não passa pelo proselitismo, mas pelo mostrar ou manifestar Deus através da nossa vida e ações. Fiquei encantado por perceber que Deus está muito para além do batismo e qualquer outro sacramento. Muito para além da Igreja e da minha fé. Afinal Deus não pode nunca formatar-se, enformar-se. Ele entra em tudo e em todos de formas tão variadas, tão impensáveis. Mas entra.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Encontro: O reino de Deus chegou!

Algumas pinceladas de como foi esse encontro.
Material de apoio: Iniciação à vida cristã - Eucaristia - Paulinas


Meu objetivo com a ambientação é que ela introduza o catequizando na mensagem principal do encontro. Vão se acostumando, chegam, observam, alguns fazem perguntas, outros já se atrevem a passar o que diz aquela ambientação. Impressionante como isso facilita a condução do tema.
Como esse foi um encontro realizado na primeira semana de setembro, usei da ambientação com a Bíblia.


 O que mais despertou a curiosidade foi a Bíblia acorrentada.

 "Mas porque você colocou essas correntes?"


Vou aguçando a curiosidade deles.

 "Além da Bíblia acorrentada, o que mais vocês estão vendo?"
¨Galhos secos, vela apagada, pano preto, corações partidos, manchetes, imagens tristes"




(Procurei trabalhar bem nossa realidade, usando de imagens de revistas e principalmente de manchetes de nosso jornal local)




O que mais?
"Uma vela acesa, flores, a Bíblia aberta, tecido branco, corações inteiros, pessoas felizes, algumas ajudando os outros..."

(Procurei valorizar esse lado positivo, até pra mostrar que o bem predomina sobre o mal)



Fiquei encantada quando foram explicando o significado de toda ambientação sem mesmo ter trabalhado o tema com eles..

Leitura Bíblica: Lc 4,14-21
Leia, releia versículo.

Questione sobre o projeto de vida de Jesus: "Para quem ele foi enviado? Quem são estas pessoas? Como elas viviam?" E quanto a nós? Diante de nossa realidade, qual é nossa missão? Nós a assumimos de fato?

Vimos no encontro anterior o que significa seguir Jesus - - o que é ser um discípulo - Ter esse encontro, se colocar a caminho - falar de Jesus para outras pessoas, imitar suas ações.

Observem a ambientação em silêncio.


O centro da mensagem de Jesus é o anuncio do Reino de Deus - com ele inicia um novo tempo.
O que entendem por Reino? O que é um Rei? Existem reis ou rainhas, princesas, príncipes hoje em dia? Em que países?
(Eles são antenados e atualizados, sabem dar as respostas)

Nos evangelhos, muitas vezes encontramos referência ao Reino de Deus. O que seria esse Reino de Deus? Quem é esse Rei? Qual sua maneira de reinar? Em que o reino de Deus se difere dos reinos do mundo?
Jesus veio inaugurar o Reino de Deus que é justiça, paz e alegria no espírito Santo (Rm 14,17)

Reflita um pouquinho sobre essa parte do pai nosso: "Venha a nós o vosso Reino...!" O Reino de Deus acontece entre nós quando são respeitados os direitos de cada um. 



Frase para memorizar/montar em grupo: Amem-se /uns/ aos/ outros/ assim /como/ eu/ amei /vocês!

Musimensagem: Seja luz - anjos de resgate

Nosso gesto concreto: Trazer algo para partilhar com os mais necessitados.

Gosto de atividades em grupo, estamos introduzindo eles na vida comunitária e é no pequeno grupo que vão aprendendo isso. Vamos descobrindo também os que tem espírito de liderança.



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terça-feira, 15 de setembro de 2015

Lamentável!




A foto acima pode ser considerada a nova "Pietá" do século XXI... em vez de Nossa Senhora com o Filho Morto nos braços... um pai com seu filhinho morto na guerra!!!
(palavras de nosso grande catequeta Pe Luiz Alves de Lima)

Trabalhando as diferenças!

Vamos lá!
Estava esperando concluir esse encontro para fazer a postagem, mas como tem catequistas querendo saber mais detalhes dessa dinâmica, vou postar, depois edito fazendo a conclusão.
Usamos o manual do NUCAP-Núcleo de catequese Paulinas - Iniciação à Vida Cristã -Eucaristia. Acho riquíssimo esse material, mas não me prendo a um único manual, uso vários para montar meu encontro.
Estamos trabalhando o tempo do querigma. O tema  é: O paralítico é curado (João 5,1-15). Passagem bíblica onde relata  pessoas doentes  esperando pelo momento exato para entrar na piscina de Betesda para serem curados e tem lá um paralítico que nunca consegue chegar primeiro por conta da sua condição que dura 38 anos e não encontra ninguém  para ajudá-lo. 
O objetivo principal é despertar a solidariedade, a vontade de ajudar o próximo, principalmente pessoas com deficiência. O colocar-se no lugar do outro.
Eles precisam se dar conta que existem pessoas enfermas, que sofrem dores e às vezes estão presas a uma cama, vive numa cadeira de rodas...

Começo nosso encontro colhendo deles experiências vividas com pessoas doentes, acamadas ou amigos na escola com deficiência. O momento é de ouvir. Minha turma é bem participativa. É importante ouvir todos. Por isso não consegui concluir esse tema num único encontro. Depois de ouvir, os conduzi para a dinâmica 'Construindo um Castelo". 



Dividi a turma em 04 grupos. Em três grupos, uma pessoa se passando por alguém com as seguintes deficiências: Mudo, cego e o paralítico. É importante escolher a dedo, o mais falante para ser aquele que não vai falar nada, aquele que presta atenção nos detalhes, para ser o que não enxerga e aquele inquieto para ser o deficiente físico.
Entreguei os materiais, cartolinas de diversas cores, lápis de cor, tesoura, cola(isso eles podem levar em seus estojos)

Dei a seguinte ordem: "Vocês devem construir com esse material um Castelo da forma como quiserem!" Foi só essa ordem, não disse nada sobre aquela pessoa com deficiência no grupo e que teriam que incluí-los na atividade. Devemos observar se isso parte deles. Como lidam com as diferenças.

Foi gratificante observar que  as "pessoas com deficiências" foram tratados com respeito e participaram da construção do Castelo de alguma forma. No próximo encontro vou colher deles os frutos da dinâmica, ouvindo os que fizeram o papel de portadores de deficiências e também ouvir os outros. Quais foram as dificuldades?
(isso muda de turma pra turma, uma amiga catequista fez a mesma dinâmica e não obteve o mesmo resultado, crianças não se sentiram à vontade para se passar por deficientes...)

Depois de ouvi-los, aí sim, vou iluminar com a Palavra de Deus. Como Jesus tratava essas pessoas. Qual é o olhar dele para essas pessoas em nossos dias. Enfim, vamos atualizar a Palavra.

Pelas fotos, podemos observar que estou lidando com um grupo onde foram educados para acolher, amar, ajudar... 

Fiquei emocionada...












CONSTRUÇÃO DE CASTELO
Objetivo: Vivenciar as dificuldades e facilidades de atuar em grupo, tendo como integrantes Pessoas com Deficiência.

Material:
• 1 venda para olhos
• 50 cm de corda;
• 4 cartolinas;
• 4 tubos de cola;
• 4 tesouras;
• Canetinhas;
• Lápis de cor;
• Giz de cera.

Desenvolvimento:
• Dividir os participantes em 4 equipes: equipe A, equipe B, equipe C, equipe D.
• Na equipe A, um dos membros fará o papel do deficiente físico. A pessoa ficará com a mão imobilizada durante a atividade;
• Na equipe B, um dos membros da equipe ficará com os olhos vendados durante a atividade;
 • Na equipe C, uma das pessoas deverá permanecer sem verbalizar durante a atividade;
• Na equipe D, nenhum dos membros exercerá papel de deficiente;
• Todas as equipes receberão o mesmo kit de materiais ( 1 cartolina, 1 tubo de cola, 1 tesoura, canetinhas, lápis de cor, giz de cera) e a instrução de que deverão construir um castelo em 30 minutos;
• Após o tempo determinado de 30 minutos, os grupos deverão observar o castelo construído pelas outras equipes.
Fechamento:
• O facilitador perguntará a cada equipe se está satisfeito com o produto final construído;
 • As pessoas que exerceram o papel de deficiente relatarão como foi vivenciar este papel durante a atividade;
• Os demais membros da equipe comentarão como foi desenvolver uma atividade com uma Pessoa com Deficiência na equipe, e sentiu dificuldades, como contornaram a dificuldade;
 • Questionar se o grupo optaria por uma outra sistemática de trabalho se tivesse mais uma oportunidade;

• Fazer uma reflexão em grupo de como temos envolvido as Pessoas com Deficiência no desenvolvimento das atividades.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Papa diz que os pais que têm tempo para seus filhos merecem o Nobel

(montagem de Antonio Lima)
É meus caros amigos catequistas, essas "periferias" estão bem perto de nós, em nossas turmas na catequese. 

Achei bem oportuna essa catequese do papa Francisco, onde  ele afirma que os pais e mães que encontram tempo para tudo, sobretudo para os filhos, "poderiam ganhar o Nobel".

Ele frisa a importância da oração na família e afirmou que, "apesar do complicado que é o tempo na família, sempre ocupada, com mil coisas que fazer, a oração nos permite encontrar a paz para as coisas necessárias e descobrir o gozo dos dons inesperados do Senhor, a beleza da festa e a serenidade do trabalho".

Entende que para as famílias de hoje "é um período complicado, porque os pais têm muitas coisas que fazer", mas elogiou os "que conseguem ter tempo para tudo: para o trabalho, para a casa e sobretudo para os filhos". "Resolvem tudo com uma equação e nem os grandes matemáticos saberiam resolver. As 24 horas do dia parecem 48. Há mães e pais que poderiam ganhar o Nobel", considerou.

Francisco também pediu aos católicos que leiam o evangelho diariamente e em família. "Quando nos sentemos à mesa, digamos juntos uma oração com singeleza".


Também insistiu que as mães e os pais ensinem "a fazer o sinal da cruz às crianças".

Veja que lindo exemplo desse pai ensinando seu pequeno a rezar...



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Falamos sobre o sinal da cruz, mas e o gesto das três  pequenas cruzes que traçamos?  Ficamos meio perdidos quando queremos nos dirigir a um e outro, traçar o sinal da cruz e quando queremos PERSIGNAR-SE.

Ahammm???? Interessante saber! Li esse texto e achei oportuno partilhar com vocês...
COISAS QUE SEI SOBRE O ATO DE PERSIGNAR-SE E O SINAL DA CRUZ – Texto de Anderson Dideco.

Um pouco de gramática – Segundo o linguista e dicionarista Evanildo Bechara, a palavra persignar-se vem do latim e se refere ao ato de “fazer com o polegar três sinais em cruz, na testa, na boca e no peito”. Desmembrando a palavra, temos: a preposição per, que na língua portuguesa do Brasil caiu em desuso há muito tempo, mas que está na origem das contrações com artigos definidos que formaram pelo, pela; e o vocábulo signo, que tem o mesmo sentido de ‘sinal’. Desse modo, persignar-se se apresenta como aquele gesto que os mais antigos chamavam de “fazer o ‘pelo sinal’”.

Significado – Esta expressão, nem de todos conhecida, se deve às palavras que acompanham o ato de persignar-se. Ao traçar a cruz sobre a testa, os orantes invocam: “Pelo sinal da Santa Cruz”; traçando a cruz sobre a boca, suplicam: “livra-nos, Deus, Nosso Senhor”; e quando a cruz é traçada sobre o peito, exorcizamo-nos “dos nossos inimigos”. Trata-se de uma jaculatória (pequena oração de fácil memorização) que acompanha os gestos descritos acima e lhes empresta um significado espiritual muito específico, mas que não é sempre recordado.

Aspecto litúrgico – Mesmo na liturgia da Santa Missa, a assembleia faz esse gesto – talvez um pouco sem perceber. É traçando a cruz sobre si (testa, boca e peito) que seguimos as palavras do celebrante, no momento em que este anuncia: “Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo [um dos quatro evangelistas]”.
O momento litúrgico, onde o Evangelho assume o centro das atenções, acaba por favorecer o esquecimento e a distração com que, infelizmente, cercamos a realização deste ato tão simbólico. Para melhor praticá-los, é bom recordar o ‘para quê’ destes gestos: com o traçar das três cruzes, pedimos interiormente a Deus que “abra nossa mente para entender, nossa boca para anunciar e nosso coração para acolher” a Palavra que está sendo proclamada. Sem essa consciência, este ou qualquer gesto dentro da liturgia perde o sentido.

Bom costume – Mas também fora do ambiente litúrgico, podemos readquirir o hábito de iniciar o ‘sinal da Cruz’ com esta jaculatória e este gesto. Pessoas simples, do interior, ou os de mais idade, ainda mantêm esse bom costume. Quem, por exemplo, ajuda a divulgar o ato de persignar-se é a Luzia Santiago, cofundadora da Comunidade Católica Canção Nova, que jamais inicia suas conduções de oração, na televisão, sem fazer o ‘pelo sinal’ antes do ‘sinal da Cruz’. É bonito quando aliamos a compreensão do significado profundo daquilo que ofertamos a Deus, desde o menor dos atos. Quando não acontece desse modo, entramos no âmbito perigoso da superstição, dos amuletos e modismos.

E o “Sinal da Cruz”? – “Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.” Creio não haver quem não conheça este sinal característico dos cristãos. Entretanto, poucos gestos terão perdido tanto da sua sacralidade ao longo do tempo. A falta de formação religiosa e o secularismo galopante de nossa sociedade são os principais responsáveis por isso. Muitos ainda fazem o sinal da Cruz diante dos templos católicos e em circunstâncias de angústia, perigo ou tribulação. Mas sabemos que quase nunca compreendem o por quê de o fazerem.

A importância do “e” – Haverá mesmo alguns sacerdotes que não o sabem, mas as conjunções aditivas ‘e’ entre as três Pessoas da Trindade, invocadas no ‘sinal da Cruz’, não são casuais e muito menos opcionais. É a presença delas que garante a correção teológica da invocação, já que coloca o Pai e o Filho e o Espírito Santo na devida condição de igualdade de Sua comum divindade. Uma vírgula, usada gramaticalmente para enumerações, poderia fazer supor uma falsa ideia de hierarquia entre as Pessoas divinas.

O alcance do gesto – Por ter o poder de renovar as graças batismais – que nos foram comunicadas “em nome da Trindade” –, o próprio traçar do gesto precisa ser bem realizado, sob o risco de não obter o seu alcance sacramental. O ‘sinal da Cruz’ é para ser traçado sobre todo o corpo do orante: o “Pai” sobre a testa e o “Filho” na altura do umbigo, manifestando a dimensão vertical da Cruz, e o “Espírito Santo” sobre os dois ombros, o esquerdo e o direito alternados, mostrando-lhe a dimensão horizontal.

Raciocinemos: se é para representar a Cruz da Redenção, da qual Cristo pendeu para nossa salvação, este sinal reveste-se de uma dignidade impressionante. Não podemos fazê-lo de qualquer maneira, de um jeito displicente e descuidado. Quando invocamos o “Filho” com a mão sobre o coração, por exemplo, por mais que isto revele uma intenção sentimental, concordam que a Cruz simbolizada acaba se mostrando ‘capenga’ (ou seja: sem pé)?
Também não é para sacudir as mãos como se espantássemos mosquitos de nossa fronte: esse ato, como qualquer outro que façamos em direção a Deus, precisa manifestar nosso amor e devoção; pelo menos, nosso respeito ante o sagrado. Sem isso, torna-se vazio e desprovido de propósito. O “Amém” também não deve vir secundado dos desnecessários e equivocados “beijinhos na mão”, que nada acrescentam ao seu sentido de concordância com o que proclamamos.

Por que diante da Igreja? – Nós, católicos, cremos na presença Real de Jesus na Hóstia Consagrada, conservada nos sacrários de nossos templos. Portanto, quando traçamos o sinal da Cruz, diante das igrejas e capelas em que haja um sacrário, estamos saudando essa Presença sacramental do Senhor, que se faz tão próximo de nós. Algumas cidades, como Petrópolis, têm o privilégio de ter muitas igrejas com sacrários espalhadas por seus bairros e distritos. Pode-se dizer que vivemos em um verdadeiro ‘território eucarístico’.

Daí o valor que precisamos atribuir ao gesto; por meio dele, estamos dando testemunho da fé na Presença Eucarística, e anunciando a todos à nossa volta que o Santíssimo se deixa encontrar por aqueles que O busquem de coração sincero. Precisamos avaliar se não teríamos abandonado a prática do ‘sinal da Cruz’ ante as igrejas apenas por vergonha de revelar nossa religiosidade. Esse seria um sintoma grave da perda ou diminuição de nosso apreço por Deus. E a estranheza que poderemos causar aos demais precisa ser encarada como uma oportunidade de evangelização, uma chance preciosa de esclarecer nossos irmãos acerca das verdades em que acreditamos.

É óbvio que, dada a quantidade de templos ao nosso redor, seria no mínimo constrangedor ficar fazendo o ‘sinal da Cruz’ a cada esquina. Entretanto, isso não nos exime da responsabilidade de nos reconhecermos (e nos darmos a conhecer) enquanto cristãos. Uma boa saída é traçarmos sobre nós o sinal da nossa salvação perante o primeiro dos templos por que passarmos, e elevarmos o pensamento para Deus a cada nova igreja que cruzarmos em nosso caminho. Um breve segundo é suficiente para lembrar um trecho bíblico: “Meu Senhor e meu Deus”, ou “Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo”. Ou ainda as jaculatórias, como: “Eis-me aqui, Senhor” ou “Sagrado Coração de Jesus, eu confio em vós”, dentre outras.
Importante é nunca perder a consciência da graça que passa e que não volta mais.
https://amigoespiritual.wordpress.com/2012/12/13/2665/

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Sobre aborto e a nulidade matrimonial!

Cuidado para não colocar palavras na boca do Papa. Cuidado para não espalhar por aí assuntos sérios de forma deformada, superficial. Achei interessante as colocações de dom Henrique sobre a questão do aborto e da nulidade matrimonial.(Imaculada)

É de um sensacionalismo vergonhoso e desinformado o modo como os meios de comunicação noticiam alguns fatos na vida da Igreja.

Primeiro a tolice de que agora o aborto seria um pecado menos grave para os católicos.

Conversa! O aborto é pecado gravíssimo, é pecado mortal! Não entre na Vida quem tira a vida de um inocente!
O que o Santo Padre fez foi, neste Ano da Misericórdia, conceder a qualquer padre a faculdade de perdoar pecados de aborto. Normalmente, o perdão para este tipo de pecado depende de algumas normativas dos Bispos. Foi um belo gesto do Papa, exprimindo a largueza do perdão do Senhor para os que se arrependem sinceramente de pecado tão grave.



Agora os processos de nulidade matrimonial. O Papa
tomou medidas para que os processos de reconhecimento de nulidade sejam mais ágeis. Já há muito vem se tentando um modo de simplificar tais processos sem em nada macular a indissolubilidade do matrimônio. Pela quantidade de processos e cuidado da Igreja em salvaguardar o matrimônio, caso ele tenha realmente existido, esses processos demoravam demais.
Resumindo: o Papa nada fez de extraordinário ou contrário à fé da Igreja.
Segue o mundo querendo pautar a fé dos católicos, inventando um Papa que não existe!
Nunca nos esqueçamos: a Igreja é de Cristo, não de um Papa! O Papa é o primeiro guardião e testemunha da fé da Igreja, juntamente com os Bispos em comunhão com ele! Os católicos recordem sempre isto e estejam em paz! 
Dom Henrique Soares

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Não desista!


Quando li essas palavras, fiquei pensando nos muitos catequistas que deixam a catequese quando passam por algum contratempo ou dificuldades!
Quem já não pensou em desistir um dia?
Eu já!
Que Deus seja sempre nossa força!



quarta-feira, 2 de setembro de 2015

A melhor forma de rezar!

Certa vez, um rapaz entrou na igreja, que estava vazia, foi até o primeiro banco e começou a jogar cinco facas para cima, uma depois da outra e, numa agilidade incrível, pegava todas pelos cabos, sem deixar nem uma cair no chão e sem se ferir. Eram facas afiadas, que brilhavam no ar.


Uma senhora entrou na igreja e, ao ver lá de trás aquela cena, ficou assustada. Foi correndo contar para o padre, que morava ao lado da igreja. O padre veio e os dois observavam a inusitada cena.

O padre aproximou-se dele e perguntou, com carinho: "Por que você está fazendo isso?" O moço respondeu: "Eu não sabia rezar, e perguntei para uma catequista como que reza. Ela disse: 'Faça o que você sabe de melhor para Deus, que ele gosta'. Eu trabalho em um circo e o que eu sei de melhor é jogar facas. Por isso vim aqui hoje rezar".

O padre pôs a mão no ombro dele e falou: "Pode continuar rezando, filho, e que Deus o abençoe. Mas cuidado para não se machucar, ou machucar alguém".
De fato, a catequista estava certa. Cada um tem o seu jeito próprio de rezar. Existem tantas maneiras de orar, quantas pessoas orantes há no mundo. Isso porque oração é diálogo, uma conversa de amor com Deus. E os amigos são criativos e espontâneos nas conversas.

Nós vamos, aos poucos, evoluindo na prática da oração. No começo, só rezamos orações decoradas, e só duas vezes ao dia: De manhã, ao nos levantar, e à noite, antes de dormir.
Depois, nós começamos a obedecer a Jesus que disse: "Orai sempre, e nunca cesseis de o fazer" (Lc 18,1).


terça-feira, 1 de setembro de 2015

Desculpe o transtorno, estou em construção!!


Durante a nossa vida causamos transtornos na vida de muitas pessoas, porque somos imperfeitos. Nas esquinas da vida, pronunciamos palavras inadequadas, falamos sem necessidade, incomodamos. Nas relações mais próximas, agredimos sem intenção ou intencionalmente. Mas agredimos.
Não respeitamos o tempo do outro, a história do outro. Parece que o mundo gira em torno dos nossos desejos e o outro é apenas um detalhe. E, assim, vamos causando transtornos.

Esses transtornos tantos mostram que não estamos prontos, mas em construção. Tijolo a tijolo, o templo da nossa história vai ganhando forma.

O outro também está em construção e também causa transtornos. E, às vezes, um tijolo cai e nos machuca. Outras vezes, é o cal ou o cimento que suja nosso rosto. E quando não é um, é outro. E o tempo todo nós temos que nos limpar e cuidar das feridas, assim como os outros que convivem conosco também têm de fazer.

Os erros dos outros, os meus erros. Os meus erros, os erros dos outros.
Esta é uma conclusão essencial: todas as pessoas erram. A partir dessa conclusão, chegamos a uma necessidade humana e cristã: o perdão.
Perdoar é cuidar das feridas e sujeiras. É compreender que os transtornos são muitas vezes involuntários. Que os erros dos outros são semelhantes aos meus erros e que, como caminhantes de uma jornada, é preciso olhar adiante. Se nos preocupamos com o que passou, com a poeira, com o tijolo caído, o horizonte deixará de ser contemplado. E será um desperdício.

O convite que faço é que você experimente a beleza do perdão. É um banho na alma! Deixa leve! Se eu errei, se eu o magoei, se eu o julguei mal, desculpe-me por todos esses transtornos… Estou em construção!

* Sempre gosto de dar os devidos créditos, ma no caso desse texto estou meio confusa, pois já vi como sendo do Gabriel Chalita, de Anita Godoy e até do papa Francisco.... Seja quem for o autor é um lindo texto! Amei, compartilho!

Por que dedicar um mês à Bíblia?

*por professor Felipe Aquino
Em nosso país, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) estabeleceu setembro como o “mês da Bíblia” por várias razões importantes. Dentre elas, porque o grande São Jerônimo, que traduziu a Bíblia do hebraico e grego para o latim, tem sua memória litúrgica celebrada no dia 30 de setembro. São Jerônimo foi secretário do grande Papa São Dâmaso (366-384), que o incumbiu dessa grande obra chamada “Vulgata”, por ser usada em toda a parte.

Foram cerca de trinta e cinco anos fazendo essa tradução nas grutas de Belém, vivendo a oração e a penitência ao lado da gruta onde Jesus nasceu. O santo disse que “desconhecer as Escrituras é desconhecer o próprio Cristo”. Ele nos deixou um legado de grande amor às Sagradas Escrituras. Possuía grande cultura literária e bíblica e sabia grego, latim e hebraico.

A Sagrada Escritura é alimento para a nossa alma e fonte de vida. Jesus conhecia profundamente a Bíblia. Mais do que isso: Ele a amava e se guiava por suas palavras. Isto é o suficiente para que todos nós façamos o mesmo. Na tentação do deserto, quando o demônio investiu contra o Senhor, Ele o rebateu com as palavras da Escritura. Quando o tentador pediu que Ele transformasse as pedras em pães para provar Sua filiação divina, Jesus lhe disse: “O homem não vive só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor” (Dt 8, 3c).

A importância do mês da Bíblia é para que o povo brasileiro a conheça melhor e seja motivado a estudá-la com mais profundidade, uma vez que não é fácil compreendê-la, especialmente o Antigo Testamento. A Bíblia não é um livro de ciência, mas sim de fé. Utilizando os mais diversos gêneros literários, ela narra acontecimentos da vida de um povo guiado por Deus, de até quatro mil anos atrás, atravessando os mais variados contextos sociais, políticos, culturais, econômicos, entre outros. Por isso, a Palavra de Deus não pode sempre ser tomada ao “pé da letra”, literalmente, embora muitas vezes o deva ser. “Porque a letra mata, mas o Espírito vivifica” (2 Cor 3,6c), disse São Paulo.

Portanto, para ler a Bíblia de maneira adequada, exige-se, antes de tudo, o pré-requisito da fé e da inspiração do Espírito Santo na mente, sem os quais a interpretação da Escritura pode ser comprometida.

Para que a Palavra de Deus seja eficaz em nossa vida, precisamos, pela fé, acreditar nela e colocá-la em prática objetivamente. Em outras palavras, precisamos obedecê-la, pois, ao fazer isso, estamos obedecendo o próprio Senhor.

A alma da Igreja é o Espírito Santo dado em Pentecostes; por isso a Igreja não erra na interpretação da Bíblia, e isso é dogma de fé. Jesus mesmo lhe garantiu isto: “Quando vier o Paráclito, o Espírito da verdade, ensinar-vos-á toda a verdade” (Jo 16,13a).

Embora seja feita de homens, santos e também pecadores, a Igreja Católica tem a garantia de não errar na interpretação dos assuntos da fé. Entretanto, ela não despreza a ciência; muito pelo contrário, a valoriza tremendamente para iluminar a fé e entender a revelação.

O Vaticano possui a “Pontifícia Academia de Ciências” e em Jerusalém está a Escola Bíblica que se dedica a estudar exegese, hermenêutica, línguas antigas, geologia, história antiga, paleontologia, arqueologia e tantas outras ciências, a fim de que cada palavra, cada versículo e cada texto da Bíblia seja interpretado corretamente. É a fé caminhando junto com a ciência. Tudo isso para que possamos dizer como no Salmo 118:“Vossos preceitos são minhas delícias. "Meus conselheiros são as vossas leis.” (v. 24) “Encontro minha alegria na vossa palavra, como a de quem encontra um imenso tesouro.” (v.162)