quarta-feira, 23 de abril de 2014

Duração de encontro!

"Amiga eu preciso de sua ajuda, eu gostaria de ter pelo menos mais uns 20 minutos para meu encontro de catequese, o que você  sugere, ou seja, como eu falo com o pessoal?...Estou achando que essa questão de tempo vai ser meio complicada sabe, mas eu realmente necessito de pelo menos um pouco mais, pois 1 hora está sendo muito corrido e tem tantas atividades interessantes que gostaria de fazer mas o tempo não nos favorece. Me de uma mãozinha ai por favor...rs... ABRAÇOS e aguardo respostas ok."

Olhando minhas postagens antigas, vi esse pedido como 'rascunho' e não sei se respondi a essa catequista na época. Perdão! Apesar desse assunto ter sido bem discutido entre nós, quero deixar umas palavrinhas. 

Imagine um encontro com uma hora de duração, descontando os atrasos, conversas e tudo mais, vai dar aí uns 15 a 20 minutos de enrolation...O que sobra??? Pra se ter uma hora de encontro tranquilamente, é preciso contar com uma hora e meia. E dependendo da idade, principalmente com os menores, que usamos o lado lúdico, seria o ideal. Aqui, nossa programação é de uma hora e meia. (lembrando que não é tempo perdido, aqueles minutos de conversas informais, enquanto esperamos pelos retardatários...é o momento que eles tem para conversar e fazer amizade com o grupo...Eu gosto e fico atenta a esses momentos, e vejo que nosso encontro inicia com a chegada do primeiro catequizando)

O que não pode é continuar com encontros mal trabalhados, por conta do horário exprimido e muito menos ter uma catequese sob o  efeito Gabriela: "eu nasci assim, vou ser sempre assim..." Precisamos ser flexíveis, com uma certa abertura para possíveis adaptações.

Coisas do tipo,  precisa ser discutido com o grupo de catequistas e coordenações. Não vejo que seja algo difícil de se chegar a um consenso. Se não existe essa abertura no grupo, então, o problema é muito mais grave que a questão de duração do encontro. Por exemplo, existem coordenações que se acham  donas no pedaço, assim, meio sargento, sabe??

Coordenar tem que ter tempo de duração, tem que mudar,  para que entre sangue novo, com novas ideias...
Ih! viajei, de duração de encontro já passei para o ministério de coordenação... Esse é um outro assunto, que precisa ser refletido com cautela...

sábado, 19 de abril de 2014

Sábado Santo: os segundos de espera antes do concerto


O silêncio antes da música é como a espera antes da Páscoa
Ah, como eu amo aquele momento de silêncio antes do início de um concerto!
O regente da orquestra dá três pequenos golpes com a batuta e, como por encanto, a cacofonia incompreensível dos instrumentos que tentavam se organizar emudece. Todos voltam o olhar para o maestro, à espera do gesto que reunirá em unidade todos os esforços e dará início a tudo o que deve acontecer!
É um átimo suspenso, cheio de magia! Uma pausa que pode durar o infinito, com o tempo parecendo parado...
Eu imagino o que se passa no coração dos músicos naquele instante: um coração que não é uma máquina e que dita os verdadeiros tempos da música. Tensos, ansiosos, eles sabem que um milagre está a ponto de acontecer e que a sua realização é confiada a eles, à sua obediência, à sua docilidade ao movimento daquela mão que agora lhes pede silêncio.
Imagino o público: arrebatado! Algo de grandioso está prestes a acontecer; todos sabem. Eles pagaram, às vezes preços bem altos, para estar na primeira fila, para desfrutar do prodígio e receber a sua luz, o seu calor, beleza e vida, e, agora, mal podem esperar.
E há o regente. Ele é o único que não está ansioso. Ele não pode. Não deve. Porque é ele quem tem que transmitir a todos a força e a vida e o ritmo e a segurança e a beleza.
Assim é o Sábado Santo que nos aprestamos a celebrar.
Com a batuta da Cruz, o Pai sinalizou com força para o mundo que “chegou a hora”! Agora estão todos em aguardo: os anjos, os santos, a Igreja, o mundo, eu. Todos com a respiração suspensa, todos se perguntando se a Vida vencerá, se o amor é mesmo mais forte do que a morte.
Vocês nunca perceberam que o mundo está parado?
Como nos filmes em que a câmera lenta prepara o beijo final, tudo no tempo da Páscoa parece girar mais devagar até o Sábado Santo, até o momento em que tudo se congela e para.
Por isso é que cobrimos as imagens; por isso é que não podemos celebrar a missa; porque, neste dia, nada pode acontecer, à espera de que Tudo aconteça.
É o dia suspenso, a jornada de espera. É o dia em que todos voltam o olhar para cima, para o Regente, para o único verdadeiro Maestro.

Ah, como eu amo o Sábado Santo!

sources: Aleteia

segunda-feira, 7 de abril de 2014

É padre! Difícil responder sua pergunta...


E eu que pensava que isso só acontecia no Brasil...
Não! Acontece também em Portugal...


Os meninos da Primeira Comunhão que não voltaram à missa

Já passou quase um ano desde a última Primeira Comunhão aqui da paróquia. Os meninos que a fizeram estavam no terceiro ano da catequese e passaram para o quarto, ano em que é sugerido que se faça a festa da Palavra. Uma festa que realça não só mais uma etapa de catequese, mas uma integração da Palavra de Deus, isto é, da Sagrada Escritura, na vida destas crianças.

Até aqui não há novidade maior. Os pais, na reunião que tive com eles para preparar esta festa e para lhes prestar conhecimentos básicos da Bíblia, saíram contentes da reunião e desejosos que os seus filhos se confessassem. Até aqui tudo bem e não há novidade grande. Assim fizemos no Sábado antes da festa. Os meninos, como manda a regra do entusiasmo, perfilaram para se confessar. Mas qual não é o meu espanto quando descubro que alguns deles, talvez uns quatro ou cinco, não tinham voltado à Eucaristia desde a sua festa da Primeira Comunhão. Dito de outra forma mais óbvia ainda. Desde aquele dia em que comungaram pela primeira vez, não o tinham tornado a fazer. 

Culpa dos pais. Culpa dos catequistas. Culpa do pároco. Culpa da Igreja. Culpa da vida. Culpa de quem? Não há culpa que resista a um dado adquirido. A festa da Primeira comunhão é muitas vezes a festa da única comunhão. Negue-se o facto e estamos a esconder a cabeça na areia. 

Não se negue e teremos de repensar a catequese que tem servido, não para alimentar ou amadurecer na fé, mas para cumprir um ritual apenas social e festivo.

Soube de colegas que têm obrigado as crianças, através de passaportes carimbados, ou coisas do gênero, a participar na Eucaristia. Sei de um colega que decidiu não fazer esta festa da Primeira Comunhão no ano passado porque nem as crianças nem seus pais iam à missa. Não sei se resulta ou se resultou. Não sei se deva ou se não. Eu não gosto que a fé seja exigida ou negociada. Assim como não gosto que a comunhão seja proibida. Sei o que não gosto e sei o que gostaria. Mas neste entretanto, não sei o que fazer. Alguém saberá?


FONTE:

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Novos Campos... Catequese com adultos!

Depois de 18 anos, trabalhando com catequizandos em idade infantil (coisa que amo e valorizo), estou acompanhando com uma catequista experiente,  uma turma com adultos. Quero saber passo a passo, como caminha a catequese com adultos em minha paróquia. Só  saberei, colocando a mão na massa.

Se digo que SOU CATEQUISTA DE IVC, preciso ser uma catequista flex, com abertura para novos campos, novas experiências.

Só falamos com propriedade,  sobre aquilo que fazemos  experiência. Como falar com desenvoltura sobre a IVC com adultos, se  não vi acontecer, se nunca acompanhei um processo com eles?  E também, quer saber,   estava me sentindo acomodada.  A catequese em idade infantil, é minha zona de conforto, meu buraco. Estava  me sentindo a verdadeira sapinha do buraco (lembram dessa fábula neh). Porém, estou sempre sendo cutucada e convidada a sair do buraco. Saio, confiante que descobrirei coisas lindas  do lado de fora, nessa nova etapa que estou iniciando. E pretendo partilhar tudinho com vocês as maravilhas que for encontrando pelo caminho nessa minha empreitada.

De início, o  projeto era montar uma turma só com  pais de nossos catequizandos,  que  não havia concluído sua Iniciação Cristã, num trabalho paralelo com os filhos.  Porém, devido a grande procura pela IVC com adultos na paróquia ,  mais de 90 inscritos, nossa turma ficou mesclada, o que não deixa de ser uma riqueza. Não sabemos ao certo, desses mais de 90, quantos tem filhos no processo catequético.

A largada foi dada e vejo que será uma benção. Precisamos propor, sem impor. Muitos foram chamados, nem todos responderam SIM. Acredito piamente, que cada pessoa tem  o seu momento.

Tem um mês que iniciamos nossos encontros com os adultos e já vi que vou amar trabalhar com eles.   Em poucos encontros, tem sido lindo acompanhar o processo de conversão de cada um, perceber a sede, o desejo no olhar, nas palavras desses adultos. Estamos vivenciando nesses primeiros encontros, o QUERIGMA através dos evangelhos. Lindo de viver!

Daqui  duas semanas, acontecerá a celebração de admissão desses candidatos. Celebração onde responderão de livre espontânea vontade, se querem de fato, tornar-se cristãos. Depois disso, prosseguiremos com os que querem, com o  catecumenato,  tempo das catequeses.

Nossa turma (19 pessoas) é composta por jovens, mães e também famílias inteiras: pai, mãe, filhos, percorrendo juntos esse caminho de amadurecimento na fé. Temos até um recém nascido, o pequeno Gabriel, que com apenas 11 dias, participou nessa semana, de seu primeiro encontro catequético,  com sua mãe, pai e irmã. Foi emocionante ser testemunha dessa cena. Dentre eles, alguns serão batizados, outros terão seu primeiro encontro com Cristo Eucarístico e serão crismados, outros só crismados.  E no decorrer da caminhada, teremos alguns casamentos. Será com certeza, uma caminhada de grande aprendizado pra todos nós.

Porém, nossa grande missão, é fazê-los entender no que consiste ser uma pessoa iniciada na fé. 

* Nesse um mês trabalhando com adultos, foi tempo suficiente para constatar que,  trabalhar com a idade infantil/adolescente,  é a etapa mais desgastante, pois exige mais do  catequista em todos os sentidos. Por isso,  tiro o chapéu, reverencio  aqueles que se dedicam a iniciar na fé catequizandos na idade infantil e adolescentes. 

Com crianças, adolescentes, jovens ou adultos, vou seguindo, obediente, sendo instrumento onde Deus me enviar.

>>>> Pra quem não conhece a fábula do sapo do buraco ou sapinho sapeca, leia aqui... http://imaculadacintra.blogspot.com.br/2014/02/ei-catequistas-que-sapos-temos-sido.html


terça-feira, 1 de abril de 2014

Se falta catequistas, é porque existem tantos cristãos anestesiados...

Esse papa, de fato, veio para nos acordar,  nos tirar do comodismo... É cada chacoalhão dos bãos!!! Eitá homem abençoado!
Amei essa dos 'cristãos anestesiados'... Verdade, se não fosse tantos cristãos anestesiados, não tínhamos que ficar mendigando catequistas aqui e ali... Pena, que os anestesiados nem chegue a ler isso! Continuarão anestesiados, descansando.... descansado do que mesmo? grgrgrggrgrrgr


PREGUIÇA E FORMALISMO EM TANTOS CRISTÃOS FECHAM A PORTA À SALVAÇÃO

Os cristãos anestesiados não fazem bem à Igreja. Foi o que sublinhou o Papa Francisco na Missa deste 1º de abril de 2014, na Missa na casa Santa Marta. O Papa reiterou que não é necessário deter-se nos formalismos, mas “envolver-se”, vencer a preguiça espiritual e assumir o anúncio do Evangelho.

O Papa desenvolveu sua homilia comentando o trecho do Evangelho que narra o encontro entre Jesus e o paralítico, que, doente há 38 anos, estava sob os pórticos perto da piscina esperando a cura.

Este homem se lamentava porque não conseguia fazer imersão na piscina, pois sempre alguém se antecipava a ele. Mas Jesus lhe abre um novo horizonte, ordenando-lhe que se levante e ande. Um milagre que provoca críticas dos fariseus porque era sábado e, naquele dia, diziam, não se podia fazer milagres. Nesta narração, disse o Papa, encontramos duas doenças fortes, espirituais, duas doenças sobre as quais, disse, “nos fará bem refletir”. Antes de tudo a resignação do doente, que está amargurado e se lamenta:

“Eu penso em tantos cristãos, tantos católicos: sim, são católicos, mas sem entusiasmo, amargurados! ‘Sim, a vida é assim, mas a Igreja...eu vou à Missa todos os domingos, mas melhor não envolver-se, eu tenho a fé para a minha saúde, não sinto necessidade de dá-la aos outros...’. Cada um em suas casas, tranquilos… E se alguém ousa fazer alguma coisa, é repreendido: “Não, é melhor assim, não arriscar”. É a doença da preguiça, da preguiça dos cristãos. Esta atitude que é paralisante do zelo apostólico, que faz dos cristãos pessoas estagnadas, tranquilas, mas não no bom sentido da palavra: que não se preocupam em sair para anunciar o Evangelho! Pessoas anestesiadas”.

E a anestesia, acrescentou o Papa, “é uma experiência negativa”. Este ‘não envolver-se’ que se torna “preguiça espiritual”. “E a preguiça – disse - é uma tristeza: estes cristãos são tristes, “são pessoas não luminosas, pessoas negativas. E esta é uma doença de nós, cristãos”. E esta é uma doença nossa, dos cristãos. Vamos à Missa “todos domingos, mas, dizemos, por favor, não incomode”. Esses cristãos sem zelo apostólico – advertiu - não servem, não fazem bem à Igreja. E quantos cristãos são assim, egoístas, por si mesmos”. Este – disse - é o pecado da preguiça, que é contra o zelo apostólico, contra a vontade de doar a novidade de Jesus aos outros, aquela novidade que a mim foi dada gratuitamente”. Mas neste trecho do Evangelho, afirmou ainda o Pontífice, encontramos também outro pecado, quando vemos que Jesus é criticado porque curou o doente no sábado. O pecado do formalismo. “Cristãos – disse Francisco – que não deixam espaço à graça de Deus. E a vida cristã, a vida destas pessoas se resume em ter todos os documentos e certidões em ordem”:

“Cristãos hipócritas, como estes. Somente lhes interessa as formalidades. Era sábado? Não, não se pode fazer milagres no sábado, a graça de Deus não pode trabalhar no sábado. Fecham as portas à graça de Deus. Temos muitos destes na Igreja, como temos! É um outro pecado! Os primeiros, aqueles que pecaram pela preguiça, não são capazes de ir em frente com o seu zelo apostólico, porque decidiram parar em si mesmos, em suas tristezas e ressentimentos. Estes não são capazes de levar a salvação porque fecham as portas a ela!”.

Para eles, disse, conta “somente a formalidade”. “Não se pode: é a palavra que mais está em suas mãos”. E estas pessoas, as encontramos também nós – disse – também nós, “tantas vezes tivemos preguiça ou tantas vezes fomos hipócritas como os fariseus”. Estas – acrescentou - são tentações que vem, “mas devemos conhecê-las para nos defender”. “E diante destas duas tentações, diante deste hospital de campo, que é o símbolo da Igreja”, diante de tanta gente ferida”, Jesus se aproxima e pede apenas: “Queres ficar curado?", e lhes dá a graça. A graça faz tudo. E após, quando, encontra de novo o paralítico lhe diz: “não peque mais”.

“As duas palavras cristãs: 'queres ficar curado?' e 'não peque mais', são palavras ditas com ternura, com amor. Antes o cura, para depois dizer ‘não peque mais’. É este o caminho cristão, o caminho do zelo apostólico: aproximar-se de tantas pessoas, feridas neste hospital de campo...e também muitas vezes pessoas feridas por homens e mulheres da Igreja! É uma palavra de irmão e de irmã: queres ser curado? E depois, quando seguires em frente, ‘Ah, e não peque mais, não te faz bem!’. É muito melhor isto: as duas palavras de Jesus são mais bonitas do que os comportamentos de preguiça e de hipocrisia”.