terça-feira, 26 de novembro de 2013

EVANGELII GAUDIUM - Primeira Exortação Apostólica de Papa Francisco



Papa encerra o Ano da Fé e entrega Exortação Apostólica

Com uma Missa celebrada, na Praça São Pedro, o Papa Francisco encerrou, neste domingo, 24, o Ano da Fé. Instituído pelo Papa Emérito Bento XVI, esse foi um período de reflexão e amadurecimento da fé dos católicos.



A homilia do Papa focou na centralidade de Cristo na vida do homem. Segundo o Santo Padre, quem crê, realmente, precisa reconhecer e aceitar que Jesus seja o centro de sua vida. “Nele, nós somos um só povo. Unidos a Ele, partilhamos um só caminho, um só destino. Somente n'Ele, como centro, temos a identidade como povo”.


Durante a celebração, o Pontífice abençoou as relíquias de São Pedro, expostas, hoje, pela primeira vez. A coleta da Missa também foi uma ação de destaque no encerramento, tendo em vista que foi dedicada às vítimas do tufão que atingiu as Filipinas há alguns dias.

Ao final da celebração, o Santo Padre entregou, de forma simbólica, a 36 pessoas a sua primeira Exortação Apostólica. Intitulada “Evangelii gaudium”, o documento será apresentado em coletiva de imprensa, nesta terça-feira, 26, no Vaticano.

Antes de rezar o Angelus, concluindo a celebração, Francisco agradeceu a todos que trabalharam pelo Ano da Fé e pediu a proteção de Maria, em especial para os que são perseguidos por causa de sua fé.

Fonte: http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=290357

EXORTAÇÃO APOSTÓLICA

EVANGELII GAUDIUM
DE
PAPA FRANCISCO

AO EPISCOPADO, AO CLERO
ÀS PESSOAS CONSAGRADAS
E AOS FIÉIS LEIGOS

SOBRE O ANÚNCIO DO EVANGELHO NO MUNDO ATUAL



Evangelii Gaudium


1. A ALEGRIA DO EVANGELHO enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria. Quero, com esta Exortação, dirigir-me aos fiéis cristãos a fim de os convidar para uma nova etapa evangelizadora marcada por esta alegria e indicar caminhos para o percurso da Igreja nos próximos anos.

1. Alegria que se renova e comunica
2. O grande risco do mundo actual, com sua múltipla e avassaladora oferta de consumo, é uma tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada. Quando a vida interior se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres, já não se ouve a voz de Deus, já não se goza da doce alegria do seu amor, nem fervilha o entusiasmo de fazer o bem. Este é um risco, certo e permanente, que correm também os crentes. Muitos caem nele, transformando-se em pessoas ressentidas, queixosas, sem vida. Esta não é a escolha duma vida digna e plena, este não é o desígnio que Deus tem para nós, esta não é a vida no Espírito que jorra do coração de Cristo ressuscitado.

3. Convido todo o cristão, em qualquer lugar e situação que se encontre, a renovar hoje mesmo o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou, pelo menos, a tomar a decisão de se deixar encontrar por Ele, de O procurar dia a dia sem cessar. Não há motivo para alguém poder pensar que este convite não lhe diz respeito, já que «da alegria trazida pelo Senhor ninguém é excluído». Quem arrisca, o Senhor não o desilude; e, quando alguém dá um pequeno passo em direcção a Jesus, descobre que Ele já aguardava de braços abertos a sua chegada. Este é o momento para dizer a Jesus Cristo: «Senhor, deixei-me enganar, de mil maneiras fugi do vosso amor, mas aqui estou novamente para renovar a minha aliança convosco. Preciso de Vós. Resgatai-me de novo, Senhor; aceitai-me mais uma vez nos vossos braços redentores». Como nos faz bem voltar para Ele, quando nos perdemos! Insisto uma vez mais: Deus nunca Se cansa de perdoar, somos nós que nos cansamos de pedir a sua misericórdia. Aquele que nos convidou a perdoar «setenta vezes sete» (Mt 18, 22) dá-nos o exemplo: Ele perdoa setenta vezes sete. Volta uma vez e outra a carregar-nos aos seus ombros. Ninguém nos pode tirar a dignidade que este amor infinito e inabalável nos confere. Ele permite-nos levantar a cabeça e recomeçar, com uma ternura que nunca nos defrauda e sempre nos pode restituir a alegria. Não fujamos da ressurreição de Jesus; nunca nos demos por mortos, suceda o que suceder. Que nada possa mais do que a sua vida que nos impele para diante!

4. Os livros do Antigo Testamento preanunciaram a alegria da salvação, que havia de tornar-se superabundante nos tempos messiânicos. O profeta Isaías dirige-se ao Messias esperado, saudando-O com regozijo: «Multiplicaste a alegria, aumentaste o júbilo» (9, 2). E anima os habitantes de Sião a recebê-Lo com cânticos: «Exultai de alegria!» (12, 6). A quem já O avistara no horizonte, o profeta convida-o a tornar-se mensageiro para os outros: «Sobe a um alto monte, arauto de Sião! Grita com voz forte, arauto de Jerusalém» (40, 9). A criação inteira participa nesta alegria da salvação: «Cantai, ó céus! Exulta de alegria, ó terra! Rompei em exclamações, ó montes! Na verdade, o Senhor consola o seu povo e se compadece dos desamparados» (49, 13).
Zacarias, vendo o dia do Senhor, convida a vitoriar o Rei que chega «humilde, montado num jumento»: «Exulta de alegria, filha de Sião! Solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém! Eis que o teu rei vem a ti. Ele é justo e vitorioso» (9, 9). Mas o convite mais tocante talvez seja o do profeta Sofonias, que nos mostra o próprio Deus como um centro irradiante de festa e de alegria, que quer comunicar ao seu povo este júbilo salvífico. Enche-me de vida reler este texto: «O Senhor, teu Deus, está no meio de ti como poderoso salvador! Ele exulta de alegria por tua causa, pelo seu amor te renovará. Ele dança e grita de alegria por tua causa» (3, 17).
É a alegria que se vive no meio das pequenas coisas da vida quotidiana, como resposta ao amoroso convite de Deus nosso Pai: «Meu filho, se tens com quê, trata-te bem (...). Não te prives da felicidade presente» (Sir 14, 11.14). Quanta ternura paterna se vislumbra por detrás destas palavras! 

5. O Evangelho, onde resplandece gloriosa a Cruz de Cristo, convida insistentemente à alegria. Apenas alguns exemplos: «Alegra-te» é a saudação do anjo a Maria (Lc 1, 28). A visita de Maria a Isabel faz com que João salte de alegria no ventre de sua mãe (cf. Lc 1, 41). No seu cântico, Maria proclama: «O meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador» (Lc 1, 47). E, quando Jesus começa o seu ministério, João exclama: «Esta é a minha alegria! E tornou-se completa!» (Jo 3, 29). O próprio Jesus «estremeceu de alegria sob a acção do Espírito Santo» (Lc 10, 21). A sua mensagem é fonte de alegria: «Manifestei-vos estas coisas, para que esteja em vós a minha alegria, e a vossa alegria seja completa» (Jo 15, 11). A nossa alegria cristã brota da fonte do seu coração transbordante. Ele promete aos seus discípulos: «Vós haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza há-de converter-se em alegria» (Jo 16, 20). E insiste: «Eu hei-de ver-vos de novo! Então, o vosso coração há-de alegrar-se e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria» (Jo 16, 22). Depois, ao verem-No ressuscitado, «encheram-se de alegria» (Jo 20, 20). O livro dos Actos dos Apóstolos conta que, na primitiva comunidade, «tomavam o alimento com alegria» (2, 46). Por onde passaram os discípulos, «houve grande alegria» (8, 8); e eles, no meio da perseguição, «estavam cheios de alegria» (13, 52). Um eunuco, recém-baptizado, «seguiu o seu caminho cheio de alegria» (8, 39); e o carcereiro «entregou-se, com a família, à alegria de ter acreditado em Deus» (16, 34). Porque não havemos de entrar, também nós, nesta torrente de alegria?

6. Há cristãos que parecem ter escolhido viver uma Quaresma sem Páscoa. Reconheço, porém, que a alegria não se vive da mesma maneira em todas as etapas e circunstâncias da vida, por vezes muito duras. Adapta-se e transforma-se, mas sempre permanece pelo menos como um feixe de luz que nasce da certeza pessoal de, não obstante o contrário, sermos infinitamente amados. Compreendo as pessoas que se vergam à tristeza por causa das graves dificuldades que têm de suportar, mas aos poucos é preciso permitir que a alegria da fé comece a despertar, como uma secreta mas firme confiança, mesmo no meio das piores angústias: «A paz foi desterrada da minha alma, já nem sei o que é a felicidade (…). Isto, porém, guardo no meu coração; por isso, mantenho a esperança. É que a misericórdia do Senhor não acaba, não se esgota a sua compaixão. Cada manhã ela se renova; é grande a tua fidelidade. (...) Bom é esperar em silêncio a salvação do Senhor» (Lm 3, 17.21-23.26).

7. A tentação apresenta-se, frequentemente, sob forma de desculpas e queixas, como se tivesse de haver inúmeras condições para ser possível a alegria. Habitualmente isto acontece, porque «a sociedade técnica teve a possibilidade de multiplicar as ocasiões de prazer; no entanto ela encontra dificuldades grandes no engendrar também a alegria». Posso dizer que as alegrias mais belas e espontâneas, que vi ao longo da minha vida, são as alegrias de pessoas muito pobres que têm pouco a que se agarrar. Recordo também a alegria genuína daqueles que, mesmo no meio de grandes compromissos profissionais, souberam conservar um coração crente, generoso e simples. De várias maneiras, estas alegrias bebem na fonte do amor maior, que é o de Deus, a nós manifestado em Jesus Cristo. Não me cansarei de repetir estas palavras de Bento XVI que nos levam ao centro do Evangelho: «Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo».

8. Somente graças a este encontro – ou reencontro – com o amor de Deus, que se converte em amizade feliz, é que somos resgatados da nossa consciência isolada e da auto-referencialidade. Chegamos a ser plenamente humanos, quando somos mais do que humanos, quando permitimos a Deus que nos conduza para além de nós mesmos a fim de alcançarmos o nosso ser mais verdadeiro. Aqui está a fonte da acção evangelizadora. Porque, se alguém acolheu este amor que lhe devolve o sentido da vida, como é que pode conter o desejo de o comunicar aos outros?

2. A doce e reconfortante alegria de evangelizar

9. O bem tende sempre a comunicar-se. Toda a experiência autêntica de verdade e de beleza procura, por si mesma, a sua expansão; e qualquer pessoa que viva uma libertação profunda adquire maior sensibilidade face às necessidades dos outros. E, uma vez comunicado, o bem radica-se e desenvolve-se. Por isso, quem deseja viver com dignidade e em plenitude, não tem outro caminho senão reconhecer o outro e buscar o seu bem. Assim, não nos deveriam surpreender frases de São Paulo como estas: «O amor de Cristo nos absorve completamente» (2 Cor 5, 14); «ai de mim, se eu não evangelizar!» (1 Cor 9, 16).

10. A proposta é viver a um nível superior, mas não com menor intensidade: «Na doação, a vida se fortalece; e se enfraquece no comodismo e no isolamento. De facto, os que mais desfrutam da vida são os que deixam a segurança da margem e se apaixonam pela missão de comunicar a vida aos demais». Quando a Igreja faz apelo ao compromisso evangelizador, não faz mais do que indicar aos cristãos o verdadeiro dinamismo da realização pessoal: «Aqui descobrimos outra profunda lei da realidade: “A vida se alcança e amadurece à medida que é entregue para dar vida aos outros”. Isto é, definitivamente, a missão». Consequentemente, um evangelizador não deveria ter constantemente uma cara de funeral. Recuperemos e aumentemos o fervor de espírito, «a suave e reconfortante alegria de evangelizar, mesmo quando for preciso semear com lágrimas! (...) E que o mundo do nosso tempo, que procura ora na angústia ora com esperança, possa receber a Boa Nova dos lábios, não de evangelizadores tristes e descoroçoados, impacientes ou ansiosos, mas sim de ministros do Evangelho cuja vida irradie fervor, pois foram quem recebeu primeiro em si a alegria de Cristo».

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

‘O CATEQUISTA PRECISA ESTAR EMPAPADO DE CRISTO, SE QUISER SER LUZ...”



Quanto mais me abasteço, mais me certifico do quanto nossa missão como catequista é necessária, exigente, importante...

Gestos,  palavras, frases que marcam...

Participando do VIII Sulão a frase abaixo ficou gravada...

"O CATEQUISTA PRECISA ESTAR EMPAPADO DE CRISTO, SE QUISER SER LUZ...”




“SOMOS COMO TOCHAS, Se quisermos ACENDER, ILUMINAR, SER LUZ, precisamos estar EMPAPADOS DE CRISTO”




Vivência da Eucaristia como Sacramento do Amor



Às vezes não temos muita ideia de como fazer um encontro diferente, mistagógico, celebrativo... Encontrei uma sugestão de uma vivência da Eucaristia para se fazer com os catequizandos ou catequistas. Achei bem interessante! Vá até lá e leia com atenção! Faça as adaptações que achar conveniente para sua turma... Tente, faça um encontro diferente!




terça-feira, 19 de novembro de 2013

E agora???


Dois pontos para refletirmos: 
Porque encerrar os encontros catequéticos em outubro ou em novembro???
O que oferecemos para os neo-comungantes?

Muitas e muitas paróquias encerram seus encontros no final de outubro, novembro, e em muitos lugares, a celebração da Primeira Eucaristia também acontece nesse mesmo período. Fico aqui, curiosa pra saber o que se tem programado para os neo-comungantes? Ele sabe qual é o próximo passo ou depois da celebração da primeira eucaristia, se pergunta:  E agora, proncovô?

Quando 'entramos de férias' dos encontros  no final de outubro,  novembro, perdemos a valiosa oportunidade de se trabalhar um dos tempos fortes em nossa Igreja, que é o ADVENTO e também, fazê-los entender como funciona o ano litúrgico. 

Tenho lido relatos de catequistas transparecendo uma certa tristeza por encerrar os encontros nesse período. Porém, com muito carinho, ouso dizer, se algo nos inquieta, precisamos colocar isso na mesa, dialogando, debatendo com a equipe 'pensante' da catequese. Por que não prorrogar os encontros até dezembro?

No caso dos que vão já receber o Sacramento da Eucaristia,  o ideal seria que os sacramentos acontecessem na Páscoa ou no período pascal, mas se isso é uma mudança distante da realidade de alguns, não é regra que se encerre os encontros com a celebração da Primeira Eucaristia. Pode-se e deve-se viver os encontros mistagógicos, pós-comunhão. Nesses encontros o catequista  aprofunda o significado daquilo que eles receberam, tendo a oportunidade também de escutar o que eles sentiram, o que representou pra eles aquele momento. É tempo de escutar, aprofundar, de introduzi-los no mistério. Esses encontros poderiam se estender até a segunda semana de dezembro. Tempo para dar sentido ao Natal. 

A mudança tem que começar por alguém, que seja por VOCÊ... Faça a experiência de continuar com sua turma, e depois leve ao grupo de catequistas, como foi a vivência desses encontros mistagógicos, celebrativos...

Talvez a paróquia não esteja pronta, conscientizada para grandes mudanças, porém, pequenas iniciativas, pode ser a porta para grandes mudanças...

À propósito,  COMO ESTÁ ESTRUTURADA A CATEQUESE EM SUA PARÓQUIA? TEM-SE ORGANIZADO UM PROCESSO CONTÍNUO PARA A EDUCAÇÃO DA FÉ DOS FUTUROS CRISTÃOS?

pense nisso!!! Vamos debater, trocar ideias, argumentar... e se quiserem, desabafar, soltar os leões, solte!!

Onde não se tem uma organização no processo catequético de forma continuada, acaba por acontecer aquele 'tempo ocioso", aquela brecha, o que chamamos de quebras dos sacramentos, do processo da Iniciação Cristã. Na adolescência, fase delicada em todos os sentidos, eles precisam de orientações seguras, principalmente na educação na fé.  Então, o lugar deles é nos encontros catequéticos, debatendo na turma, assuntos pertinentes à idade... se damos um tempo, uma brecha, possivelmente perderemos muitos....

"A adolescência é o período da amizade, da abertura aos outros e ao mundo. A catequese tem um papel importante para que a fé em Jesus permita fazer a experiência de uma afeição verdadeira e profunda. Se a fé acompanha o desenvolvimento da personalidade, é preciso admitir que também a amizade por Jesus tenha seu desenvolvimento na afetividade."


CONTINUE LENDO...

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

O natal e a catequese... Algumas dicas!


Deus da Esperança no tempo da espera. Deus da Coragem nas dificuldades. Deus da Serenidade no meio do medo. Deus da Paz no mundo em guerra. Deus da Luz no coração da noite. Vem e acende em nós a esperança, a coragem, a serenidade, a paz e a luz com a tua graça.

 Amém



Que sentido estamos dando ao Natal? Como estamos trabalhando esse tema em nossos encontros catequéticos?

Será que é proibido falar do Papai Noel na catequese?
Não se trata de proibição, a questão é saber dar sentido às coisas... Se perguntamos a um grupo que está iniciando sua caminhada de fé: o que te vem a mente, quando escuta falar de NATAL? Certamente a maioria responderá: papai noel, presentes... Pode até que um ou outro, responda: nascimento de Cristo. O tema a ser desenvolvido sempre deve partir daquilo que conseguimos colher da turma, ou seja, meu encontro deve começar  por aquilo que eles já sabem, não os subestimem,  achando que ninguém sabe nada. 
Quando trabalhamos o sentido do Natal, devemos ter a mesma cautela de quando trabalhamos a Páscoa, colocando o bom velhinho e o coelhinho com seus ovos de "chocolates" no lugar que lhes cabe, sem excluí-los é claro, pois isso pode chocar e bagunçar a cabecinha dos pequenos. Repito, o importante é saber dar sentido às coisas. Para isso,  o catequista precisa estar por dentro, estudar sobre o significado dos diversos símbolos, valorizando e aprofundando os principais.

Por exemplo, dois 'sinais/simbolos' que devemos explorar são: o presépio e a coroa do advento.

Qual o significado do presépio? Quando surgiu? Quem montou o primeiro presépio? Porque?Podemos promover um concurso do presépio mais criativo, com coisas recicladas. Fizemos aqui uma vez, e foi lindo... Ou até mesmo incentivá-los e ensiná-los a montar o presépio que tem em casa, gradativamente, conforme vai se aproximando do Natal, vai se colocando os personagens. Digo isso, pois a maioria, até mesmo catequistas, montam seus presépios em novembro, já com o menino Jesus... Cadê a espera, cadê o sentido desse tempo de advento, preparação???




Na época esse foi o escolhido. O catequizando construiu a casinha, plantou as sementes, esperou crescer... e tudo foi acompanhado pela família... Quando fui até a casa para ver o presépio, foi emocionante o testemunho dos pais dizendo o quanto isso foi importante, que de fato esse símbolo, a representação do nascimento de Jesus, esteve esquecido por muito tempo...





A COROA DO ADVENTO

Faça uma oficina sobre a coroa do advento. Enquanto se trabalha, vá conversando sobre o sentido de cada vela, sobre os ramos verdes, sobre a fita vermelha. Isso tudo vai dando sentido a esse tempo de espera. E o melhor, eles vão levar esse sinal pra casa com a oração para ser feita em cada semana. Isso evangelizará também a família.
Muitas vezes nós catequistas não nos programamos com antecedência e quando percebemos não dá mais tempo para trabalhar as coisas no tempo certo e lá se vai a grande chance de fazer acontecer encontros mistagógicos, encontros que de fato os conduza aos mistérios.

Essas fotos são da catequista Rosicler Bote, de São José do Rio Preto, em sua oficina sobre a Coroa do advento.




Por meio de seu formato circular e de suas cores, expressa a esperança e convida à alegre expectativa. A coroa teve sua origem no século XIX, na Alemanha.
Nós, católicos, adotamos o costume da coroa do Advento no início do século XX. 

Os ramos verdes são sinais de esperança. Em alguns lugares, envolve-se a coroa com uma fita vermelha que lembra o amor de Deus manifestado pelo nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.

A figura geométrica da coroa (circular) tem um bonito simbolismo. Sendo uma figura sem começo e sem fim, representa a perfeição, a harmonia, a eternidade.
As quatro velas referem-se aos quatro domingos que antecedem o Natal. 
A luz vai aumentando à medida em que se aproxima o Natal, festa da luz que é Cristo Nosso Senhor, quando a luz da salvação brilha para toda humanidade.



 Abaixo uma lembrancinha que fiz, sem excluir o bom velhinho, mas enfatizando o verdadeiro sentido do natal... Esse modelo você encontra aqui pela internet. 



 Ainda um modelo de uma linda estrela, que você pode fazer em vários tamanhos e usar em várias ocasiões...




E uma atividade bem simples para trabalhar com os pequenos...



Teatro sobre o Natal
você encontra aqui:

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Revista Digital "Sou Catequista"

                                                                    Querido catequista,
Você já conhece a revista digital "sou catequista"?
È uma novidade na rede que vem tratar sobre vários assuntos relacionados à catequese, contribuindo para a formação e motivação do catequista. Fiquei feliz de ter sido convidada para participar da segunda edição, falando sobre minha experiência como catequista blogueira. Entre e confira, estou na seção "CATEQUISTA NA REDE". Tem muita coisa boa por lá, vale a pena a leitura. O link é: http://soucatequista.com.br


Veja também as novidades para a terceira edição, você pode participar, veja como:
A matéria de capa da próxima edição da Revista Sou Catequista irá apresentar algumas experiências e atividades de Natal feitas na catequese, que foram válidas em anos anteriores e contribuíram para despertar a importância desse tempo litúrgico . Queremos favorecer a partilha de conhecimentos e a troca de ideias.

Você pode contribuir e enriquecer ainda mais o conteúdo. A sua colaboração será muito importante.

Envie o material, para o e-mail: contato@soucatequista.com.br



Acho certo as crianças na missa, mesmo com seus pontos de interrogações?????

Sempre gosto de ler as atualizações de um blog de Portugal, o Confessionário dum padre... Lendo seus posts, percebo que mesmo em outro país, comungamos das mesmas dificuldades, trilhamos os mesmos caminhos... Quando li essa postagem sobre o filho da Glória, fiquei pensando na iniciação de nossos pequenos, da participação deles nas missas, nas duvidas que pairam em suas cabecinhas...Estão iniciando sua caminhada de fé, conduzidos pelos pais... Acho certo as crianças na missa, mesmo com todos os pontos
de interrogações!!!!?????? Fico encantada quando  vejo imitando os pais, o que o povo faz... precisamos respeitar o tempo delas, claro que tudo dentro dos limites, daquilo que é possível naquela idade. Um pai, uma mãe que foi iniciado na fé, sabe quais são esses limites...
A criança está atenta, mas não tem maturidade ainda para entender... Lendo essa postagem do filho da Glória, pensei nas tantas vezes que participando da missa, os olhares se voltaram para mim, quando cantavam aquela musica: Imaculada, maria de Deus... srrsrsr Fico encabulada quando isso acontece e claro, eu aponto para a imagem daquela que de fato é imaculada...

Vamos enfim, á postagem em questão!!


O filho da glória
A Glória tem um filho que a costuma acompanhar à missa, embora ainda esteja longe da idade escolar. Costuma estar sossegado e parece atento. O atento possível naquelas idades. No Domingo passado o refrão do salmo dizia “Senhor, ficarei saciado quando surgir a Vossa Glória” e, como é normal, as pessoas repetiram o refrão as vezes necessárias. No final da leitura do salmo, enquanto, no silêncio próprio da espera, a pessoa que ia ler a segunda leitura se dirigia ao ambão, o habitualmente sossegado do filho da Glória levanta-se, sobe para o banco onde estava sentado, vira-se para as pessoas que agora o viam perfeitamente, e pergunta numa voz fininha, ainda meio indefinida, mas compreensível. Porque é que hoje só dizem o nome da minha mãe e não dizem o nome das mães dos outros meninos? E sentou-se, com o sururu da assembleia a sorrir, e com a mãe a cruzar o dedo com os lábios, para fazer pouco barulho. Em casa a mãe explica, disse. E o senhor padre do altar repetiu. A mãe Glória em casa já explica.
Estou mesmo a ver qualquer dia o filho da Ressurreição a fazer o mesmo. Falamos tanto dela na Missa!
http://eupadre.blogspot.com.br/search/label/Eucaristia

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A catequese mistagógica



Pe. Roberto Nentwig

Regina Menon
1. Por que falar de mistagogia?

O tema mistagogia aparece em um momento de urgência de renovação da Igreja e de nossas práticas evangelizadoras.

As vozes do documento de Aparecida ainda ecoam em nossos ouvidos, proclamando a necessidade de deixar uma pastoral de mera conservação, avançando para a renovação das estruturas eclesiais (DAp 366-368). Diante do indiferentismo religioso, da falta de consciência cristã dos batizados e da grande massa de católicos que buscam nossas comunidades como “fregueses” dos serviços eclesiais, faz-se necessária uma renovação de métodos. Na catequese, não podemos mais nos contentar com a falta de engajamento dos muitos que recebem os sacramentos de iniciação e depois somem da Igreja.

Diante de tal realidade com a qual se depara nossa prática pastoral, precisamos tomar consciência de que estamos em tempos de evangelização. Tempos em que urge o primeiro anúncio da alegre boa nova, levando nossos interlocutores ao encontro pessoal com Jesus Cristo, na adesão ao seu Reino. É urgente uma catequese mistagógica que resgate os tempos áureos dos primeiros séculos para renovar a prática catequética.

2. O que é mistagogia?

Mistagogia é um termo grego que significa “conduzir ao mistério”. Segundo Pe. Gilson Camargo, é possível traduzir o termo por “ter domínio” do mistério. É evidente que esta expressão precisa ser bem interpretada, já que Deus não é alguém que dominamos, além do que a vida nele é uma graça, não depende somente de nossos esforços. Um cristão mistagogo tem intimidade com o mistério divino e deixa transparecer Deus de modo simples e fácil.

Cabe explicitar que este “mistério” não é um segredo inatingível. O Novo Testamento define “mistério”como o desígnio divino oculto em Deus desde todos os séculos (Ef 3,9), agora revelado em Jesus Cristo (Cl 1,26-27). Portanto, ser conduzido ao mistério é encontrar-se com a pessoa de Jesus Cristo, acolhendo o desígnio do Pai (a salvação) na força do Espírito Santo. A experiência cristã, portanto, não é um sentimentalismo vazio, nem um mero aprendizado teórico, mas a experiência viva que leva o fiel a aderir ao Reino de Deus, o projeto do Pai, em comunidade, assumindo a dinâmica renovadora da Páscoa: o mistério de morte e ressurreição (Rm 6,8-11; Fl 3,10-11).

O termo mistagogia designa o último tempo do processo catecumenal. Trata-se de um tempo que valoriza muito a liturgia do Tempo Pascal, com a finalidade de fazer o neófito experimentar a Páscoa do Senhor e sentir-se acolhido pela comunidade da qual começou a fazer parte pelos sacramentos. Na Igreja antiga, as catequeses mistagógicas tinham a finalidade de levar os neófitos a aprofundar os sinais que foram manifestos na recepção dos sacramentos da iniciação.

Ao tratarmos de mistagogia na catequese, no entanto, não estamos falando de um tempo determinado, pois todo o processo catequético deve ser permeado pela mistagogia, ou seja, deve ter a finalidade de levar Deus ao coração e à vida dos interlocutores.

3. Caminhos mistagógicos

Destacamos três caminhos que contribuem para uma catequese mistagógica: a Palavra, a liturgia e a oração.

a) Palavra. Tanto a tradição da Igreja como as Escrituras são fontes da Palavra de Deus. Sobretudo, destaca-se a Bíblia, “livro por excelência da catequese”, como fonte primordial da atividade catequética. Ainda carecemos de uma catequese mais bíblica, do uso frequente da Escritura nos encontros, de uma intimidade maior no uso da Bíblia por parte do povo católico.

Os documentos da Igreja têm insistido sobre a prática da leitura orante, como um caminho eficaz para o uso da Escritura na pastoral. A lectio divina destaca-se como um método de leitura orante em consonância com a grande tradição da Igreja. Inspirada na oração dos monges, conserva quatro passos que remontam ao monge Guido (séc. XII), escritor do livro A escada dos monges (BOFF, 2006):

- Ler: leitura calma, pausada, procurando saborear cada palavra;

- Meditar: como a Palavra aplica-se na vida da pessoa;

- Orar: deixar a oração, a prece, o louvor brotar da Palavra;

- Contemplar : sentir-se amado por Deus. Os místicos falam deste estágio como o mais elevado, como total entrega a Deus.
Esses degraus não precisam ser necessariamente justapostos (vir um após o outro). É importante que primeiro se faça a leitura e, depois, deixe brotar a oração de acordo com a inspiração do Espírito e as características próprias do grupo.

b) Liturgia. A liturgia, por si só, tem uma dimensão catequética. As celebrações, com sua riqueza de palavras e ações, são uma verdadeira “catequese em ato” (CR 89).“Embora a sagrada Liturgia seja principalmente culto da majestade divina, é também abundante fonte de instrução para o povo fiel” (SC 33). Uma celebração bem preparada, participada e adaptada à realidade com verdadeira dignidade e cheia do verdadeiro sentido litúrgico, educa na fé, recorda os seus conteúdos centrais, renova o ideal de
vida cristã e incrementa a consciência de pertença eclesial. Pela ação do Espírito Santo, a liturgia alimenta e estimula ao compromisso com a vida.

Há uma contínua união entre Palavra e símbolo, colaborando para que o conteúdo da fé seja interiorizado, não permanecendo como uma mera teoria: “O rito, ao envolver a pessoa por inteiro, marca mais profundamente do que uma simples instrução e interioriza o que foi aprendido e proclamado, realçando a dimensão de compromisso” (IVC 44). Na liturgia há o envolvimento corporal por cantos, gestos, vozes, silêncio, de modo que a união entre atitudes do corpo, símbolo e Palavra contribuam para uma experiência mais concreta do mistério:

Na liturgia conjuga-se ‘o que se diz’ e a ‘maneira de dizer’. Gestos e palavras transmitem seu sentido no próprio ato. Por isso mesmo são até mais expressivos do que discursos e ensinamentos. (…) Mais do que compreender por intelecção o importante é que se experimente algo do mistério pascal de Cristo. Se celebrado com intensidade e profundidade não haverá risco da banalização repetidora (PERUZZO, 2010, p. 33).

O Diretório Nacional de Catequese corrobora esta ideia, afirmando a necessidade de um itinerário catequético que inclua um itinerário celebrativo como componente indispensável (DNC 118): As festas e as celebrações são momentos privilegiados para a afirmação e interiorização da experiência da fé. ORICA é o melhor exemplo de unidade entre liturgia e catequese.
Celebração e festa contribuem para uma catequese prazerosa, motivadora e eficaz que nos acompanha ao longo da vida. Por isso, os autênticos itinerários catequéticos são aqueles que incluem em seu processo o momento celebrativo como componente essencial da experiência religiosa cristã. É esta uma das características da dimensão catecumenal que hoje a atividade catequética há de assumir.

Toda a atividade da Igreja tem suas forças arraigadas na liturgia. A catequese deve conduzir à vivência litúrgica, pois esta sintetiza a experiência cristã. Sobretudo aqui, destaca-se o uso de símbolos e gestos litúrgicos, pois estes afetam áreas do ser humano que o conteúdo racional não alcança. Uma catequese mais celebrativa e orante traz a força do significado dos ritos, conduzindo os
interlocutores, de modo eficaz, à vivência do Evangelho.

c) Oração. A catequese deve ser “permeada por um clima de oração” (DGC 85). O encontro catequético não deve parecer uma aula ou palestra, mas ser um espaço aberto para o diálogo com Deus. Qualquer conteúdo exposto deve ser interiorizado pela prece, sobretudo valorizando a espontaneidade e a criatividade. Hoje muitos cristãos rezam somente fazendo pedidos. É preciso que
nossos catequizandos exercitem a oração como meio para experimentar o amor de Deus, acolhendo o mistério divino de um
modo afetivo.

Já falamos da importância da Sagrada Escritura como caminho mistagógico. A Bíblia é a principal fonte da oração: o fundamental é partir da leitura do texto sem a pretensão de encontrar verdades, mas para acolher o sentido espiritual. Depois da leitura, muitos são os caminhos que nos ajudam a orar: repetir as frases do texto pausadamente (pedir que o grupo repita), cantar refrões, fazer preces espontâneas… Convém, seguindo a tradição da Igreja, concluir o momento orante com um Pai-Nosso, reunindo todas as preces. Um caminho por vezes esquecido é o silêncio. É preciso deixar Deus falar, imaginando-se, por exemplo, no cenário do texto lido (método Jesuíta). Enfim, o importante é que a Palavra seja o guia mestre de nossa oração.


4. O catequista mistagogo

O catequista mistagogo é um instrumento que facilita o encontro dos seus catequizandos com o mistério divino. A Palavra
tem forte relação com o seu proclamador. No contexto da revelação, não basta saber com exatidão o que é pronunciado, mas é preciso conhecer quem comunica, pois quem enuncia é também mensagem.

A força reveladora e realizadora da Palavra de Deus são evidenciadas na catequese. Também o catequista, seguindo a lógica da revelação, não apenas transmite verdades, mas revela o próprio Deus. Para que este mistério aconteça com eficácia, o catequista não fala de si mesmo, mas a partir do seu encontro com o Senhor, de sua experiência, de sua vida.

Catequese significa fazer ecoar. Ela será um verdadeiro eco da Palavra de Deus se o catequista deixar transbordar do seu interior
aquilo que nele está repercutindo. Aquele que ouve, por sua vez, acolhe em seu coração este transbordamento e passa a também ser um eco da mesma Palavra.

São Paulo nos diz que somos um texto vivo da Palavra; “Sois uma carta de Cristo, redigida por nosso ministério e escrita, não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo” (2Cor 3,3). O catequista, portanto, é uma carta de Deus, em texto vivo. Fala mais pela sua vida do que por suas palavras, comunica mais com o seu jeito de ser, com sua alegria e amor do que com suas ideias. Por isso, para catequizar, o catequista deve se deixar escrever pelo Espírito Santo. Deixará que o amor seja impregnado em seu coração, lembrando que este é um mistério para os simples: “Eu te louvo, ó Pai, porque escondestes estas coisas dos sábios e entendidos e as revelastes aos pequeninos” (Mt 11,25).

Portanto, o catequista mistagogo é aquele que se encontrou com o Senhor, assumiu o seu projeto em sua prática de vida e deseja, por um ímpeto interno, anunciar a experiência realizada (1Cor 9,16), além de não descuidar da formação continuada. Não basta mudar os métodos se não houver catequistas que transmitam a verdadeira experiência de encontro com Cristo.

5. Elementos para uma catequese mistagógica

Não se pode falar de mistagogia sem abordar o processo catecumenal. O catecumenato foi resgatado como forma ordinária de iniciação de adultos, seguindo a metodologia do RICA. Sua eficácia evangelizadora fez dele um modelo inspirador para outros processos catequéticos, como afirma oDiretório Geral para a Catequese: “Dado que a missão ad gentes é o paradigma de toda a missão evangelizadora da Igreja, o Catecumenato batismal, que lhe é inerente, é o modelo inspirador da sua ação catequizadora” (DGC 90). O Diretório Nacional também afirma: “é a inspiração catecumenal que deve iluminar qualquer processo catequético” (DNC 45). Assim, é nossa missão construir itinerários de educação na fé de inspiração catecumenal. Deste modo, estaremos favorecendo uma catequese mistagógica

Para alcançar este objetivo, é preciso conhecer a metodologia catecumenal. São características essenciais da metodologia catecumenal: seu caráter cristocêntrico e gradual, a função eclesial, a centralidade do mistério pascal, a inculturação, a formação intensa e integral vinculada a ritos e símbolos (IVC 72-73).

Portanto, um itinerário catequético catecumenal e, consequentemente mistagógico, não é uma repetição do que nos é proposto pelo RICA, mas a aplicação criativa da metodologia catecumenal. Seguem algumas pistas que podem nos ajudar.

- Realizar encontros celebrativos: os gestos, os ritos, os sinais da liturgia são bem vindos na catequese. Comunicamos mais dos mistérios divinos pelo uso de sinais do que pelo enunciado de teorias.

- Aproximar os catequizandos da liturgia: é preciso que compreendam e se apaixonem pela liturgia, sobretudo pela participação ativa das celebrações eucarísticas.

- Realizar celebrações catequéticas. É muito oportuno fazer com os catequizandos algumas celebrações da Palavra, convidando os familiares, reunindo outras turmas. Os próprios catequistas podem conduzir estes momentos, inspirando-se nos conteúdos catequéticos, valorizando e partindo sempre da Proclamação da Palavra – da palavra brota a oração em comunidade.

- Realizar celebrações de entrega e ritos de passagem. É preciso resgatar o sentido da gradualidade do processo catequético presente no catecumenato. O catequizando deve sentir que ele avança a cada dia no caminho. A realização de algumas celebrações de passagem pode ajudar neste sentido. Aqui merecem destaque as entregas, tão valorizadas no catecumenato: pode haver uma celebração festiva, com toda a comunidade, com a entrega de um símbolo para cada etapa do itinerário: a Bíblia, o Pai Nosso, o Credo, a Cruz, as Bem Aventuranças… Outras celebrações também são carregadas de significado: celebração de acolhida (no início das atividades catequéticas, com as famílias), celebração de envio… Convém que as celebrações de entrega aconteçam na celebração eucarística, com a assembleia reunida. Deste modo, intensifica-se a consciência da participação comunitária.

- Valorizar o tempo litúrgico.
É preciso retomar toda a riqueza do Ano litúrgico e a centralidade do Mistério Pascal. O tempo da Quaresma, com sua riqueza, é um forte momento para se vivenciar a fé por gestos concretos, principalmente aproveitando-se a Campanha da Fraternidade. Não esqueçamos também do apelo à oração, das celebrações penitenciais, via sacras… O Tempo Pascal é o centro do Ano Litúrgico. Convém que a iniciação eucarística e a Confirmação sejam celebradas neste tempo, vinculando-os ao sentido da vida nova que brota da Ressurreição do Senhor.

- Conduzir os catequizandos para a participação em atividades evangélico-transformadoras.
Não podemos nos esquecer de que a mistagogia é uma educação para o viver cristão. Não basta a Palavra, a liturgia e a oração se não nos convertemos. Assim, é muito oportuno que os catequizandos realizem atividades que os eduquem para a caridade e o compromisso social, como atividades em prol da ecologia, visitas em instituições sociais, campanhas, etc.

Uma catequese mistagógica necessita de agentes mistagogos. Que pela graça do Espírito, sejam suscitados pessoas que deixem transbordar do seu interior o encontro decisivo com o Cristo, Senhor, na adesão ao seu Reino. Só assim, teremos uma catequese viva, mais querigmática, bíblica, celebrativa, orante e mistagógica!