quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Advento



Nas correrias e ritmo acelerado da vida moderna, esperar passou a ser um desafio para as pessoas. E o tempo do Advento é o contrário disto, porque significa “tempo de espera”, de preparação próxima para a chegada do Menino Deus. São semanas que sugerem contemplação do mistério da encarnação do Verbo de Deus, aquilo que já vinha sendo anunciado pelos profetas no Antigo Testamento.
Esse tempo marca o início do Ano Litúrgico, culminando com o Natal de Jesus. Fazemos uma trajetória de reflexões fecundadas pela leitura atenta da Palavra de Deus. O Senhor nos fala pela Sagrada Escritura e nos convida a seguir seus ensinamentos de forma ativa e com responsabilidade. Ele quer de nós gestos verdadeiros de solidariedade e justiça para construirmos a paz.
No período do Advento realizamos, nas comunidades cristãs, a Novena de Natal. Aquelas que são bem preparadas apresentam uma verdadeira catequese, um anúncio querigmático da vida de Jesus. Provocam um encontro da pessoa com todo o processo da chegada do Menino-Deus, e como uma verdadeira experiência de pré-natal. É a preparação para a chegada de novos tempos.
Nos quatro domingos do Advento deve-se descobrir que o “Senhor é a nossa justiça”, e que o evento “Natal” expressa um gesto bonito e carregado da solidariedade de Deus para com o seu povo. Quem nasce deve ter o direito de viver, de conviver, de ir e vir, de um fim natural e de construir a “cidade de Deus”, cidade de respeito e dignidade do ser humano e de fraternidade verdadeira.
Todo esse cenário faz parte do projeto já anunciado no longínquo passado bíblico. Nada acontece por acaso, porque Deus é o Senhor da história. Mesmo em acontecimentos terríveis da chegada dos fins dos tempos, provocados pela própria natureza, esses fatos não podem ser causadores de desânimo e desestímulo para a vida, porque Deus caminha com seu povo e não o deixa desamparado.
No Advento as pessoas devem estar abertas para a escuta da “fala” de Deus e ao convite para seguir sua vontade. Abertura também para superar as infidelidades contra o projeto de vida, o descuido com a prática da verdade e da justiça e se apoiar na força da esperança. Portanto, Advento é um caminhar totalmente ancorado na vigilância e na espera da vinda do Senhor no dia do Natal.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba.

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Mensagem da 4ª SBC aos catequistas do Brasil



Indaiatuba(Itaici), 18 de novembro de 2018. 

Nós ouvimos e sabemos que ele é o Salvador do mundo” (Jo 4, 42)

Queridos (as) catequistas,

A 4ª Semana Brasileira de Catequese a serviço da IVC, cujo o lema, nós ouvimos e sabemos que Ele é o Salvador do mundo, mergulhou-nos em temas sobre a Iniciação à Vida Cristã. Eis seu objetivo geral: compreender a catequese de inspiração catecumenal a serviço da Iniciação à Vida Cristã, buscando novos caminhos para a transmissão da fé, no contexto atual. Gostaríamos que esta mensagem chegasse a vocês antes do nosso retorno. Afinal, nada do que refletimos aqui se torna realidade sem o trabalho dedicado de vocês aí.

Algumas questões muito relevantes abordamos aqui:
-A transmissão da fé às novas gerações nos novos contextos e com novos interlocutores;
-A mudança que o seguimento de Jesus traz à nossa compreensão do sentido da vida;
-A importância da liturgia para mergulhar no segredo de Deus, isto é, no seu mistério e no compromisso com a vida;
-O Senhor Jesus Cristo é a Palavra humana por Deus pronunciada. A Leitura Orante é a grande experiência de deixá-Lo falar.
-Acolher essa palavra nos aproxima do irmão e nos faz viver em comunidade,
-Os tempos mudaram, a linguagem digital domina os movimentos e os relacionamentos. Nós, catequistas, somos desafiados e desafiadas a comunicar nesta realidade, a alegria do Evangelho.

Como aconteceu com a Samaritana depois do encontro com Jesus Cristo, queremos voltar para comunicar a experiência que tivemos com Ele. Assim esperamos que muitas pessoas possam conhecer e acolher com alegria as boas notícias da parte de Deus. Os tempos são difíceis, mas as promessas de Deus são generosas. Tudo passa rápido, mas a fidelidade dele é permanente. E todos nós, catequistas, vivemos a emocionante alegria de sermos testemunhas deste anúncio do qual o mundo tanto precisa.

Se quisermos ser fieis à Igreja do Evangelho e ter criatividade ao em transmitir a pessoa de Jesus Cristo, o melhor caminho será abraçar a possibilidade de processos iniciáticos nas nossas comunidades. Onde já se começou, comunidades novas surgem. Quem é iniciado assume uma nova identidade. 

Queridos catequistas, que Deus lhes multiplique em bênçãos a bênção que são vocês para a formação de novos discípulos, novos missionários e muitos novos iniciados. São grandes os problemas, mas são maiores as nossas esperanças.

Hoje é fácil encontrar más notícias. Mas a Iniciação à Vida Cristã é uma grande geradora de boas notícias. Vocês, catequistas, são Palavras da Igreja na construção do mundo melhor que Deus sonha para todos os seus filhos.

Que Maria, a catequista de Nazaré, lhes seja uma grande fonte de inspiração na experiência do discipulado. Que ressoe em seus ouvidos a frase pronunciada em Caná: “fazei tudo o que Ele vos disser!”(Jo 2, 5) e assim nunca faltará o vinho da alegria na festa da vida.

Catequistas Participantes da 4ª Semana Brasileira de Catequese

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

4ª Semana Brasileira de Catequese - Um evento ou um acontecimento?


Nem todo evento se torna um acontecimento

Segundo dom Peruzzo, presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, existe uma grande diferença entre um evento e um acontecimento. Um evento termina na hora em que se encerra. Vivemos aquele momento, nos despedimos sem afetividade, não suscita novas experiências e não encaminha para novos passos. Ele ainda cita um exemplo: no tempo de namoro, quantas foram as paqueras(eventos), mas uma apenas acabou em casamento, se tornando um acontecimento.

Fala também de como surgiu a ideia da realização da 4ª SBC. Em 2017, por ocasião da 55ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos  em Aparecida para a aprovação do doc 107, numa roda de conversas e sugestões, dom Carlos Verzeletti, se levanta e propõe a 4ª SBC para aprofundar, refletir, estimular a temática, partilhar as experiências de IVC pelo Brasil a fora. Entre várias sugestões(eventos), uma sugestão se tornou acontecimento.

Enfatiza que a 4ª Semana Brasileira de Catequese, assim como as outras, são acontecimentos de evangelização para nossa Igreja e que todos os que participaram devem voltar para casa, para suas dioceses, conscientes da responsabilidade de fazer ecoar tudo que viveram nesses dias.

Enfim, agradece à todos os envolvidos na organização dessa semana com essas palavras:   Que seja o senhor Deus a dar um abraço de gratidão a todos os que atuaram direta e indiretamente, muitos  não foram vistos, mas o resultado se fez visto.


Enfim,  tive a alegria de participar da 4ª Semana Brasileira de Catequese, usarei desse espaço, dessa ferramenta para fazer multiplicar toda riqueza que vivemos nesses dias. Houve uma equipe responsável divulgando em tempo real parte do que se passava por lá,  com fotos, videos com síntese dos conferencistas e catequetas  homenageados.

Fique por dentro, acompanhe pela fanpage no facebook: catequese do Brasil, pelo Youtube e também pelo site oficial: www.catequesedobrasil.com.br

Imaculada Cintra
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terça-feira, 13 de novembro de 2018

logotipo da 4ª SBC

O símbolo visual da 4ª Semana Brasileira de Catequese, que tem como inspiração o texto bíblico: “Nós ouvimos e sabemos que ele é o Salvador do mundo” (Jo 4,42), é constituído por uma cruz central, sinal de nossa salvação, sinal do amor de Jesus que nos amou até o fim. A cruz refere-se à morte de Jesus e também à sua ressurreição. A cruz é símbolo do estilo de vida que Cristo ensinou e que agora, somos convidados a assumir, do caminho pascal, de morte e ressurreição, que Cristo percorreu e que agora somos chamados a percorrer: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Mt 16,24).É com o sinal da cruz que os catecúmenos são acolhidos na iniciação cristã.
Do lado esquerdo um pequeno traço nos lembra o lado transpassado de Cristo:  “Pendente da cruz, do seu coração aberto pela lança fez correr sangue e água” (RICA 215). O sangue e água são identificados pela Tradição da Igreja como os dois sacramentos principais: Eucaristia e Batismo. O lado aberto de Cristo morto na cruz também evoca a nossa imersão batismal na paixão e morte do Senhor. Do seio de Jesus elevado e glorificado no mistério da morte e ressurreição, flui a água viva, símbolo do dom do Espírito Santo. O Batismo confere aos fiéis o dom do Espírito Santo e os tornam portadores e templos do Espírito.
O espiral que se forma nas cores vermelha e azul, símbolo do sangue e da água, remete-nos a caminhada que iniciamos todos nós, a partir da fé em Jesus Cristo e da sua Igreja, que nasceu do seu lado aberto, assim como nova Eva do lado do novo Adão. É símbolo da caminhada dos simpatizantes, catecúmenos, eleitos, neófitos... de todo Cristão. O espiral em sentido anti-horário, representando o Kairós de Deus, “o tempo oportuno”, pelo qual somos regidos, amadurecemos e crescemos, ano após ano, de domingo a domingo, de páscoa em páscoa, até a páscoa definitiva. As pegadas aí impressas mostram que a nossa fé não é circular, mas espiral, como no ano litúrgico. A cada ano concluído, não paramos no mesmo lugar, amadurecemos no seguimento, não somos mais os mesmos, subimos um degrau.
Assim, a logotipo da 4ª SBC em sua simplicidade e profundidade, quer nos ajudar a refletir e a resgatar a essência de nossa fé e o fundamento da Iniciação à Vida Cristã, que deve unir experiência e anúncio, fé e vida num itinerário capaz de nos transformar em discípulos missionários de Jesus Cristo.
Comissão Episcopal Pastoral para Animação Bíblico-Catequética