Meu primeiro encontro mistagógico...

O catequista mistagogo é um instrumento que facilita o encontro dos seus catequizandos com o mistério divino. A experiência cristã,  não é um sentimentalismo vazio, nem um mero aprendizado teórico, mas  experiência viva.

Outro dia uma catequista me perguntou: "Mas, você ainda tem encontro, sua turma já não recebeu a primeira Eucaristia? "

Queria falar um pouquinho sobre isso, mesmo que muitas pessoas  já tenha lido sobre essa nossa experiência.

Esse é o segundo ano em nossa paróquia que nossos encontros da etapa da Eucaristia não termina com a celebração de Primeira Eucaristia. A Eucaristia faz parte do processo e não é término da etapa. Eles continuam nos encontros normalmente com os mesmos catequistas para os encontros da MISTAGOGIA, que seria um tempo para conduzi-los, introduzi-los ao mistério. Esses encontros se estendem até final de junho, julho é férias e em agosto eles voltam para a etapa da perseverança ou Crisma, conforme a idade  de cada um. Isso tudo é trabalhado com antecedência com os pais. Isso evita as quebras dos sacramentos da Iniciação Cristã.

Estou vendo essa experiência como positiva. Como  acontecia antes? Acontece que não acontecia, não tínhamos a oportunidade de aprofundar, de partilhar o que sentiram, como foi seu encontro com Cristo Eucarístico, o que isso mudou, o que significa...

Esses encontros mistagógicos não são tantos para se passar doutrinas, mas para ruminar o que foi recebido, explicar e entender os símbolos.

Momentos de oração, reflexão, intimidade com Deus....Sentir Deus!
Ontem,  foi nosso primeiro encontro mistagógico, com o tema: " O Espírito continua a missão de Cristo", com aprofundamento da passagem bíblica Jo 20, 19-23, "Aparição aos discípulos".

Antes  de iniciarmos o encontro,  estou vendo aquele bochicho todo nos camarins.

_ Imaculada, estamos aqui ensaiando, quando for pra você começar, queremos fazer uma coisa pra você!

Meu Deus, que coisa será essa. Mas, confiei e fiz sinal de positivo. E eu que havia me programado iniciar o encontro de uma maneira diferente, foi mudado por eles. Tudo bem!

Leram uma mensagem linda de agradecimento,  me emocionei é claro, e virou um chorôrô danado, eu chorava, eles choravam...

Engoli as lágrimas, agradeci e entendi que eles estão se despedindo em doses homeopáticas. Escrevendo cartinhas, bilhetinhos... E isso pra mim, tem um valor inexplicável... Não vou continuar com eles até o Crisma, não sei se isso seria bom. Vejo que precisam conhecer outras pessoas, outros catequistas, mudar de ambiente... Estamos juntos desde agosto de 2009, tempo suficiente para criar laços...

Voltemos ao encontro...  Preparei uma música e queria começar com ela,  deixando que ela dissesse a eles o que eu queria dizer, ou melhor, que ela dissesse o que Espírito Santo queria dizer a eles. Queria que eles "sentissem" a presença do Espírito Santo.

E isso aconteceu, mesmo depois das lágrimas, todos estavam quietos nos seus lugares,  coloquei a música (incendeia minha alma),  em seguida rezamos a oração do Espírito Santo... Era um silêncio gritante! Delícia!

Em seguida, lemos, relemos, lemos de novo o texto bíblico, entendemos, ruminamos cada versículo, e no final fizemos a dinâmica da Uva (sugerida por minha amiga catequista Rosmeire). Mostrei um acho de uva, como se eles não conhecessem aquele qualidade, falei sobre ela, sobre suas características, cor, tamanho, sabor... Passei para que todos pegassem uma e colocasse na boca, experimentasse, sentisse o gosto, o sabor, a textura... Com o Espírito santo, acontece algo parecido, só sentiremos sua presença, se deixar ele agir em nós.  Posso ter falado, explicado, contado algumas experiências minhas, mas não posso sentir o Espírito Santo por vocês. Deu pra entender? Quem gostaria de contar uma experiência em que tenha sentido essa presença do Epírito Santo em sua vida?
Foi quando um catequizando disse: "Eu senti na minha Primeira Eucaristia, enquanto cantava..." Falamos sobre a experiência de ter recebido Jesus na Eucaristia.

Quanto á música,  sou muito tocada por ela, porisso quis começar nosso encontro de hoje com uma, porque ela vai no fundo da alma, nos transforma, nos educa, nos corrige, nos converte, nos acalma... Isso, porque sentimos ao Espírito santo através dela...

Foi bem proveitoso nosso encontro, saimos felizes e preenchidos...

Não sei se fiz certo, porque também estou aprendendo!

A ambientação precisa falar. Quando perguntei o porque do tecido vermelho, um catequizando rapidamente respondeu: "FOGO". Isso, fogo, o Espírito Santo é um dos símbolos do espírito Santo, justamente porque como o fogo ele  queima, aquece,  arde,  purifica...