terça-feira, 6 de abril de 2010

Mistagogia

O ano catequético passou... Mas, o que ficou? O que ele representou pra você catequista, o que ele representou pra você sacerdote, o que ele representou para a Igreja que tem como tarefa principal a evangelização. O que? Ele passou, como uma onda, caindo no esquecimento ou  deixou suas marcas, balançou as estruturas de nossa catequese, despertou,  acordou...
Acredito que muita coisa mudou à partir do ano catequético, acredito que a maioria das paróquias estudaram ou tem planos para estudar o documento sobre INICIAÇÃO A VIDA CRISTÃ. Sei que quando buscamos algo pra ler, primeiro olhamos o título, se gostamos paramos, lemos com atenção, se não, passamos batido. Nesse período Pascal, estamos começando nossas catequeses mistagógicas, vou postar alguma coisa sobre o assunto, coloco essa introdução que a rosangela de Londrina preparou para a escola catequética na diocese dela e coloco também um artigo que achei bem claro do padre Luiz Gonzaga Bolinelli. Boa leitura!

Mistagogia? O que é isso?

Mistagogia é uma palavra derivada da língua grega. È composta de duas partes: ‘mist' + ‘agogia'. ‘Mist' vem de ‘mistério' e ‘agogia' vem de: ‘conduzir', ‘guiar'... é a ação de guiar para dentro do mistério, que é Jesus Cristo. Isto é, conduzir para Jesus Cristo. Fazer a experiência do amor de Jesus Cristo.

Mistagogo' ou ‘Mistagoga' – é a pessoa que realiza a mistagogia, a pessoa que conduz para dentro do mistério que é Jesus Cristo, colocando os catequizandos em contato com este mistério, Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.

É necessário que sejamos ‘iniciados' no mistério, não somente com palavras, mas principalmente através de ações simbólicas, através de ritos (Celebrações Litúrgicas )
A catequese mistagógica consiste em abrir (ensinar) esse caminho, ajudando a pessoa a mergulhar no mistério partindo dos ‘sinais sensíveis’ da liturgia.

• A catequese Mistagogica é uma catequese = vivenciada, experiencial e orante.
• A criança vai compreender Deus através da experiência.
• É uma iniciação cristã
• Catequese é vivencia da fé

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Antigamente, na época do Catecumenato, o Tempo Pascal era dedicado à Catequese Mistagógica. Assim, aquelas pessoas que tinham sido batizadas na noite de Páscoa, recebiam uma catequese que visava “o progresso no conhecimento do Mistério Pascal através de novas explanações, sobretudo dos sacramentos recebidos e ao começo da participação integral da Comunidade” (DNC, 46d).

Nos dias de hoje a Igreja pede que todo processo catequético tenha uma inspiração catecumenal. Isto quer dizer, entre outras coisas, que devemos valorizar mais esta dimensão mistagógica das nossas catequeses. Seria como tentar responder a esta pergunta: depois que nossos catequizandos receberam o sacramento, nós vamos fazer o que com eles?

Na catequese mistagógica, mais do que ponto de chegada, os sacramentos passam a ser ponto de partida e de crescimento da fé e da vivência cristã. Este tipo de catequese supõe um envolvimento maior da comunidade dos fiéis, uma aproximação mais orante dos Evangelhos, uma freqüência maior aos sacramentos, o aprofundamento destes mistérios celebrados na liturgia, a vivência concreta da caridade que vai consolidar a prática da fé cristã, incorporando mais profundamente o fiel à Comunidade.

Se realmente sonhamos com a Catequese Permanente, não tem como ignorar este jeito de fazer catequese. A Catequese Mistagógica é, sobretudo, litúrgica e tem um cuidado especial com a introdução do catequizando nas celebrações dominicais. De fato a verdade última da celebração não é somente o ato sacramental, mas o que nasce e continua depois dele.

Portanto, para se fazer uma boa Catequese Mistagógica, é necessário:

- levar o catequizando a compreender os símbolos, gestos e palavras dos sacramentos que participa, não mais a partir de conceitos abstratos, mas da experiência dos dons recebidos de Deus;
- ajudá-lo na interpretação dos ritos à luz da Bíblia na perspectiva da história da salvação; por isso, mais do que obrigação, a participação nos ritos passa a ser vista como uma necessidade de celebração de sua autêntica fé;
- inserir o catequizando na comunidade em vista da abertura ao compromisso cristão e eclesial como expressão da sua nova vida em Jesus Cristo.

Ao fazermos a programação da nossa catequese temos que prever também este tempo após a celebração dos sacramentos, que não será um simples “esticar” a catequese, mas sim parte integrante e complementar do processo. O aprendizado não se conclui com a recepção dos sacramentos e nem se esgota ao se chegar a uma certa idade, mas requer um constante e contínuo amadurecimento.
Fonte: Pe. Luís Gonzaga Bolinelli

3 comentários:

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  2. Oi Imaculada!

    Tô gostando muito do seu blog. Ele tem muitas matérias interessantes.
    Outra coisa que percebo é que vc cita trechos de falas e catequeses do Papa Bento. Acho isso muito importante pq ele é um excelente teólogo além de ser o sucessor de Pedro.
    Abraço fraterno! Feliz Páscoa do Cristo, ainda é tempo.
    Evandro.
    Franca-SP

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  3. Maravilhoso. Fico muito feliz quando encontro alguém que quer ensinar os primeiros passos para tirar as pessoas do ostracismo.

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