terça-feira, 12 de abril de 2011

Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo

Recebi da Rosângela de Londrina, repasso á vocês. A principal fonte de espiritualidade de um catequista deve ser  a liturgia diária, os tempos litúrgicos e esse tempo forte não pode passar desapercebido. Tudo o que lemos, algo fica gravado e no momento oportuno nos lembraremos...

 A paixão do Senhor nos apaixona por Deus e nos enche de compaixão pelos irmãos. Os evangelhos da paixão são carregados de amor e por si mesmos comovem e convertem. Meditemos o drama da paixão de Jesus.

1. O Pai silencia. Jesus faz a experiência da noite escura, ou seja, do silencio de Deus. O Pai parece esconder-se e a solidão se abate sobre o Filho de Deus. O silêncio do Pai é uma experiência da espiritualidade cristã, cuja pedagogia consiste em que O procuremos mais intensamente. Após a escuridão vem a luminosidade mais intensa.

2. O diabo tenta. Jesus é tentado pelo diabo também na sua paixão. A traição, as zombarias, as humilhações que Jesus suportou, são tentações, sofrimentos morais e interiores. Jesus resiste, vence, o maligno é derrotado.

3. Os discípulos dormem. Na hora mais intensa do sofrimento de Jesus, na hora suprema da salvação, na oblação total do amor de Jesus, os discípulos dormem. São sentinelas dorminhocos, guardas sonolentos. Esta realidade ainda se perpetua. A Igreja ou é missionária ou dorminhoca.

4. Os amigos fogem. Os Doze se dispersam. João permanece ao pé da Cruz. Na hora do sofrimento a fuga dos amigos é uma dor e uma decepção muito profunda. “Ferirei o pastor, dispersar-se-ão as ovelhas”. Como é dolorida a fuga dos amigos na hora em que mais precisamos deles. É preciso amar até o fim.

5. As autoridades condenam. Jesus inocente, justo e santo, agora é réu condenado como blasfemo e como agitador do povo. Barrabás, bandido, salteador, homicida é absolvido e Jesus condenado porque passou fazendo o bem. Os tribunais que condenaram Jesus tinham interesses políticos e religiosos. A corrupção do poder condena inocentes, justos e absolve culpados.

6. Os soldados torturam, zombam, cospem, flagelam, humilham a Jesus. Tecem uma coroa de espinhos e revestem-no com um manto vermelho. Jesus os perdoa e pergunta a um deles: “Porque me bates?” Jesus o catequiza. Zombaria e agressão são armas dos fracos e fracassados.

7. A multidão grita: Crucifica-o. A manipulação do povo pelos detentores do poder é sempre um trunfo para seus objetivos. O povo é manipulado e condicionado a fazer o que eles querem. Estas manobras e espertezas se repetem na história da humanidade. O que querem é usar o povo para interesses pessoais.

8. Cirineu ajuda Jesus. É um homem do campo. Obrigaram-no a ajudar Jesus, e assim crucificá-lo vivo. Se Jesus morresse no caminho a frustração dos perseguidores seria grande. Cirineu é um estranho, alguém que veio de fora, um camponês cheio de bondade e sensibilidade que ajudou Jesus. Cirineus existem, mas são rejeitados pelos que não aceitam ajuda. Jesus aceitou ser ajudado.

9. Verônica enxuga o rosto de Jesus. Mulher sensível, humana, corajosa, Verônica tem a iniciativa de ir ao encontro de quem sofre e oferecer o que ela possui, uma toalha. Os pequenos gestos tornam-se grandes quando feitos por amor. Deus a recompensou. Imagem de Deus é toda pessoa humana que espera por Verônicas solidárias.

10. O bom ladrão se arrepende. Ele reconheceu sua própria culpa e a inocência de Jesus. Ele declarou Jesus como aquele que não fez o mal, pronunciou a sentença da inocência do Senhor. Fez o que Pilatos devia ter feito. Já os sumos sacerdotes, escribas, anciãos zombam, escarnecem e insultam o Filho de Deus.

11. Maria, mãe de Jesus, está ao pé da cruz. As mães padecem com seus filhos e não arredam os pés de onde eles se encontram. Maria sofre, mas não se desequilibra. Sua fé a deixa de pé. Antes de ser senhora nossa, ela é senhora de si mesma, mãe fiel, companheira e consoladora de seu Filho. Que as mães permaneçam de pé e sejam solidárias com seus filhos sofredores.

12. José de Arimatéia desce Jesus da Cruz. Era rico, honrado, bom, justo, membro do sinédrio. Oferece a Jesus o seu túmulo. Eis o rico solidário.

Dom Orlando Brandes
Arcebispo de Londrina

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