Lendo uma experiência do encontro de catequese da Edite, lembrei-me de minha infância e pensava com meus botões que se minha catequista na época fizesse os encontros nas casas, minha casa seria a mais simples e seria também a que tinha mais criança. Nos dias atuais seria de onde sairíamos comentando: "Nossa, se viu quanta criança, esse povo só pensa em fazer filhos" e com certeza muitos nos taxariam como uma familia desestruturada, pela quantidade de filhos e pela nossa simplicidade.
Eu agradeço a meu pai todos os dias, porque sou a sétima filha. Se fosse hoje, não estaria aqui escrevendo isso, estaria só nos planos de Deus. Mas, no nosso caso, não tínhamos coisas materiais apresentáveis, nem cama suficiente pra todos tínhamos, pois eram dois quartos pra 10 filhos, os maiores dormiam em beliches, os menores dormiam de três numa cama de casal. Um banheiro para 12 pessoas. Até os oito anos morei na roça, nem energia elétrica havia, era lamparina mesmo, o chão da cozinha era terra batida, daquelas que pra varrer, primeiro salpicava água em tudo, o chuveiro era um balde com buraco no meio e a água era esquentada no fogão a lenha. Eu morria de medo daquilo despencar na minha cabeça.
Depois, mudamos pra cidade, mas trazendo toda simplicidade da roça, até o fogão a lenha minha mãe usava, porque não se acostumava com o tamanho da chama do fogão a gáz e para economizar mesmo. Me lembro que eu ainda pequena, com meus nove, dez anos, quando minha mãe ia passar uns dias no sítio, eu tinha que cozinhar para meus irmãos que trabalha fora. Era preciso subir num banquinho, pois nem altura tinha, tinha que me virar e fazer aquelas lenhas pegar fogo, algo bem parecido com a idade da pedra. Ficava toda preta e muitas vezes ia pra escola com marcas de carvão, pois aquilo não saia nem com reza brava.
Eu agradeço a meu pai todos os dias, porque sou a sétima filha. Se fosse hoje, não estaria aqui escrevendo isso, estaria só nos planos de Deus. Mas, no nosso caso, não tínhamos coisas materiais apresentáveis, nem cama suficiente pra todos tínhamos, pois eram dois quartos pra 10 filhos, os maiores dormiam em beliches, os menores dormiam de três numa cama de casal. Um banheiro para 12 pessoas. Até os oito anos morei na roça, nem energia elétrica havia, era lamparina mesmo, o chão da cozinha era terra batida, daquelas que pra varrer, primeiro salpicava água em tudo, o chuveiro era um balde com buraco no meio e a água era esquentada no fogão a lenha. Eu morria de medo daquilo despencar na minha cabeça.
Depois, mudamos pra cidade, mas trazendo toda simplicidade da roça, até o fogão a lenha minha mãe usava, porque não se acostumava com o tamanho da chama do fogão a gáz e para economizar mesmo. Me lembro que eu ainda pequena, com meus nove, dez anos, quando minha mãe ia passar uns dias no sítio, eu tinha que cozinhar para meus irmãos que trabalha fora. Era preciso subir num banquinho, pois nem altura tinha, tinha que me virar e fazer aquelas lenhas pegar fogo, algo bem parecido com a idade da pedra. Ficava toda preta e muitas vezes ia pra escola com marcas de carvão, pois aquilo não saia nem com reza brava.
Vivi nessa simplicidade até minha juventude, até que meu pai vendeu o sítio por causa de sua saúde já debilitada e comprou uma casa melhor, a casa que até hoje minha mãe mora.
Então, quando leio relatos assim, me coloco no lugar dessas crianças que tinha o básico dos básicos para sobreviver. Mas, em contrapartida éramos ricos de amor, ricos de formação religiosa. Aí do filho que não participasse da missa aos domingos e que não rezasse ao dormir e ao levantar. Na missas, me lembro até hoje do banco que costumávamos sentar, eu e mais três de meus irmãos que regulava a idade. Me sentia tão distante de tudo, aquela Igreja parecia ser tão grande, ainda não me sentia parte dela. É nessa Igreja que hoje atuo.
Entrei na catequese com oito anos, me lembro de minhas duas catequistas, a primeira a saudosa Dona Nair, que até seus últimos dias de vida foi catequista, e deixou uma renca de catequistas na família, dos quatro filhos, três são ótimos catequistas, as duas noras também catequistas. Me espelho nela, e serei catequista até morrer.
Fiz minha primeira comunhão com 10 anos e acho que naquela época não havia um trabalho de catequese continuada, pois não fiz perseverança, só voltei quando tinha idade pra crismar. Claro que meu pai ficava de olho nas idades e sempre nos empurrava.
Não me lembro de muita coisa de minhas catequeses, lembro do espaço, uma sala feia, escura, acho que desde aquela época não tinha espaço certo pra catequese. O único encontro de catequese que me recordo é o da multiplicação dos pães, não me lembro das palavras da catequistas, me lembro das gravuras que ela levou, eu ficava imaginando como podia ter acontecido aquilo. Porisso, sempre uso gravuras nos meus encontros de catequese, pois elas marcam, muitos mais que as palavras. Me lembro também dos poucos passeios que fizemos na chácara de minha catequista de crisma. Esses momentos de lazer em nossas catequeses, hoje tão escasso e tão importantes.
Eu fiz uma pergunta pra Edite, se nessas casas simples que ela visita, se ela encontra famílias cristãs, famílias que exalam a Deus.
Acho que essa é nossa maior pobreza: a falta de um Deus, de uma religião. E isso independe de classe social, essa pobreza encontramos em casas lindas.
Edite, obrigada por me fazer voltar aos meus nove anos de idade, e olha que isso já faz muiiiiito tempo.
Legal, as comunidades que podem realizar esse trabalho das catequese nas casas, aqui nossa realidade não permite, temos crianças vindas de todos os lugares, precisaria contar com um grupo de pais para o trasnporte, ou quem sabe comprar uma Kombi.
Beijo grande, fico feliz por partilhar parte de minha história com vocês!
blog da Edite
Fiquei muito feliz por conhecer um pouquinho da sua história.
ResponderExcluirque bom que vc existe!
beijinhos e fique com Deus.
Esta é minha amiga Imaculada...saudades de tu...fica na paz.
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