Recebi esse material da Samya, repasso à vocês. Na nossa última formação sobre a Lectio Divina, o padre falava que todo catequista tem a obrigação de estudar, de ler e entender a Palavra proclamada, para que não corra o risco de passar o que ele acha, mas aquilo que de fato Deus está dizendo através da Palavra, aquilo que a Igreja nos ensina. Temos hoje tantos meios para nos formar, e muitos ainda sai para um encontro de catequese sem a devida preparação. Catequese não é brincadeira. E se nossos catequistas não levam isso a sério, como formaremos nossos catequizandos? Às vezes temos medo de tocar nesse assunto em nossas formações, temos medo de espanar nossos catequistas, então preferimos amaciar. Até falamos que o catequista precisa estudar, mas falamos baixinho, com uma voz embutida, para não magoar ninguém. Mas o padre na formação, não falou baixo não, gritou de verdade, e ainda ficou repetindo: "O catequista tem que estudar, tem que estudar...". Não escutou quem não quis mesmo. Se disseram SIM, precisam fazer sua parte, lendo, buscando. Nada cai do céu e nenhum catequista é um ser "iluminado" que basta eu dizer:"Vinde Espírito Santo" e tudo se clareia. O Espírito Santo ilumina sim, nos faz recordar as coisas que ouvimos, aquilo que lemos em algum lugar, aquilo que estudamos. Vejo que a Igreja exige pouco ou quase nada do catequista. Não exige porque isso daria trabalho com formações e tudo mais, então levamos as coisas do jeito que dá. Fingindo que está tudo bem. Concordo com dom Orlando, incluiria nesse analfabetismo Bíblico, nós catequistas. Eu to nesse meio, é assim que em sinto, uma analfa no que diz respeito a Bíblia, comecei meu curso de teologia, parei, pretendo retomar ano que vem. Precisamos ter sede, sede do saber, sede de conhecer. Só assim teremos segurança ao catequisar. Prestemos atenção nas vias da Palavra. Livros indispensáveis para um catequista: A Bíblia e o CIC (catecismo da Igreja Católica). Os manuais que usamos, nos serve de direcionamento, eles não trazem as informações que precisamos para discorrer o assunto.
As cinco vias da Palavra
Setembro é o mês da Bíblia. Sofremos um analfabetismo bíblico e precisamos criar o “século da Bíblia” e tê-la todos os dias em nossas mãos. Eis as cinco vias da Palavra.
Setembro é o mês da Bíblia. Sofremos um analfabetismo bíblico e precisamos criar o “século da Bíblia” e tê-la todos os dias em nossas mãos. Eis as cinco vias da Palavra.
1 - O ouvido - Como poderemos crer sem ouvir a pregação da fé? “Ouve oh Israel”. Este é o mandamento divino. Dá-nos Senhor, ouvido de discípulo, pede o profeta Isaías. A fé entra pelo ouvido. Não podemos ser surdos ao Deus que se revela a nós como a amigos. Quem ouve minha Palavra e a põe em prática, este é o maior no reino dos céus, ensinou Jesus. Hoje se ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis o vosso coração, diz o livro de Samuel. A Palavra supõe a audição, o ouvido, do contrário, ela cai no chão.
2 - A cabeça - A Palavra exige o estudo, a teologia, o magistério e o catecismo. A fé não pode contrariar a reta razão, mas, ela vai além da razão. É preciso dar a razão de nossa fé porque a verdade e a fé são duas asas que movem o ser humano até Deus. Fé e razão se completam. O ato de fé é um ato de decisão, de opção, de adesão a Deus, a Jesus Cristo e à revelação divina. A cabeça é uma via da fé para evitar todo infantilismo, magia, engano, exploração, fanatismo e heresia no âmbito da religião. A Palavra guia nossos pensamentos e oferece critérios, valores e luzes para a razão.
3 - O coração - A Palavra ouvida desce ao coração, ou seja, é interiorizada, assimilada, vivida, experimentada. É no intimo do coração que a Palavra se faz carne em nós. Ela se torna alimento. “Toma o livro e come-o” diz a Escritura. Há uma grande fome e sede da Palavra porque ela alimenta a fé no coração dos cristãos. A fé é resposta à Palavra e compromisso assumido no centro, no interior dos corações.
4 - As mãos - A fé sem obras é morta. A Palavra alimenta a fé. É no testemunho, na ação, mas principalmente nos gestos de amor a Deus e ao próximo, que se manifesta nossa fé. Nossas mãos se abrem à generosidade, à solidariedade, à prática do amor pessoal e social, graças à fé. Uma fé autêntica é compromisso com a vida, a transformação, a promoção humana. Daí se entende os famosos binômios: fé e vida, oração e ação, mística e política, contemplação e transformação. A Palavra abre nossas mãos para a construção do reino, para as boas obras e o amor transformador.
5 - Os pés - A Palavra é o combustível, o motor, a energia da missão. Quem tem fé não é acomodado, mas, missionário, caminhante, evangelizador. Fé com pé na estrada, pé a caminho, pé nas ruas, nas portas das casas, nas periferias e nas mansões. A fé leva ao lava-pés e a andar a pé para facilitar o encontro. De pessoa a pessoa, de casa em casa, de grupo em grupo, de nação a nação, a fé nos coloca em movimento, em ousadia missionária. Os caminhos da fé levam ao encontro com o diferente, o afastado, até o além fronteiras. A fé nos dá pés velozes que correm até os confins da terra, que nos levam ao povo. Com os pés iluminados pela Palavra caminhamos pressurosos para a casa do Pai. Pés evangelizadores que mesmo feridos e machucados nos deixam sempre de pé especialmente ao pé da cruz.
Dom Orlando Brandes
Arcebispo de Londrina
Publicado na Folha de Londrina, 11 de setembro de 2010
Olá!
ResponderExcluireu tb já tinha reparado isso, de não aparecerem as atualizações do meu blog.
eu mexi em algumas configurações lá, será que depois vc pode ver se melhorou, por favor?
quanto ao seu comentário, eu acho fundamental a formação permanente dos catequistas...
quanto mais eu estudo, mais percebo o tanto que ainda tenho que aprender, pois nunca saberemos "tudo" de um Deus que é infinito, não é mesmo?
tenha um ótimo e abençoado final de semana...
fique na paz!