Francisco: "Missa não é evento social, mas sim a presença real de Deus"
Cidade do Vaticano (RV) – A primeira leitura do dia, que fala do aparecimento de Deus nos tempos do Rei Salomão serviu como inspiração para a homilia do Papa Francisco na manhã desta segunda-feira, 10, na Casa Santa Marta. “Jesus, com suas teofanias, fala de uma maneira nova, diferente da Palavra: é uma presença mais próxima, real, sem mediações, é a Sua presença. E isto – continuou o Papa – acontece na celebração litúrgica”.
“Quando celebramos a missa, não fazemos uma representação da Última Ceia: não é uma encenação, é a própria Última Ceia! É como viver de novo a Paixão e a Morte redentora do Senhor. É uma teofania: o Senhor se manifesta no altar para ser oferecido ao Pai para a salvação do mundo”, disse Francisco.
O Papa explicou que na missa, participamos do mistério da presença do Senhor entre nós. A missa é uma comemoração real: Deus se aproxima e nós participamos do mistério da Redenção. “Infelizmente – lembrou o Pontífice – muitas vezes contamos os minutos olhando o relógio na igreja: este não é o comportamento adequado à liturgia. A liturgia é tempo e espaço de Deus, onde nós devemos nos inserir”.
“A liturgia é justamente entrar no mistério de Deus, deixar-se levar ao mistério e estar nele. Estamos aqui reunidos para entrar no mistério: esta é a liturgia; é o tempo de Deus, o espaço de Deus, é a nuvem de Deus que nos envolve”. “Todos vêem aqui para entrar no mistério, mas – ressalvou – alguém pode estar pensando que veio aqui porque no ‘pacote turístico’, visitar o Papa e participar da missa na Casa Santa Marta estavam incluídos, mas não é bem assim: esta é a liturgia!”.
O Papa lembrou que quando era criança, na preparação para a Primeira Comunhão, havia um canto que indicava que o altar era custodiado pelos anjos porque eles davam “o sentido da glória de Deus, de seu tempo e espaço; nos ensaios, diziam às crianças que as hóstias que estavam ali não valiam nada, pois deviam ser ainda consagradas”.
“Seria bom pedirmos ao Senhor que nos dê o “sentido do sagrado”, este sentido que nos faz entender a diferença entre rezar em casa, na igreja, rezar o terço, fazer belas orações, a Via Sacra e outras coisas lindas, como ler a Bíbia... e a celebração eucarística. Na celebração, nós entramos no mistério de Deus, num caminho que não podemos controlar: só Ele é Única, Ele é a glória, Ele é o poder, Ele é tudo”.
(CM)
Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va/news/2014/02/10/francisco:_missa_n%C3%A3o_%C3%A9_evento_social,_mas_sim_a_presen%C3%A7a_real_de/bra-771863
do site da Rádio Vaticano
O atual papa define com precisão aquele problema que eu já vinha observando desde pequeno, da prática religiosa ter ficado mais resumida a "um evento social", e infelizmente esse problema não atinge apenas os católicos. Ao invés de vivenciar ensinamentos ao lado de entes queridos (tanto familiares quanto amigos próximos), entra aquele aspecto da "obrigação", com o temor prevalecendo sobre o amor.
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