segunda-feira, 6 de maio de 2013

Partilhando experiências!


Na postagem anterior, a palavra QUIETISTA, mexeu muito comigo... Por isso, não quero nenhum catequista que passa por aqui, sofrendo desse mal (Tudo bem que tem hora que dá uma vontade de ficar bem quietinha no nosso cantinho, nos fingir de mortos.)

Às vezes estamos tão estacionados naquilo que fazemos, sempre da mesma maneira, no mesmo ritmo, de tal forma que se o catequizando for perguntado como seu catequista desenvolve um encontro, ele consegue descrever de cabo a rabo. Isso causa tédio, desinteresse e está longe, mas muito longe de serem encontros mistagógicos... Aliás, o que vem a ser um catequista mistagogo?? Já falei sobre isso por aqui!

Se lembram da problemática dos manuais que  engessam o catequista? Às vezes, sou obrigada a concordar. Muitos catequistas, não tendo o encontro em mente e coração, não conseguem desenvolver os encontros com flexibilidade, criatividade, ficando  presos ao tal manual, fazendo dele uma muleta.   A criatividade, da qual tanto falamos, é irmã gêmea da espiritualidade, que é filha  da oração e vivência sacramental do catequista.

Entre tantos meios para nos formar,  acredito ser muito valiosa  a partilha no grupo de catequistas. Quando partilhamos nossas conquistas, aquilo que deu certo e o que não deu,  e sabendo que no grupo não há invejosos, isso  tem o mesmo efeito  do fermento na massa, só faz crescer.

Alem do nosso grupo, graças à tecnologia, temos a partilha através dos blogs, das páginas do face (que em segundos, podemos compartilhar tantas coisas), emails,  onde podemos aprimorar nosso fazer catequético, conhecendo  experiências de catequistas dos quatro cantos  do Brasil. É o que desejo com essa minha postagem, partilhar a experiência da Rosângela Tamaoki, catequista apaixonada pela catequese e mistagoga por excelência...

Vejam, quer dizer, leiam, pois às vezes, temos a terrível mania de  taxar nossos adolescentes como os patinhos feios da paróquia... Isso depende muito de quem cuida da ninhada...

COM VOCÊS, ROSÂNGELA TAMAOKI, de Londrina-PR, uma pessoa que tenho o maior carinho, sem nunca ter olhado nos olhos (ainda).


 MINHA CAMINHADA CATEQUÉTICA




Olá queridos catequistas, gostaria de partilhar com vocês um pouco da minha caminhada catequética. Sei que muitos de vocês sabem o quanto gosto de ler e estudar e o quanto tenho me dedicado a catequese.

Há 12 anos trabalho com adolescentes, e tenho me debruçado muito sobre esse mundo adolescente, relacionamento, linguagem, modismos, etc.... Mas quanto mais estudo, e fico a par sobre aquilo que a Igreja coloca em seus documentos, mais tenho percebido que muito mais do que falar e falar dentro da sala de catequese, devo conduzi-los a momentos de reflexão, de partilha, de oração, e principalmente a um encontro pessoal com Deus.

Por isso tenho elaborado encontros, com muitas dinâmicas, momentos de partilhas, de discussões, trabalhos em grupo, assim como momentos de oração na capela, de comunhão com Deus, de reflexão.

Uma das vezes que os levei na Igreja, entramos descalços – lembrei-os da música: desamarrem as sandálias e descansem, esse chão é terra santa..... juntos percorremos o corredor central até o altar, onde ali os convidei para cada um colocar suas mãos sobre o altar, depositar a sua vida, os seus anseios, suas esperanças, seus sonhos, seus medos.

Cada um fez sua oração em particular, depois nos demos as mãos e rezamos o Pai Nosso. Foi um momento muito especial. Faço muitas orações espontâneas e peço para que vão rezando comigo, para que eles sintam como não é preciso muitas frases elaboradas para se dirigir a Deus, o importante é que saia do coração.

Também proporciono momentos de oração onde um reza pelo outro, pode ser de dois em dois, ou em circulo, primeiro colocamos a mão direita no ombro direito do outro, e depois a mão esquerda. Assim nos unimos em oração.

Prezo muito o momento de acolhida, sempre os espero lá fora, recebo um a um com um sorriso, um beijo no rosto, pergunto sobre a semana, o que está rolando, e ficamos ali conversando até todos chegarem, é claro que fico de olho no horário, mas o encontro de catequese começa para mim, quando o primeiro catequizando chega; depois nos dirigimos pra capela, para que cada um faça a sua oração pessoal, ensinei a eles uma fórmula simples, que constantemente repito, ao entrarmos fazemos “parados” o sinal da cruz, senão eles entram correndo, fazem o sinal da cruz correndo, falo que mais parece que estão lavando o rosto, do que o sinal da cruz. É preciso calma. Tomar consciência daquele momento, para ser um momento de paz. Depois nos ajoelhamos, agradecemos tudo o que temos, pedimos perdão pelas nossas faltas e então podemos fazer nossos pedidos particulares.


Ao nos dirigirmos até a sala, não me incomodo que vão conversando, com uma acolhida bem feita, onde eles podem falar a vontade, depois a oração na capela, chegar na sala e começar o encontro fica mais fácil.

Como são adolescentes, não exijo caderno, se precisar, levo folhas, até caneta, lápis, lápis de cor; mas não abro mão da Bíblia, cada um tem que ter a sua, é objeto pessoal. Todo encontro tem um texto bíblico, aliás muito do que falo, gosto de mostrar o fundamento bíblico, então são várias as vezes que eles manuseiam a Bíblia, e assim vão se familiarizando com ela, não é raro alguém dizer, esse texto já vimos catequista!!! Gosto muito de rezar salmos com eles no final do encontro.

Ao preparar o encontro, sempre tenho a preocupação de como isso irá ressoar na vida deles, como isso poderá ajudá-los em sua caminhada cristã, ajudá-los a se sentir mais perto de Deus, mais amados, mais confiantes que sua presença é importante em nossa comunidade e sua participação mais ainda. Primo por uma catequese de conversão.

Acho importante estar lembrando a eles que se eles querem o Sacramento da Crisma, precisam “cuidar” dos outros sacramentos que receberam. Claro que a missa é sempre um assunto a parte, saliento sempre que a missa não é um dever, mas um direito, e que somos privilegiados de ter um pároco em nossa comunidade. Fico triste em perceber que muitos ainda não valorizam a Missa, isso porque não despertaram totalmente para a importância da Sagrada Comunhão, para o Cristo Eucarístico.

Mas acredito que a Catequese de Iniciação a vida cristã aos poucos irá transformar essa caminhada catequética e conseguiremos aos poucos ajudar nossos catequizandos a serem discípulos missionários de Jesus.

Acredito que como catequista podemos e devemos fazer a diferença na vida dos nossos catequizandos!!

Abraços a todos. Que nós, abençoados por Deus, fortalecidos pelo Corpo e Sangue de Cristo e inspirados e conduzidos pelo Espírito Santo, possamos, como Maria, fazer o nosso sim ressoar!!

Shalom!
Rosangela Tamaoki – Londrina/Pr

5 comentários:

  1. Linda experiência!!! Obrigada à Rosangela por partilhar, nós catequistas iniciantes precisamos muito de exemplos como este.

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  2. amei o depoimento da Rosângela tamaoki. Que bom se muitas outras catequistas pudessem conhecer essa experiência de uma catequista tão engajada com a causa do Reino de Deus.


    "tenho percebido que muito mais do que falar e falar dentro da sala de catequese, devo conduzi-los a momentos de reflexão, de partilha, de oração, e principalmente a um encontro pessoal com Deus."

    A catequese não está aí para formar "bons alunos" mas cristãos por inteiro e que se alegrem com sua experiência cristã./

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    Respostas
    1. Edite...Também gostei muito e vejo que pode ser luz pra muitos catequistas... são gestos simples, mas profundos... Se quiser, pode publicar tb no seu blog, assim fazemos multiplicar essa experiência...

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    2. obrigada imaculada pela concessão. Sugestão feita e obedecida. Vamos disseminar bons exemplos através do blog. Bjs

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  3. Fiquei muito honrada e feliz por essa atitude da minha querida amiga Imaculada em publicar o meu testemunho. Agradeço os comentário. Acredito que na catequese podemos e devemos fazer a diferença!! Abraços - Rosangela Tamaoki/Pr

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