* Partilho com vocês, um material elaborado por Erenice de Jesus, trabalhado numa formação com os catequistas da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, de minha diocese. Dicas, direcionamentos de como montar, desenvolver um encontro catequético. Quando iniciamos as formações sobre IVC, foi a Erenice quem falou pra nós, pela primeira vez, depois, noutra ocasião Padre Antonio Francisco Lelo. Eles são assessores da Paulinas. Ela é autora do Livro "Iniciação à vida Cristã dos pequeninos", destinado à crianças que estão em idade de pré-catequese. Aqui usamos com crianças de 08 anos. Ótimo! Às vezes queremos mudar nossa catequese e não sabemos por onde começar. Eu diria, que se deve começar pelas formações, para não corrermos o risco de dar tiro no escuro. Depois de conscientizados, é hora de traçar metas, organizar, planejar...
NUCAP – Núcleo de Catequese Paulinas
Erenice Jesus de Souza
Como
bem nos afirma o Documento de Aparecida, pensar a Iniciação à Vida Cristã
tornou-se um grande desafio a ser encarado com decisão, com coragem e com
criatividade, em vista de colocarmos as pessoas realmente em contato com Jesus
Cristo, convidando-as para o Seu seguimento, cumprindo assim nossa missão
evangelizadora.
Surge, diante disso, a preocupação
com o “modo de fazer” a catequese nos
dias de hoje, caracterizado pela busca de um “jeito” que realmente favoreça o planejamento da ação catequética,
tanto no que se refere aos temas e conteúdos, ou seja, às verdades da fé a
serem apresentadas em autênticos itinerários de introdução e de amadurecimento
na fé para crianças, jovens e adultos, quanto na própria definição de um
roteiro para os encontros que contemple objetivos claros, uma linguagem
adaptada e atenta à realidade que ressoe a mensagem cristã aos corações.
Neste sentido, a partir das
contribuições apresentadas pelos catequistas sobre “COMO PREPARAR UM ENCONTRO
DE CATEQUESE”, apresentamos algumas considerações que visam auxiliar no
desenvolvimento de uma dinâmica de trabalho bem fundamentada às diversas etapas
da iniciação. São elas:
1. Em vista de atender ao que a Igreja orienta de
acordo com a INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ, é de fundamental importância
DESESCOLARIZARMOS as nossas concepções, a nossa linguagem, as nossas práticas.
Para isso, vale relembrar e reafirmar: ENCONTRO CATEQUÉTICO NÃO É AULA,
VIVÊNCIA/CONTEÚDO CATEQUÉTICO NÃO É MATÉRIA, CATEQUIZANDO NÃO É ALUNO,
CATEQUISTA NÃO É PROFESSOR.
2. Ao preparar um encontro catequético, o catequista
deve ter clareza do que irá desenvolver com o seu grupo. Para isso, a
elaboração de um roteiro dos temas a serem desenvolvidos e um planejamento
no qual seja contemplada a participação nas atividades pastorais e noutras de
interesse do próprio grupo é de fundamental importância neste processo.
3. Definir o passo-a-passo
de um encontro catequético deve proporcionar
segurança ao catequista sobre o que será vivenciado no tempo em que estará
com os catequizandos e vice-versa. Para isso, contar com a opinião dos
catequizandos, de modo que eles possam ajudar o catequista no planejamento
dos encontros é uma dica importante. Converse com o grupo e veja quais são as
suas expectativas, o que gostariam que tivesse na catequese. Isso os ajudará a
entender o que é a catequese e como ela se organiza. IMPORTANTE: tudo o que
for decidido deve somar forças para um aprendizado seguro da fé cristã.
4. Jeitos
para realizar um encontro catequético não faltam. Uma variedade de momentos
podem ser vivenciados, de modo que o essencial à prática catequética, ou
seja, à educação na fé seja contemplado. Neste sentido, acreditamos que bons
encontros catequéticos devem contemplar:
a) Preparação
do ambiente: de acordo com o tema a ser trabalhado o espaço do
encontro poderá ser organizado com símbolos, cartazes. Torna-se indispensável a
organização de um local no qual a Bíblia e uma vela estejam sempre presentes.
b) Acolhida: à chegada para o encontro o grupo deve ser
acolhido de maneira que sinta a importância da sua presença no encontro. Seja com um bom dia/boa tarde/boa
noite, uma lembrancinha, uma mensagem/cartãozinho, uma música, uma dinâmica...
contar como foi a semana, conversar
sobre algum assunto de interesse do grupo, alguma notícia em evidência... Fazer
uma procissão de entrada da Bíblia, de uma vela e de algum símbolo referente ao
tema, tornam-se opções.
c) Oração: neste momento toda a disposição dos presentes
deve ser elevada para o sentido pleno do que será vivenciado. Fazer uso do
silêncio, dos olhos fechados, dar as mãos, ajoelhar-se, sentar, ficar em pé...
seja com uso de um refrão meditativo, apresentação de preces
(pedidos/intenções), agradecimentos... O uso de uma música, a Proclamação do
Salmo referente à liturgia do domingo ou de algum versículo vocacional (Ex.
Jeremias 1, 4-10) tornam-se algumas opções. Orações como “Pai Nosso, Ave Maria,
Salve Rainha, Creio, Espírito Santo” são apresentadas na medida em que os
estudos são realizados.
d) Apresentação
do tema: Realizada
a acolhida e a oração, no momento de apresentar o tema o catequista poderá
fazer uso de um cartaz/símbolo, por exemplo, expondo-o para que o grupo
direcione a sua atenção para o que será tratado. Fazer memória do encontro
anterior, de modo a garantir a coerência das ações é uma prática a ser
destacada. Conversar com o grupo e ouvir suas primeiras ideias/impressões sobre
o tema é uma prática que favorecerá um diagnóstico do que os grupo já sabe e o
que precisa aprender. Neste sentido, os livros/subsídios trazem elementos que
contribuem para que o catequista tenha conhecimento sobre o que dialogar
com o grupo, o que questionar, como acolher suas dúvidas.
e) Proclamação
da Palavra: todo
o trabalho toma sentido neste momento. A Palavra deverá ser proclamada com clareza. O
catequista poderá proclamá-la, um catequizando poderá fazê-la (desde que seja
solicitado na semana anterior para que ele possa se preparar). Os versículos
selecionados poderão ser lidos no seu conjunto e depois no momento da reflexão)
um versículo por vez vai sendo retomado. Que a Palavra seja proclamada de forma
solene, diretamente do ambão/mesa. No caso da opção pelo “Evangelho” do
domingo, ampliar a compreensão do que é tratado a partir da proclamação da
Primeira Leitura (Antigo Testamento), do Salmo e da Segunda Leitura (Cartas
Paulinas). O uso do Método da Leitura Orante (Lectio Divina).
f) Reflexão/Vivência: Optar
pela realização de uma dinâmica que motive a compreensão sobre o tema,
ou seja, um trabalho em grupo com cartazes/maquetes, atividades escritas ou
ilustrativas, gincanas, brincadeiras, músicas, ensaio de peças teatrais,
trabalhos manuais com recorte/colagem, debates nos quais opiniões diferentes
podem ser apresentadas sobre um mesmo assunto (na medida em que na discussão
possa ser revelada a visão cristã sobre o assunto em questão), apresentação de
textos/histórias diversas, testemunhos (experiências de vida), visitas, filme,
entre outros, tornam-se elementos a serem valorizados.
g) Partilha/compromisso/gesto concreto: Fazer
ressoar na vida o que é vivenciado na catequese é o verdadeiro propósito. Para
isso, decidir um gesto concreto, uma ação para a semana seguinte ou algo que
possa ser feito para ajudar alguém (por ex. em um determinado momento é
solicitado ao grupo trazer alimentos para que uma cesta básica seja montada),
entre outras possibilidades. Avisos/convites/apresentação das pastorais poderão
ser realizados, bem como a orientação de atitudes a serem vivenciadas em casa,
na escola, na rua, no trabalho...
h) Celebração: é
fato que a Liturgia deve permear a ação catequética. Para tanto, o catequista
deverá resinificar os momentos finais dos encontros para além da concepção de
um “oração final”. Quando tratamos de “celebração”, garantimos que tudo o que
foi vivenciado tem um sentido pleno, uma espiritualidade. Que neste momento
práticas como, por exemplo, o gesto de molhar a mão na água benta e traçar
sobre si o sinal da cruz, seguido de uma canção pouco a pouco vão orientando os
catequizandos para a necessária santificação de suas ações. Apresentar as
preces, fazer pedidos, agradecimentos, abençoar o grupo, solicitar aos
catequizandos que escrevam orações e a depositem em um caixa, solicitar que
escrevam orações ou que tragam orações escritas pelos seus familiares a as
apresentem, a realização de um lanche, o abraço da paz, entrega de
lembrancinha/mensagem... são evidencias celebrativas a serem contempladas.
Muito bom Imaculada, pois muitas vezes os catequistas precisam de algo que possam ler e entender, principalmente os novos. Obrigada pela colaboração!! Abs
ResponderExcluirEssa vivência cristã de piedade precisa voltar para a Igreja de Cristo, para além da catequese, e é URGENTE. O mundo está gritante em desamor fraterno e indiferentismo a Deus. O que se reflete nos noticiários, novelas e vidas comuns são trejeitos, e posturas de "monstros em crescente monstruosidade". Começando pelos líderes, governantes do país, aprovando leis iníquas cada vez em maior número, aceitação pacífica da maioria, por conformismo de desânimo, constatação de populares desabroches de frases prontas 'não tem mais jeito', 'faz parte do tempo', etc. O católico de vivência 'tem medo de ser diferente' fala pouco' e os 'sábios do mundo' deitam e rolam em cima desses resultados, 'os filhos das trevas são mais espertos do que os filhos da Luz, continua a dizer o Mestre. Enquanto isso, até as crianças estão perdendo as suas refências de 'ser inocente' e os idosos de 'voz da experiência". E por vai as ‘agressivas tsunamis’ devastando regiões costeiras do cristianismo construídas há séculos pelos santos bispos, presbíteros e leigos de todos os tempos. Mas, as Sagradas Escrituras nos confortam com o 'RESTO do povo de Israel' que se manterá firme, a estes também Nossa Senhora afirma: "Por fim o Meu Imaculado Coração Triunfará". Oremos a fim de continuarmos firmes, em preparação para o Dia Grande e Terrível do Senhor, conforme dita o Profeta Joel. Jesus é Misericordioso, lento para castigar. Mas, a Sua Misericórdia exige 'ARREPENDIMENTO', 'VOLTAR-SE PARA DEUS ARREPENDIDO' E MUDANÇA DE VIDA COM PERSEVERANÇA.
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