Queridos catequistas mistagogos desse imenso Brasil, disponibilizo o material abaixo, publicado na revista ecoando. Gostei muito! Poderá ser usado num momento de espiritualidade/formação pessoal e comunitária com o grupo de catequistas. Útil para os que estão recebendo uma formação sobre o RICA, catequese em estilo catecumenal, enfim, á todos.
Quero através desse post, mandar um abraço especial a todos os catequistas da ÁREA PASTORAL BARRA DO CEARÁ em Fortaleza. Esses catequistas estão sendo formados para que num futuro bem próximo, façam a experiência da catequese estilo catecumenal em suas comunidades. Estão sendo assessorados por Frei Jesus Maria, um frei espanhol arretado, exigente, porém flexível, sabe o que faz e o porque faz.
Aproveitem cada formação, cada momento, sugue tudo que puderem, pois ele tem muito pra dar, uma disposição e formação sem igual. Felizes fomos nós da Capelinha que o tivemos como pároco por sete anos. Desejo se essa for da vontade de Deus que ele tenha tempo para orientá-los, conduzi-los, assim como fez conosco. Seremos eternamente gratos por tudo o que Deus realizou aqui na Capelinha, através dele.
Queria muito poder testemunhar pessoalmente um pouco sobre minha paixão pela catequese com vocês, sobre essa nossa experiência no processo catecumenal, mas estamos longe demais, sendo assim, faço isso por aqui. Não tenham medo da mudança, sejam ousados, receptivos, corajosos... Aprendam, fazendo, errando, corrigindo... Leiam/estudem o que puderem sobre o assunto, partilhem, sejam agentes multiplicadores... Acreditem que através de uma catequese bem feita, podemos transformar uma comunidade, por que não dizer uma sociedade.
Desejem que assim como vocês, outros tenham seu encontro pessoal com Jesus, se encantem por Ele. Digam com convicção, alegria: "sou catequista de IVC, com muito orgulho, sou catequista sim, graças a Deus..."
Maria do Nascimento (Menta), fiquei feliz ao saber que você é leitora do meu blog. Seja portadora do meu abraço a todos os catequistas da Área pastoral da Barra do Ceará. Força sempre! avante, catequistas da Barra!
Grande abraço!
Imaculada Cintra
O CATEQUISTA E O MÍSTICO
1. Para rezar o tema
a) Ambiente acolhedor. Todos em círculo. Ao centro caminhos traçados de giz ou margens feitas de barbante conduzindo ao centro da sala, onde estará uma imagem ou figura de Jesus. Nos caminhos, sandálias, Bíblia, velas, papel sulfite e canetinha para todos.
b) Canto:
"Estás entre nós" (Tu és minha vida, outro Deus não há...)
c) Saudação inicial
Motivação para o tema.
d) Canto de escuta
Proclamação da Palavra: Mt 16,13-20 - Meditação e partilha
e) Pedir que cada um responda à questão central:
"QUEM É JESUS PARA VOCÊ?"com apenas uma palavra, escrita em letra bem visível. Colocar as respostas perto da imagem de Jesus. Algumas pessoas podem fazer preces espontâneas.
f) Canto:
missionário ou vocacional
2. Mística o que é?
Ficou famosa a afirmação de Karl Rahner, renomado teólogo católico de que "o cristão do século XXI ou será místico ou não será cristão".
Podemos ampliar essa reflexão, lembrando que a mística sempre fez parte da vida dos seguidores de Jesus, desde seus primeiros discípulos e discípulas, que vincularam definitivamente sua vida e caminhos à pessoa e ao projeto do Mestre Jesus e encontraram, nisso, sua alegria verdadeira. Portanto, mística não é um acessório ou adereço opcional que o cristão pode ou não pode ter, mas algo inerente ao próprio fato de ser cristão. Trata-se de algo profundamente experimentado por aquele(a) que insere sua vida na vida de Cristo e aí encontra todo o sentido de sua existência, a ponto de concluir, como um dia o fez o apóstolo Paulo: "Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim"(GL 2,20)
Por mística podemos entender o tempero que dá sabor e sustento a tudo aquilo que pensa, sente e faz o cristão. "É a motivação densa e profunda da caminhada cristã. É o ponto de apoio da vida, o gancho onde a gente prende o sentido da vida. falar em mística é falar do sentido da existência. É falar da experiência amorosa de Deus, experiência fundante do cristão. É ser iniciado no Mistério" (Lucimara Trevisan). Desse modo, não se trata de algo que damos a Deus ou de um movimento de busca de seu amor, mas de um deixar-se amar por aquele que é fonte do amor e que primeiro nos amou, vindo ao nosso encontro para nos comunicar a vida em plenitude.
"Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3,16)
Jesus cristo também tinha uma mística ou, melhor dizendo era um místico, pois orientou toda a sua vida para o cumprimento da vontade do Pai, cujo projeto procurou discernir na oração, na contemplação, na intimidade de Filho. Muitas vezes Jesus se recolhia na oração e no silêncio para refletir e confirmar sua fidelidade ao Pai: "Naqueles dias, Jesus retirou-se a uma montanha para rezar e passou aí toda a noite orando a Deus" (LC 6,12)
Estava alimentando sua mística, conferindo sentido a seu projeto e decisões com base em um referencial tão absoluto quanto ele próprio: o reino dos céus! "Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas ema créscimo" (MT 6,33)
Essa é a mística que Jesus exige de seus seguidores. A pergunta incisiva que ele fez aos discípulos: "E VOCÊS, QUEM DIZEM QUE EU SOU?" (MT 16,15) continua a soar fortemente nos ouvidos e corações dos cristãos, para que cada qual, ao fazer pessoalmente a experiência do encontro e do amor de Jesus, saiba por si mesmo quem é o Senhor de sua vida e o testemunhe com alegria e entusiasmo ao mundo. "Tal propósito implica um compromisso de solidariedade para com os pobres, pois jesus se contou entre eles e pessoalmente optou pelos marginalizados das estradas, do campo e das praças das cidades. Implica um compromisso de transformação pessoal e social, presente na utopia pregada por Jesus, do reino de Deus que começa a realizar-se na justiça dos pobres e a partir daí para todos e para toda a criação" (Leonardo Boff)
3. Catequese e mística
Vivemos numa época em que o cristianismo por tradição deixa de ser uma realidade, e isso parece ser um caminho sem volta. Quem se torna cristão para valer, nos dias de hoje, o faz por encantamento pela pessoa de Jesus, num encontro profundo e definitivo com ele. E esses encontros quase sempre são mediados por testemunhas alegres e convictas do amor de Deus, que dá total sentido á nossa existência. São místicos contagiando outras pessoas com seu exemplo de vida. São homens e mulheres que, entusiasmados com sua vida cristã, são capazes de tornar-se pontes que conduzem outras pessoas ao coração amoroso de Deus. A esse processo chamamos de mistagogia.
Catequista místico e mistagogo, portanto, é aquele que está totalmente envolvido numa experiência fascinante de Cristo, sente-se amado por ele, "curte" ser cristão e vocacionado com paixão e alegria e comunica aos outros, especialmente aos seus catequizandos, a grandeza da sua experiência. Ele já respondeu para si mesmo quem é Jesus em sua vida, que sentido tem ser cristão; ele já construiu sua identidade na comunidade-igreja e no mundo, e por isso mesmo é capaz de partilhar com os outros, tornar-se missionário e profeta da boa-nova. "O espírito de uma pessoa é o profundo e dinâmico de seu próprio ser, suas motivações maiores e últimas, seu ideal, sua utopia, sua paixão, a mística pela qual vive e luta e com a qual contagia" (Dom Pedro Casaldáliga)
Daí a importância de o catequista alimentar sua mística na vida de oração, na participação assídua e coerente da vida sacramental, especialmente da eucaristia e da reconciliação, na leitura atenta e contemplativa da palavra de Deus, na convivência fraterna com os irmãos da comunidade e na atenção dada à sua realidade, sobretudo aos mais pobres, aos quais os mistérios do reino são revelados: "Jesus pronunciou estas palavras: "Eu te bendigo, pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequenos" (MT 11,25)
Pe Vanildo de Paiva
Fonte: Revista ecoando nº 36
Olá Imaculada! excelente material que vc disponibilizou a todos que quiserem, parabéns.
ResponderExcluirTenha uma semana abençoada, na Paz e no Amor de Cristo,
Reinaldo Fonseca
Olá Imaculada querida, eu já fiquei um ano indo a uma capela na zona rural... mas não é tão longe daqui... é muito bacana...rs eu ía passando com o carro e gritava na frente da casa de alguns catequizandos... vamos!!! Passava em frente ao campinho de futebol e tinha q esperar o jogo deles terminarem...rs Sempre levava refrigerante e pão doce... Gosto demais de ir onde outras pessoas evitam... assim evita-se bater cabeça dentro da paróquia e alguns outros melindres q toda catequista conhece...rs Também amei esse material. Tomara que consiga ir a Aparecida!
ResponderExcluirBjs!