sábado, 2 de agosto de 2014

A catequese que fazíamos ou ainda fazemos...

'Bom dia irmã, como posso fazer uma avaliação de catequese aos meninos compreendido entre 5 a 14 anos?"


Recebi essa pergunta de uma/um catequista.  Vamos prosear um pouquinho. Estou na catequese a quase 20 anos e sou do tempo em que enchíamos a lousa,  até que tudo fosse copiado, quase não sobrava tempo pra mais nada.
De tempo em tempo, fazíamos avaliação com data marcada e tudo, com direito à segunda chamada, quer dizer, recuperação. Chegado o tão 'detestado' dia, colocava-os  em fileira, e distantes, para não colar do amigo e ficávamos fiscalizando, feito sargento.

Quando estava perto de receberem a primeira comunhão, era feito a 'chamada oral das orações'. Me lembro que era colocado duas cadeiras do lado de fora e um a um tinha que falar as orações, enquanto o restante aguardava dentro da sala, roendo as unhas. O clima era tenso, rsrsrs. Sim, é pra rir mesmo. Depois de algum tempo, mudamos, não fazíamos mais avaliação em sala, era passado para fazerem em casa com a família, com direito a consultas, pesquisas. O objetivo era envolver a família. Depois de uma conversão pastoral, tiramos isso também.

Hoje tenho plena consciência de que reproduzia na catequese, aquilo que eu vivi na escola, tal qual... Podem acreditar, até 'bomba' tinha na nossa catequese,  catequizandos reprovados por não se comportarem na sala ou por ter faltado demais. Fui, fomos esse tipo catequista. 

Estou abrindo meu coração, para que possam perceber a minha caminhada na catequese, (não só a minha, mas de toda nossa catequese.) Aprendi  ser catequista, sendo...(e ainda estou aprendendo)
Não digo que aprendi com meus erros, pois na época, achava que essa era a forma correta. Aprendi que os tempos são outros e temos que nos adequar. Hoje em dia, não se concebe mais esse tipo de procedimentos. Graças ao Espírito Santo que tudo faz novo, é sempre inovador,   pensamos  a catequese de forma totalmente diferente.

O catequista não é e nem se comporta como um professor!
Nossos encontros não são aulas!
Nossos catequizandos não são alunos!
Será?

Não  criamos proximidade quando nos comportarmos como professores. Pra muitos, a catequese ainda é vista como uma atividade  e chata, muito chata.
Botamos culpa nos catequizandos, gritamos aos quatro cantos que eles não tem interesse pela catequese, mas ouço da boca de tantos catequizandos que sua catequese é uma chatice sem fim, que é só teoria, que tem vontade de parar, que quer trocar de dia para continuar com outro catequista.

Poxa vida, quem precisa passar por avaliação é o catequista,  precisa se colocar no papel do catequizando, tem que avaliar como estão sendo preparados e conduzidos seus encontros. Participando de algumas formações recentemente, ficou claro que o catequista precisa usar de muita 'sensibilidade' para conseguir chegar ao coração de seus catequizandos. É preciso querer SURPREENDER, criando uma certa expectativa, promover encontros  atraentes, contagiantes.

Então, com relação a avaliação e como fazê-la, hoje penso que a melhor avaliação é ver seus catequizandos participando com gosto dos encontros, interagindo, abrindo seus corações. É você perceber que a catequese está provocando mudança de comportamentos, atitudes, amadurecimento na fé. Se sabem de cor as orações, sacramentos, mandamentos, isso não é principal. A Solange Carmo em nossa semana catequética nos disse e disse bem, de nada adianta saberem de cor a salteado os mandamentos se não sabem, não conhecem quem é o DEUS dos mandamentos. 

Se quer avaliar, rever, faça de forma leve, com jogos, dinâmicas, gincanas, trabalhos em grupo. Você revê os encontros, sem que saibam que estão sendo avaliados. E não morra, não descabele pensando que não ficou nada do que foi visto com eles. Eles guardam aquilo que tocou o coração. E outra, a catequese é permanente, é uma vida inteira para crescer na fé. Somos catequistas, não somos mágicos!

Não sei se ajudei  ou se compliquei. Me empolguei, fugi um pouco do foco, mas acho interessante nós como catequistas, rever, avaliar nossa trajetória. Assim, seremos catequistas melhores a cada dia. 

Que tal, pedir para que os catequizandos nos avalie? 
O que  não deveria ter na catequese?
Como gostariam que fosse os encontros?
Quais as atitudes que eles não gostam no catequista?
Seria uma boa pedida...

Beijos mil pra todos que passam por aqui!
Catequista hoje e sempre, com a graça de Deus!
Imaculada Cintra!


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