terça-feira, 20 de novembro de 2012

Ei!!! Existem pais conscientes sim, estamos aqui!!

"Acho que nós pais não iriamos colocar os nossos filhos para serem catequizados, só para alivio de consciência, quero dar á minha filha a mesma educação religiosa que tive dos meus Pais. Ir sempre á missa por amor a DEUS, não pela obrigação de ir todos os domingos á missa e não fazer á minima idéia do que o Sacerdote diz."

Criei um grupo no face para meus catequizandos, mas na verdade,  ele funcionou para os pais. Isso tem sido mais uma ferramenta beneficiando nossa comunicação/evangelização.  O comentário acima é de uma mãe, deixado no texto " concordo com o cartão de missa, desde que seja usado  para os pais..."

Não é isso  o que todo catequista anseia? Pais conscientes, cristãos, presentes, interessados. Desde agosto de 2011, acompanho essa turma com 17 crianças, eu diria pré adolescentes,  uma turma abençoada, porém,  próprio da idade, às vezes são dispersas, faladeiras e até enguiçadas (rsrsrs) . Houve dias, que foi preciso manter a rédea curta para o encontro não virar um pé de guerra. 

Mas, no geral, a turma é muito boa, participativa, interessada. E não estou falando isso para enfeitar pavão, a turma é 10.
Nem todos estão com a mesma maturidade, mas vamos caminhando, respeitando o tempo de cada um. Sempre procuro desenvolver o tema, trazendo para a realidade deles e olha que eles debatem, argumentam,  comentam coisas que acontecem na escola, com os amigos, assim , iluminamos com a Palavra de Deus. 

Em nosso último encontro de catequese com os pais, partilhava que às vezes, saio meio frustrada dos encontros, por não conseguir desenvolver o tema conforme o desejado e para minha alegria,  me garantiram que a mensagem está sendo passada sim.

Ninguém melhor que os pais para observar se os encontros de catequese tem provocado alguma mudança na vida dos catequizandos. Se não mudaram em nada, preciso me avaliar como catequista e de repente pensar noutra forma de conduzir os encontros.

Amei  ouvir de uma mãe que a todo encontro, quando a filha chega em casa, ela pergunta o que aconteceu na catequese, qual o tema... Isso pra mim, foi um presente, porque quando os pais agem assim, motiva o filho, a filha a estar atenta. Assim, a catequese chega também na família. Percebam o quanto é rico esses momentos de catequese com os pais, pois quando essa mãe faz essa partilha e  o outro coloca sobre a experiência familiar na missa dominical, isso serve pra todos. 

Por outro lado, nesse tempo todo(desde 1995) que estou na catequese, lidando com pais e catequistas,  uma das reclamações mais frequentes por parte dos catequistas é a ausência da família no processo catequético dos filhos. E quase sempre essas queixas são generalizadas, deixando transparecer que a família no geral,  pouco estão ligando para a educação da fé de seu filho(a) e vejo que isso precisa ser visto e conduzido com cautela, porque existem muitos e muitos pais que estão interessados que seu filho se torne um cristão de verdade e confia no trabalho do catequista para essa ajuda.
Agora, se colocando no lugar dos pais,  será que a maioria estão contentes com o trabalho desenvolvido pelo catequista?  Será que os catequistas tem  levado a sério seu ministério?

Porque é fácil e até um pouco cômodo, jogar a culpa nos pais, quando muitas vezes a falha está no catequista que não se aproxima da família, que não assumem seu SIm, que não conseguem conquistar seus próprios catequizandos. Portanto, não vamos generalizar, pois existem pais e pais, assim como existem catequistas e catequistas, padres e padres... 

Que bom que nossas turmas são mescladas, pois assim crescemos com a experiência de fé do outro, tendo em vista que nem todos tiveram a sorte de ter tido uma iniciação concreta como dessa 'minha mãe':"Quero dar à minha filha a mesma educação religiosa que tive dos meus pais..." Infelizmente ainda temos milhares de casos onde os pais levam seus filhos pra catequese para desencargo de consciência e o processo catequético é o momento oportuno para dar sentido às coisas.

Independente de qual modelo estamos usando para formar nossos futuros cristãos, a pedagogia deveria ser a que  Jesus usava, a proximidade da realidade de seus interlocutores, ele chegava de mansinho, espiava, amava e deixava sua mensagem, deixando no ar um gostinho de quero mais.

Se fazermos com amor, carinho, preparação, não tem como dar errado. Ficamos agoniados,  querendo que  captem tudo que falamos e nos esquecemos que eles tem um itinerário inteiro a ser percorrido, que como acontece com os bebês, o alimento tem que passar pelo líquido, pastoso e sólido. Assim é nossa caminhada na fé, vamos amadurecendo aos poucos. Basta olhar pra nós catequistas, às vezes não sabemos  coisas óbvias relacionadas a nossa fé, a nossa Igreja. Lembrem-se da catequese permanente, morreremos e não saberemos de tudo. Catequizamos e somos catequizados o tempo todo.

Enfim, fico radiante quando vejo iniciativas de  paróquias que estão inserindo em suas programações, encontros de catequese com os pais,  de paróquias que tem tido a preocupação de uma catequese continuada, sem quebras e descanso. Catequistas, que mesmo sem nenhum apoio do padre/pároco/bispo, tem procurado dar um rosto novo pra catequese. De pais que através do processo catequético dos filhos, descobrem seus dons e se colocam à serviço nas pastorais ou vem nos ajudar na catequese, sendo um catequista também,  outros  despertam para dar continuidade à sua iniciação cristã.

A catequese não foi, não é  e nunca será estéril, só precisamos nos adequar e enxergar os sinais dos tempos, que por sinal, tem dado gritos ensurdecedores. Não escuta, quem finge-se de surdo. O que precisamos na verdade, é de mais operários que coloquem a mão na massa, que não desistem na primeira dificuldade. Ando meio  cansada de ler, ler e ler sobre catequese e ver pouca coisa sendo feita na prática. Palavras e mais palavras,  livros e mais livros. Se cada pessoa/escritor se dispusesse a escrever "práticas catequéticas",  com certeza isso chegaria a todo vapor no coração de quem lê. Falar e escrever bonito não basta, precisamos de gente que vista a camisa, que jogue pra valer, que defenda com unhas e dentes aquilo que de fato acredita...

Acredito na força da evangelização, através de uma catequese bem feita.  E você??? 



2 comentários:

  1. Acredito sim na evangelização através da catequese,quando ela é bem feita com determinação com amor de querer colocar JESUS na vida dos nossos jovens de mostrar a paixão o amor de DEUS por nós.Mas isso só é possível através de pessoas escolhidas e preparadas com o dom da paciencia e amor de ser catequista,pois vejo isso cada quarta-feira que minha filha chega em casa.Sou muito grata a DEUS por ter preparado uma catequista que está sabendo passar para minha filha oque é ser cristão,a dividir,ajudar e crer no amor imenso que DEUS tem por nós...
    Kellinha Soares

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    1. Oi Kellinha, minha amada 'mãe'...que alegria ler suas palavras... mais alegria ao ver que nem tudo está perdido...existem mães e pais interessados, caminham lado a lado com seus filhos... Eu, que agradeço a Deus, por ter me colocado na caminhada de vcs...pessoinhas que amo de paixão!!

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