Recebi um email pedindo um modelo de cartão de controle na presença das missas e gostaria de conversar um pouquinho sobre isso, deixando claro que não sou a dona da verdade, porém com o decorrer dos anos, vamos adquirindo experiência.
Com relação ao "cartão de missa", ele foi usado em minha paróquia, por um longo período. Graças a Deus, ele foi descartado e no que depender de mim, ele não volta jamais. Certa vez ouvi de nosso pároco, algo que me marcou: "Concordo com o cartão de missa, desde que seja usado para os pais..."
De momento estranhei, mas depois entendi, pois nossas crianças vão à missa acompanhadas pelos pais, em muitos casos pelos avós, outras vezes os pais trazem os filhos na porta da Igreja e depois vem para apanhá-los, assim como fazem no shopping, no cinema.
Se trabalharmos a conscientização, se evangelizarmos nossas famílias, não é necessário o uso desse cartão. Porque? Porque nada que é colocado goela baixo desce legal, de nada adianta os pais virem pra missa, com o objetivo de colher uma assinatura, eles precisam vir, sabendo de toda graça que nos é oferecido, precisam vir por amor, porque são católicos conscientes...Quando faço uso do cartão de missa é como se eu dissesse: Quando fizerem a primeira eucaristia estão dispensados do cartão e da missa também. Ufa, finalmente livres! Quantas e quantas vezes, presenciei pais chegando no final da celebração para colher a tal assinatura. E o pior, ver na carinha das crianças o medo de serem descobertos. Isso nos faz ver que o que falta é uma catequese bem feita com catequizandos e pais.
Eu sei que a intenção é das melhores, que o uso do cartão é uma iniciativa que visa a participação nas missas e em alguns casos dá certo, muitas famílias tomam gosto pela missa nesse período da exigência do cartão, porém não acredito que no caso da evangelização, isso é o ideal.
Uma pessoa que se diz católica, não entende e não participa nem da missa dominical, isso mostra que ele não foi iniciado na fé e nesses casos, o que ele precisa é de evangelização e não de algo que o obrigue a ir à missa.
Semana passada, eu tive encontro de catequese com os pais de minha turma e deixei isso bem claro, que estamos trabalhando a missa parte por parte com as crianças, que estou fazendo a minha parte para que entendam o que acontece numa celebração Eucarística, mas que a tarefa de pegar pela mão, de encontrar um tempo, criar uma rotina dominical para participar da missa com os filhos, que isso é responsabilidade deles, que isso faço com meus filhos. Disse também que ao meu ver, nenhuma criança receberia a primeira Eucaristia se ainda não tivesse entendido o que é a Santa Missa, porém, sabemos que o processo de evangelização, de amadurecimento na fé em muitos casos não acontece em dois anos, por isso nossa catequese é continuada e devemos acreditar que ao percorrerem todo itinerário, esse amadurecimento na fé, esse amor pela missa vai acontecendo no tempo certo. Por isso estamos batendo naquela tecla que nossa meta não é a recepção da Primeira Eucaristia e sim que nossos catequizandos adquiram o amadurecimento na fé e isso leva anos.Uma vida inteira e ainda estamos crescendo na fé.
Se investirmos na formação de nossas famílias, perceberemos que o uso do cartão não será necessário e que ele não se encaixa nessa nova evangelização.
A prosa continua... O que você acha sobre o uso do cartão de assinatura nas missas? Acha que ele resolve ou mascara a participação nesse período de preparação para Primeira Eucaristia?
Ao ler este texto, conversei com a autora e expressei minha opinião que está em comunhão com a idéia central aqui expressada por ela.
ResponderExcluirTenho 20 anos, e quando entrei na catequese fui sujeitado a utilizar do cartão de presença, contudo, por ter sido criado em uma família católica, eu já vivia o preceito de missas dominicais, porém, uma coisa é ir a missa e a outra é participar da missa.
Eu estava sim, todo domingo na Santa Missa, mas muita das vezes por não ter sido muito bem catequisado,(aqui não estou desmerecendo meus formadores)eu não via sentido na missa, isto me fez dormir em muitas celebrações, e ao termino da celebração eu corria na sacristia para ter o cartão assinado.
Contudo o que quero dizer é, o cartão não é necessário, ele não prova nada, o que realmente importa é levar o catequisando a um conhecimento do sentido pleno da missa, uma vez que eles compreenderem isto, participarão com afinco e zelo das missas.
Hoje, eu tenho uma paixão pela missa, não falto, participo de coração, pois hoje eu compreendo e sei do valor que ela tem.
O Cartão de nada serve se por detrás dele não estiver uma evangelização sólida.
Vamos viver o que o Beato JP II disse-nos no ano jubilar (ano 200) este é o tempo da NOVA EVANGELIZAÇÃO, é um tempo de ousadias, de novos meios de apresentar Cristo, de viver uma catequese com radicalidade, entusiasmo e fidelidade.
A celebração da Eucaristia é um encontro com quem sabemos que nos ama....nos ama de tal maneira que se doa inteiramente ao nosso favor....tal realidade se acolhida nos transforma...nos faz viver o "coração da Páscoa" ou seja nos faz experimentar o dinamismo do Ressuscitado em nossas vidas que "morrendo destruiu nossas mortes e ressuscitando restaurou-nos a vida"....diante disto "cartão para comprovar presença" não tem nenhum sentido....o sentido nasce quando dois amores se encontram: o de Deus e do Homem....levar os catequizando a esta experiência é que preenche de significado a celebração de qualquer sacramento - isto conforme o Papa é MISTAGOGIA!
ResponderExcluir(Marcelo Prestes)
Em nossa Paroquia não existe cartão de presença, mas existe uma "cobrança" por parte dos catequistas para a "presença" das crianças na missa. Ocorre ao final fazer sorteio de brindes ( coisa que nunca aprovei, fiz no mês de Outubro por ser o mês das Crianças , o mês do nosso Santo Anjo da Guarda, mas ... não gosto), pois tbém acho que não e desta forma que mostramos a importancia da missa. Este ano recebi um album de figurinhas com um jogo sobre a Missa parte por parte da Editora Com Deus, que estou analisando para usar, mas tenho algumas duvidas, alguém já teve esta experiencia com o Album de figurinhas na Catequese !!! O que acharam motivaram as crianças a participarem mais !!! Silvânia Moura Paroquia Santos Anjos da Guarda BH MG
ResponderExcluirParticularmente sou contra cartões, cartelas de adesivos e tudo que põe o sentido da Missa em segundo plano. Na minha opinião, atitudes como essa acabam nos revelando o quanto nossa evangelização ainda é ineficiente, o quanto precisamos melhorar e melhorar não significa adotar esse tipo de estratégia.
ResponderExcluirSonhamos com o dia em que as famílias façam da Igreja extensões dos seus lares e vice versa, mas creio que essa não é a melhor forma.
Beijos cheios de saudades,
Clécia
Minha opinião sobre o cartão de frequencia em missas é a seguinte: em áreas urbanas temos a triste necessidade de que as pessoas busquem as Missas por obrigação e respeito pois, a igreja catolica é apenas um cumprimento de status ou satisfação da vontado de um familiar.
ExcluirTriste saber que muito catolicos com cargos na igreja julgam missa algo massante e cansativo, a de saber que dizem "amem" depois da orção do Pai nosso no Rito.
Creio firmemente que se nós cristãos catolicos nos comportassemos de forma correta e com verdadeiro testemunho nada disso seria necessário.
Imaculada, que ja nos conhecemos.... Quando vc lança a isca... vem bomba...
ResponderExcluirNão vou entrar nesse tema pois, como vc ja falou e falei naquela sacristia o ano 2004, as cobranças nao podem ser das crianças... Por se serve de alguma iluminação, e curiosamente hoje foi comentado na conversa de nosso jantar por um frade colega, José Luis, que esteve muito ano em amazonas, Lábrea, Manaos... de uma missa que celebraram na paroquia junto com o atual bispo de Rio Branco, Dom Joaquin Pertiñez, então, mais um frade.
Uma menina bem simples, com pouco tempo de primeira comunhão, passou a comungar e o frei percebeu que pegou a partícula consagrada com devoção, mas se foi com ela na mão, ate seu lugar. O frei seguiu seus passos e qual foi sua surpresa que ao olhar, la, de joelhos, junto com sua irma de tres anos, estava fazendo sua oraçao e depois partiu um pedacinho e deu a sua irmã mais nova. A cena era de tal simplicidade, ternura, encanto mistagógico que diria Marcelo, que deixou ao padre sem fala e não hesitou comentar para toda assembleia... e muitas mais vezes que será lembrado.
Nao existia cartao... ela era uma carta de Cristo, como disse o apostolo, escrita para todos nós, tal vez para muitos catequistas... e para mim. Viver a fé nasce de dentro, da experiencia, da sintonia dos corações... mais uma vez se impõe uma boa iniciação... e um ter experiencias vivas de fe, como sugere o primeiro tema do livro dos pais da catequese de Perseverança, projeto Jovem, Paulinas... Pe. Lelo. Entrei, senti... e vamos crescer
Frei Jesus Maria Mauleon
Isso acontece quando a missa, ou qualquer outro evento religioso, passa a ser visto mais como uma forma de aparência mesmo. No caso, muitas famílias ainda se dizem católicas e colocam os filhos na catequese por "tradição", embora estejam cada vez mais afastadas da prática religiosa.
ResponderExcluirOi cripple!! bom te vê!!!
ResponderExcluirVc tem razão e é exatamente por isso que nossa catequese passa por mudanças, para que os sacramentos são seja recebidos por receber... e tb que o momento de catequese do filho, seja ocasião de evangelização dos pais... As coisas mundanas tomam conta. mas acredito e faço a minha parte para mudar essa realidade... Grande abraço!!
Imaculada, é um prazer ler suas opiniões; a sua paixão pela catequese a gente sente em cada palavra escrita por você.Tenho acessado seu blog seguidamente, tenho aproveitado suas ideias e sugestões para meus encontros, e agradeço a Deus por você se dispor a criar um espaço que tanto nos auxilia, ora para os encontros de catequese, ora para nossa própria formação. No que se refere ao controle da participação dos catequizandos nas missas, eu sou totalmente contra, pois a missa é um encontro de amor, deve ser espontânea a participação. Concordo que nada que é "enfiado goela abaixo" funciona. Precisamos evangelizar as famílias, incentivar a participação dos pais tanto na catequese, como nas missas, ter eventos de formação catequética junto com os filhos, e acima de tudo, dar exemplo, pois muitos catequistas cobram dos catequizandos, mas dificilmente vão à missa. Parabéns pelo seu trabalho. Que Deus continue te abençoando e iluminando. Um abraço.
ResponderExcluirCatequista Rozuita da Costa - Paróquia NªSª Aparecida- Maracaju/MS
OLá Rozuita... coisa boa receber seu comentário....fiquei envaidecida com suas palavras, fico feliz se meu blog ajuda de alguma forma, esse é mue objetivo com ele. No que puder ajudar, estou aqui, longe, mas bem próxima, graças a essa ferramenta...o blog!
ResponderExcluirAvante catequista amada...força!!
Estou ajudando na coordenação da catequese de minha cidade e sinceramente, cogitei o uso do cartão, pois por mais q os catequistas falem da importancia da missa e cobrem a presença, a maioria ainda nao a frequenta como deveria. Reuniao de pais é um fracasso, uma meia duzia aparece. No dia da 1ª comunhao, ano passado, mtas crianças foram sozinhas, ou com irmãos, mas a presença dos pais neste dia tao especial, lamentavelmente, foi pessima. O padre sempre fala nas missas da participação dos pais, mas ainda nao fluiu muito. Entao no momento nao sei o que fazer para melhorar a frequencia dos catequizandos nas celebrações.
ResponderExcluirOi minha querida, você não se identificou, mas sua partilha me fez refletir... Sem sua permissão usei dela para alertar outros catequistas... Obrigada por tua contribuição!!
Excluiraqui em minha paróquia há anos tínhamos o tal álbum de figurinhas, mas que finalmente resolveram abolir nsse ano .
ResponderExcluirA queixa dos catequistas era constante., pois não funcionava. Muitos iam à missa apenas para pegar o tal "adesivo" O objetivo maior que er esperar que os pais estudassem com os filhos o evangelho da semana, não se via essa prática. estava apenas acarretando gastos para a par[oquia.Assim sendo, o padre aboliu essa prática. Comneçamos a catequese agora em março, mas no primeiro domingo da missa da catequese, entre umas trezentas crianças que frequentam a catequese, não tínhamos nem a metade presente. O que fazer? Vejo tantas sugestões, mas pelo visto nenhuma até agora deu certo. Estamos lidando com pais displicentes, desinformados e escusos à evangelização não só de seus filhos, mas descuidando também da própria. Abcs
Quando digo que sou contra essa prática, digo porque tb fizemos essa experiência e chegamos à conclusão de que não é esse o caminho... Precisamos catequisar nossos pais, iniciá-los na fé... Esse é o caminho para que esse encontro com Cristo na Eucaristia(missa) seja prazeroso e natural... Edite, fiz uma reflexão para o catequese e Biblia sobre esse assunto, se puder deixe lá esse comentário... Isso nos ajudará na conscientização desse trabalho com as famílias... obrigada!
ExcluirAo invés do tão falado cartão prefiro nos encontros da catequese parabenizar os catequizando que vão a missa e sempre pergunto se não me esqueci de alguém, vou ainda adotar a ideia de uma colega catequista que faz um cartas e cola com os nomes dos catequizando que estiveram presentes! Rosana- Patrocínio do Muriaé MG
ResponderExcluirAdorei esses comentários, estava certa de que deveria usar o cartão na minha paróquia, mas... pensado bem acho que não quero mais. Obrigada, por isso é bom pesquisar antes de tomar atitudes.
ResponderExcluirEstou abrindo um blog da minha paróquia, posso copiar alguns de seus comnetários, tenho certeza que vão nos ajudar muito! Um abraço!
Eu tinha certeza de que minha paróquia precisava desse cartão para que as crianças viessem à missa, depois de sua postagem e comentários que li, acho que vamos ter que adotar outros meios mesmo.
ResponderExcluirObrigada, é muito bom pesquisar opiniões e refletir. Estou abrindo um blog para nossa paróquia aqui em Fartura-SP, posso copiar algumas de suas postagens para nos ajudar na evangelização? Meu nome é Elenice, sou catequista a muitos anos e agora sou coordenadora de uma Paróquia e comunidade que estão dando os primeiros passos, se puder nos ajudar fico agradecida. Um abraço!
Oi Elenice, pode usar o que precisar...o blog é nosso!!
ExcluirGente, que texto lindo, bem escrito e cheio de amor!
ResponderExcluirNão sou catequista. Tenho esse desejo em meu coração, já o expressei ao meu pároco, mas o momento ainda não foi disposto por Nosso Senhor.
Enquanto isso, vou me preparando, aprendendo e buscando materiais e dicas de quem tem experiência.
Quanto ao cartão, concordo com sua inutilidade e cobstrangimento para as crianças, pois muitas não vão por pura preguiça dos pais. Meus filhos sempre amaram álbuns de figurinhas. O que acha deles na catequese, sem cobrança de presença, mas com o objetivo de tornar lúdico o aprendizado da vida dos Santos?
Obrigada! Deus te abençoe. Helena
Se nós nunca fizermos com que as crianças participem da Santa Missa, seja por controle de frequência no cartão ou de outros meios, ela nunca vai sentir o gosto de participar verdadeiramente da missa. Acredito que a vivência e exemplo vão nos modificando. Por que hoje os pais não estão nem aí, simplesmente largar seus filhos na porta da igreja e depois voltam para buscá-los.
ResponderExcluirBom dia, a paz de Jesus esteja conosco.
ResponderExcluirNeste ano iriamos adotar o cartão em nossa capela, mas depois de ler os comentários não estou vendo sentido nesse ato. É triste ouvir de uma criança que ela deseja participar da Santa Missa mas os pais não a levam!
Enfim, vou colocar em pauta esse assunto na reunião com todos os catequistas para decidirmos juntos!
Deus nos abençoe!
Ana Célia - Várzea Grande MT