Transfiguração: uma reserva de luz para nós!
O evangelho não trata de nenhuma visão fantasmagórica, de nenhum truque global.
Como somos ignorantes para entender as coisas de Deus!
O que Jesus quis mostrar para os discípulos e para todos nós é que havia ali uma luz de vida que ultrapassava toda e qualquer escuridão e que poderá nos sustentar diante de qualquer tempestade.
Jesus sabia que nós, seus discípulos, iríamos caminhar com Ele ao longo da vida e que, muitas vezes, os nossos caminhos seriam bastante escuros e espinhosos.
Nenhum de nós escapa dessa condição. A vida humana é feita de alegria e tristeza, de dor e de prazer.
Não acreditem na falsidade das propagandas! Se não sofrêssemos, não seríamos humanos.
Vivemos a constante dialética do amor e desamor, da alegria e da tristeza, da dor e do prazer, do caminhar na luz e nas trevas.
Há dias em que estamos felizes, enquanto outros nos pegam tristes, com a escuridão se mostrando quase palpável.
Para esses momentos, o Senhor nos diz que Ele é a certeza da luz. Não precisamos entender, mas crer.
Quando Pedro o vir caminhando para a cruz, sendo açoitado, morrendo crucificado, se lembrará que um dia o vira transfigurado em luz.
Diante de tal lembrança, nunca haverá motivo para desânimo.
Por isso, Pedro fugiu, mas voltou; traiu, mas se arrependeu, o mesmo acontecendo com outros apóstolos.
Ainda que nos desviemos dos caminhamos da luz, sempre poderemos voltar, se guardarmos conosco experiências luminosas.
Ninguém sabe o que a vida nos trará, por isso precisamos ter nossas reservas de luz.
Quantas mães trazem seus filhos à Igreja até eles se tornarem adolescentes?!
Depois eles entram nas universidades, ouvem seus maravilhosos professores transpirando Fauerbach, Freud, Nietzsche, Marx, e abandonam tudo.
A mãe chora, mas, ainda assim, deve confiar que, se o seu filho um dia experimentou a transfiguração do Senhor, ele ainda voltará a buscar essa luz.
Por isso, é importante que vivamos experiências luminosas, não para agora, mas para amanhã.
Quem um dia experimentou Deus, nunca mais esquecerá. Amém.
(07.03.09/2º. domingo da quaresma)
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