terça-feira, 25 de março de 2025

Trabalhando as diferenças!



Trago essa postagem que fiz em 2015,
 oportuna para os dias atuais

 Vamos lá!

Estava esperando concluir esse encontro para fazer a postagem, mas como tem catequistas querendo saber mais detalhes dessa dinâmica, vou postar, depois edito fazendo a conclusão.
Usamos o manual do NUCAP-Núcleo de catequese Paulinas - Iniciação à Vida Cristã -Eucaristia. Acho riquíssimo esse material, mas não me prendo a um único manual, uso vários para montar meu encontro.
Estamos trabalhando o tempo do querigma. O tema  é: O paralítico é curado (João 5,1-15). Passagem bíblica onde relata  pessoas doentes  esperando pelo momento exato para entrar na piscina de Betesda para serem curados e tem lá um paralítico que nunca consegue chegar primeiro por conta da sua condição que dura 38 anos e não encontra ninguém  para ajudá-lo. 
O objetivo principal é despertar a solidariedade, a vontade de ajudar o próximo, principalmente pessoas com deficiência. O colocar-se no lugar do outro.
Eles precisam se dar conta que existem pessoas enfermas, que sofrem dores e às vezes estão presas a uma cama, vive numa cadeira de rodas...

Começo nosso encontro colhendo deles experiências vividas com pessoas doentes, acamadas ou amigos na escola com deficiência. O momento é de ouvir. Minha turma é bem participativa. É importante ouvir todos. Por isso não consegui concluir esse tema num único encontro. Depois de ouvir, os conduzi para a dinâmica 'Construindo um Castelo". 



Dividi a turma em 04 grupos. Em três grupos, uma pessoa se passando por alguém com as seguintes deficiências: Mudo, cego e o paralítico. É importante escolher a dedo, o mais falante para ser aquele que não vai falar nada, aquele que presta atenção nos detalhes, para ser o que não enxerga e aquele inquieto para ser o deficiente físico.
Entreguei os materiais, cartolinas de diversas cores, lápis de cor, tesoura, cola(isso eles podem levar em seus estojos)

Dei a seguinte ordem: "Vocês devem construir com esse material um Castelo da forma como quiserem!" Foi só essa ordem, não disse nada sobre aquela pessoa com deficiência no grupo e que teriam que incluí-los na atividade. Devemos observar se isso parte deles. Como lidam com as diferenças.

Foi gratificante observar que  as "pessoas com deficiências" foram tratados com respeito e participaram da construção do Castelo de alguma forma. No próximo encontro vou colher deles os frutos da dinâmica, ouvindo os que fizeram o papel de portadores de deficiências e também ouvir os outros. Quais foram as dificuldades?
(isso muda de turma pra turma, uma amiga catequista fez a mesma dinâmica e não obteve o mesmo resultado, crianças não se sentiram à vontade para se passar por deficientes...)

Depois de ouvi-los, aí sim, vou iluminar com a Palavra de Deus. Como Jesus tratava essas pessoas. Qual é o olhar dele para essas pessoas em nossos dias. Enfim, vamos atualizar a Palavra.

Pelas fotos, podemos observar que estou lidando com um grupo onde foram educados para acolher, amar, ajudar... 

Fiquei emocionada!!












CONSTRUÇÃO DE CASTELO
Objetivo: Vivenciar as dificuldades e facilidades de atuar em grupo, tendo como integrantes Pessoas com Deficiência.

Material:
• 1 venda para olhos
• 50 cm de corda;
• 4 cartolinas;
• 4 tubos de cola;
• 4 tesouras;
• Canetinhas;
• Lápis de cor;
• Giz de cera.

Desenvolvimento:
• Dividir os participantes em 4 equipes: equipe A, equipe B, equipe C, equipe D.
• Na equipe A, um dos membros fará o papel do deficiente físico. A pessoa ficará com a mão imobilizada durante a atividade;
• Na equipe B, um dos membros da equipe ficará com os olhos vendados durante a atividade;
 • Na equipe C, uma das pessoas deverá permanecer sem verbalizar durante a atividade;
• Na equipe D, nenhum dos membros exercerá papel de deficiente;
• Todas as equipes receberão o mesmo kit de materiais ( 1 cartolina, 1 tubo de cola, 1 tesoura, canetinhas, lápis de cor, giz de cera) e a instrução de que deverão construir um castelo em 30 minutos;
• Após o tempo determinado de 30 minutos, os grupos deverão observar o castelo construído pelas outras equipes.
Fechamento:
• O facilitador perguntará a cada equipe se está satisfeito com o produto final construído;
 • As pessoas que exerceram o papel de deficiente relatarão como foi vivenciar este papel durante a atividade;
• Os demais membros da equipe comentarão como foi desenvolver uma atividade com uma Pessoa com Deficiência na equipe, e sentiu dificuldades, como contornaram a dificuldade;
 • Questionar se o grupo optaria por uma outra sistemática de trabalho se tivesse mais uma oportunidade;

• Fazer uma reflexão em grupo de como temos envolvido as Pessoas com Deficiência no desenvolvimento das atividades.

segunda-feira, 24 de março de 2025

Catequese de Inspiração Catecumenal

às vezes, precisamos fazer barulho...



 

Há quem leia o meu blog e pense: "Puxa, será que na paróquia da Imaculada tudo é perfeito, será que a catequese anda a mil maravilhas?"

Pra quem pensa assim, ledo engano,  minha paróquia( Paróquia Nossa Senhora Aparecida-Capelinha/Franca-SP) não é perfeita, nossa catequese muito menos, comungamos das mesmas dificuldades.
Mas, estamos tentando melhorar nossa catequese (desde 2009) e sou testemunha de que tem valido  muito a pena o esforço,  sinto que nossos catequistas, nossos pais, a comunidade tem olhado a catequese com um "novo olhar". Isso porque chamamos a atenção, fizemos um certo "barulho", como que dizendo: "Ei pessoal, existimos e somos importantes!"

Falando em "novo olhar", lá em 2009, quando tivemos a primeira formação com o Padre Lelo, da Paulinas, sobre a catequese com inspiração catecumenal, ele dizia o seguinte: " Que todos nós sabemos um pouquinho sobre iniciação cristã e isso acaba dificultando, porque carregamos certos vícios, o bom seria se não soubéssemos nada, porque ai, começando do zero, tudo que aprendêssemos seria novidade."

E quem não gosta de uma novidade! Esses vícios, são nossa pedra de tropeço, porque não podemos correr o risco de trocar apenas de material, é preciso e urgente que aconteça uma mudança de mentalidade. Precisamos de uma verdadeira conversão pastoral, começando pelo bispo, párocos, leigos. Isso, aos poucos estamos conseguindo. Não temos um caminho pronto, estamos aprendendo na prática,  e com certeza a cada ano vamos melhorando.

Na primeira formação sobre a IVC, esperávamos que fosse apresentado pra nós todas as respostas para nossas dúvidas, no que ouvimos: " Não existe ninguém que tenha feito esse caminho, estamos resgatando algo perdido lá no século V, não trago pra vocês uma receita, ou uma experiência." (Essa fala aconteceu  em 2009, hoje existem muitas iniciativas por todo Brasil, com lindos testemunhos)

À princípio fiquei um pouco decepcionada, parecia um cego guiando outro cego, mas todas as orientações que Pe Lelo nos trouxe, nos mostrou que estávamos no caminho certo. Prosseguimos com muitas dúvidas, inseguranças,  mas confiantes de que esse era o caminho. Uma certeza a gente tinha, não queríamos mais a catequese que até então fazíamos.

Sabe aquele "barulho" a que me referi no início, ele aconteceu em 2009, e pasmem, até hoje, ainda estamos tentando ajustar , nos aproximar mais e mais da metodologia que os cristãos das primeiras gerações seguiram para acolher os adultos que queriam ser iniciados.  E Olha, ainda hoje, em 2025, as vezes precisamos fazer muito barulho para não retroceder, não deixar a peteca cair.

A mudança sempre gera um burburinho, mas, no caso da catequese, realmente, ela precisa que seja lançado sobre ela esse novo olhar, que tenham coragem e ousadia para provocar uma revisão na maneira de formar cristãos.

A Igreja, o Espírito Santo tem suscitado diretrizes para nos ajudar nessa mudança.

Aos que já tiveram alguma iniciativa,  fazendo com que a catequese esteja à serviço da INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ, cuidem para que os "vícios" não voltem, abafando todo trabalho realizado. Um trabalho de avaliação com a equipe responsável pela IVC na paróquia, devem acontecer sempre. 

E na sua paróquia, como que está a catequese? Alguma mudança? 

Ahhh sobre os "vícios", fica para uma próxima conversa! E olha, como é difícil sair da escravidão dos vícios!!

Imaculada Cintra

domingo, 23 de março de 2025

Deus é contigo amado Papa Francisco!!


 

A boa notícia que milhões esperavam, chegou!


Depois de tantos dias internado o Papa Francisco terá alta e poderá voltar para casa.
Existe a possibilidade de um período de recuperação, que será lento, mas repleto de esperança. 
Dizem que o Papa deverá reaprender a falar, após o uso prolongado de oxigenoterapia de alto fluxo, disse o cardeal Víctor Manuel Fernández. 
Se o papa precisa reaprender a falar, vamos nos unir a ele, reaprendendo a escutar. 

       Caminhemos juntos!

Força Francisco, a jornada será longa!

          Pe. Paulo Gil

           Fontehttps://bit.ly/4bVPpQj

       


sábado, 22 de março de 2025

Ser catequista, missão delicada!

 "Ainda que toda a comunidade cristã seja responsável pela catequese, e ainda que todos os seus membros devam dar testemunho da fé, somente alguns recebem o mandato eclesial de ser catequistas. Juntamente com a missão originária que tem os genitores em relação a seus filhos, a Igreja confere oficialmente, a determinados membros do povo de Deus, especificamente chamados, a delicada missão de transmitir a fé, no seio da comunidade" (Diretório Geral de Catequese, n.221) 

Vamos refletir um pouquinho sobre esse "chamado" tão especial, exigente e delicado, que é o do catequista.

Já parou pra pensar que meio a uma multidão, você foi escolhido!

Meio a tantas pessoas graduadas, doutoradas nisso, naquilo, você foi escolhido!

Você que tem uma família pra cuidar, uma profissão exigente,  e foi escolhido!

Você com tantas mazelas, problemas pra resolver, e mesmo assim foi escolhido!

AH, eu poderia enumerar aqui várias situações, mas quero me deter nessa: ELE TE ESCOLHEU MEIO A UMA MULTIDÃO, e sabe porque? Porque ele vê a sua essência.

Acredito que assim como eu, muitos questionaram a Deus o porque desse chamado e até elencaram vários motivos para não aceitar. Esquivando-se, joga a bola para o outro, até indicando pessoas que você acha, estejam mais qualificadas para o tal chamado. Esse querer se esquivar, é próprio do ser humano, foi assim desde nossos patriarcas. Se lembra da reação de Moisés quando foi escolhido?


Isso acontece, pois, não temos consciência de que o chamado, embora aconteça através de pessoas "normais", quem nos chama é o próprio Deus

Vamos então nos deter àqueles que tem esse discernimento, se Deus nos chama é com ele que fizemos um compromisso ao aceitar. O padre, o coordenador pode nos chatear em alguns momentos, mas não desisto, porque sei a quem sirvo.

Tenho 30 anos de catequese, poderia encher esse post de quantas chateações, decepções já passei. Pensei em desistir? SImmm, várias vezes, mas o eco do chamado sempre foi mais forte e cá estou batendo esse papo contigo. Não deixe Deus na mão por coisas mundanas, secundárias. Reze e prossiga. Jesus, sempre esteve ao lado dos errantes/ vacilantes/pecadores/pessoas temperamentais e nunca cogitou em abandonar a missão que lhe foi confiada.

Sei, e entendo que existem períodos que por diferentes situações, precisamos dar um tempo da catequese, mas, o triste é perceber que muitos se acomodam nesse "dar um tempo" e nunca mais voltam. E a catequese, sempre carente de catequistas comprometidos.

O diretório da catequese no número citado,  deixa claro que a nossa missão é DELICADA. Acho até que ele foi delicado demais, pois nossa missão é pra lá de delicado, é  exigente demais, nos suga a tal ponto de muitas vezes nos sentir como um bagaço de cana, mas que passando novamente pela  moenda, ainda sai um pouco de caldo doce.

Termino aqui essa reflexão com uma frase:

A messe é grande e precisa do seu generoso SIM!

Imaculada Cintra

Catequista em constante estado de feitura

sexta-feira, 21 de março de 2025

Escutar é mais do que ouvir

 


Vale repetir: ESCUTAR é muito mais do que simplesmente OUVIR.

Conforme a tradução:" Sim, escutar é mais do que ouvir, pois envolve a atenção e a compreensão do que é dito."

Trazendo essa pedagogia da arte de saber escutar para os nosso encontro catequético. Primeiro, começando pelo catequista ao se preparar para o seu encontro, lê, estuda, busca se embasar em fontes seguras na sua  pesquisa sobre o tema da semana. 

O que seria fontes seguras? Quando damos um google, é como se lançássemos uma rede ao rio, quando recolhemos, vem peixes de várias espécies, sobretudo muita sujeira, tanta que demoramos para limpar a rede e retirar aquilo que realmente presta. Não podemos confiar em tudo que nos é apresentado, precisamos ter discernimento se aquilo que estou lendo está de acordo com a doutrina católica ou se está de acordo com as orientações dada pela Igreja para a nossa catequese.  

Você sabe quando começa seu encontro catequético? Não é quando todos seus catequizandos chegam, muito menos, quando iniciamos com a oração. Nosso encontro começa quando começamos a prepará-lo, quando rezamos  pedindo a luz do Espírito Santo, quando aquilo que lemos e estudamos fala ao nosso coração, quando o texto passa a ser uma mensagem, e você descobre a essência do seu encontro. Quando o catequista se prepara, gesta o seu encontro, ele fala com propriedade, com segurança. Ele pode até usar de meios, métodos diferentes,  mas tendo em mente qual é a mensagem central que deve chegar ao coração do seu catequizando.

Infelizmente, existe muitos catequistas que não se preparam e na hora H, nos últimos 30 minutos,  acha que vai descer sobre ele um raio de luz iluminando o que ele deve falar. Se preparou, rezou, estudou, gestou seu encontro? Não!!! então, esqueça essa coisa de catequista iluminado, seu encontro será um fracasso. Seus catequizandos até podem te ouvir, mas não o escutará.

Se o catequista não sabe "escutar", provavelmente não conseguirá que seja escutado. É preciso treino, disciplina para que se aprenda a escutar.

É fácil fazer com que nossos catequizandos silencie o coração agitado para escutar o que você veio preparado para transmitir? Não é nada fácil, porém, precisamos  educá-los para isso. 

Comece por você, sem dizer uma palavra, ou alterar sua voz, vá se acalmando, se colocando  diante deles em atitude de oração, feche seus olhos e aguarde pelo silêncio. Pode demorar uns minutos até todos percebam que é chegado a hora de atentar aos que você quer falar.

Ficou claro a diferença entre ouvir e escutar?

Imaculada Cintra