Querido Irmão, querida Irmã Catequista,
Transcorrerá no dia 27 de agosto de 2017
o Dia do Catequista. Como o tempo parece muito veloz escrever-lhe outra
vez pode até parecer apenas um hábito que se repete a cada ano. Mas se
lançarmos um olhar às tantas experiências catequéticas de amor, de dor,
de cruz e de vitórias, então as lembranças conferem sentido a estas
linhas. Esta carta, além de uma palavra de gratidão em nome dos Bispos
do Brasil, quer lhe encorajar à perseverança
.
Lembra daquele catequizando(a) repleto
de muitas carências, que esboçou um sorriso tímido ao receber seu gesto
de ternura de catequista? É bem possível que a Catequese seja um dos
poucos ambientes em que alguém lhe manifestou afeto. E Você Catequista
estava lá para amar aquele(a) que Deus queria abraçar. Nem Deus nem o
catequizando vão esquecer. Se por um lado houve caminhos espinhosos, por
outro, quão belas devem ter sido aquelas experiências de amor
gratuito!!
Enquanto escrevo recordo a página de um
excelente catequista de outros tempos. Refiro-me ao evangelista Mateus.
Em Mt 14,14 ele destacou que “Jesus, ao ver a grande multidão, sentiu
compaixão...”. Instantes depois os discípulos, preocupados com suas
próprias impossibilidades, ouviram do seu Senhor: “Dai-lhes vós mesmos
de comer...”. Eles perceberam que lhes faltava quase tudo. “Só temos
cinco pães e dois peixes”. Ainda outros instantes e eis aqueles que
tinham “só cinco pães” a oferecer da imensa generosidade amorosa do
Senhor. O evangelista com sensibilidade catequética completou: “Ele deu
aos discípulos, e os discípulos às multidões” (14,19).
Façamos agora um pequeno exercício de
imaginação. Vamos recordar quão grandes são as necessidades das nossas
comunidades, dos nossos catequizandos, das suas famílias... Mais um
passo e agora pensemos nas nossas pequenezas. Se o Senhor Jesus estiver
por perto, falemos-lhe sobre “Só o que temos...”. O que ouviríamos? Ele
aguarda nossa palavra. E eles, os catequizandos, como que a nos olhar,
também estão a observar nossos gestos.
Não precisamos oferecer do que não
temos. Mas do que o Senhor tem a nos dar, dos seus dons, destes podemos
transbordar. Vale lembrar que “Ele deu aos discípulos, e os discípulos
às multidões”. Quando as forças faltarem, se as motivações diminuírem,
se as desilusões lhe cansarem... entre tantas vozes, escolha a voz do
Senhor. Ouça-o. Ele não deixará os seus escolhidos sem respostas. Como
no caso dos discípulos, não lhes tirou nada, e lhes deu tudo.
Em nome da CNBB, que representa os
Bispos do Brasil, com muita afeição quero manifestar às centenas de
milhares de Catequistas do Brasil as mais fortes palavras de gratidão.
Que Deus lhes multiplique em bênçãos pela grande Bênção que são à nossa
Igreja.
Dom José Antonio Peruzzo
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